Capítulo 47 - Presas de Prata

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O Clã Wendigo clama por justiça

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O Clã Wendigo clama por justiça...

Sincler ajoelhou-se e passou as mãos no pêlo quase dourado. Quando se ergueu, também tinha lágrimas nos olhos.

— Precisamos acabar com esses malditos! Meu povo não pode mais sofrer assim. Não somos peças de troféu para ficar expostas nas paredes de nenhum humano. — Exclamou. — Que loucura, Yandra!

Sem dizer nada, Yandra andou como um autômato até os corpos dos outros Lycans. Chorando, tentava afastar os abutres, agitando os braços. Mais adiante um grupo de hienas aguardava, enchendo o ar da manhã com suas risadas estridentes. Yandra ergueu o rosto para o sol implacável e cerrou os dentes até doerem. Era isso que o maldito pesadelo queria lhe dizer. Sincler parou ao lado dela e passou-lhe um braço pelos ombros.

— Eu esperava que pelo menos alguns deles estivesse vivo para nos revelar o que realmente aconteceu aqui. — Disse num fio de voz, apoiando-se nele. — Eram todos pacíficos! Confiaram em quem os matou. Pois a vestígio de term acampado por aqui. Resto de alimento, bebida e uma fogueira acesa. — Cobriu os olhos com as mãos, tentando apagar aquela cena horrível. — Me sinto tão fraca! Às vezes acho que não vou conseguir continuar vivendo assim... — Olhou-o, as lágrimas correndo pelo rosto. — Sou louca ficando aqui, enfrentando uma luta perdida!

— Se não existisse Lycans como você, duvido que houvesse esperança para os diversos clãs. — Murmurou Sincler, sombrio.

— Esse horror só vai acabar quando os humanos caírem em si e deixarem de comprar peças de feitas com nossos ossos e casacos de pele. Nossos órgãos podem fazer um humano comum viver por mais de duzentos anos. — Ela suspirou, desolada. — É um comércio rendoso, que atrai cada vez mais caçadores ilegais, sedentos desse dinheiro ensanguentado.

Voltou para o jipe, sentindo que não conseguiria mais ficar de pé. Sincler demorou um pouco a juntar-se a ela. Quando chegou, estava ainda mais sombrio.

— Temos pouca chance de limpar o nosso continente completamente, mas é preciso tentar... — Murmurou. — Esses caçadores ilegais atacam quando menos são esperados e somem sem deixar rastros. Tenho algumas ideias a respeito, mas quero conversar com meu pai antes de agir. Sinto demais o que aconteceu, Yandra, e espero que você acredite nisso.

Ela acreditava. Ele parecia tão sincero e pretendia fazer algo contra os assassinos de sua raça. E Verônica? Onde ela ficava nisso tudo? Será que ele iria desistir da ex-companheira e do mundo humano?

— Yandra...

Ela não se voltou, consciente do olhar de Sincler. O sol estava alto e brilhava indiferente. Sentiu a garganta seca. Sempre que ele estava perto, sentia uma vontade incrível de jogar-se nos braços fortes! Afinal, voltou-se e fitou o rosto do Alfa mais lindo que já vira, tentando interpretar o que diziam os brilhantes olhos avermelhados em fúria latente.

— Então, pretende ficar mais algum tempo por aqui? — Indagou, com voz que lhe pareceu cheia de esperança.

— Você quer que eu fique? — Perguntou ele, por sua vez.

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