|| Não Confie Em Mim ||

|| CAPÍTULO 16 ||

• | Jake Trevor | •

Continuei pedalando tranquilamente, sentindo o vento refrescante da noite, enquanto ouvia minha irmã dá uma risada sentada na garupa, finalmente afrouxando o seu corpo que tava grudado nas minhas costas. Ela pareceu se divertir com a cena de segundos atrás. Curioso resolvi perguntar do que realmente se tratava aquela diversão toda.

— Do que você tá rindo? — Perguntei, virando na primeira rua, saindo da visão de Lindissey e do Tony, que provavelmente ainda estavam parados na frente da lanchonete. A maldita estava tão bonita, o vermelho realmente lhe cai bem. Apertei o guidão da bicicleta com força.

— Pode falar a verdade, Jake. Aquela garota é sua amiga, ou algo a mais? — Ela apertou os braços que estavam na minha minha cintura, e ficou com a postura reta. Fiquei confuso com sua pergunta, afinal, eu já havia respondido ela e Joyce sabe que eu não minto. Então, ela continua sua fala. — Pois ela pareceu ficar com ciúmes de você.

— Ela não tava com ciúmes, e não, ela não é minha amiga... Por enquanto. — Respondi tranquilo. — Eu conheço ela faz um ano, mas só fui tentar uma aproximação agora. — Completei e Joyce deu os ombros e ficou em silêncio, não dando muita importância para isso, voltando a se distrair enquanto eu continuava o percurso até sua casa, que não era tão longe.

Ela sempre quis morar no centro da cidade, e depois que ela começou a trabalhar, ela se mudou e fez sua vontade. Eu, apenas continuei na casa de herança do nosso pai.
O caminho foi rápido e silencioso. Ela murmurava uma música aleatória, enquanto eu apenas escutava e tentava adivinhar. É infantil, porém divertido, por mais chata que minha irmã seja, gosto de passar o pouco tempo que tenho com ela. A mesma me entende, e não costuma me julgar. Ou pelo menos tenta.

— Chegamos! — Cantarolou ela, assim que eu freei a bicicleta na calçada de frente para sua casa. Ela suspirou e desceu da garupa, indo para o meu lado pegar seu lanche estranho, que não é nem um pouco gostoso. Mas cada um com seu gosto.

— Não entendo como pode gostar dessa coisa nojenta. — Adimito me referindo ao lanche. Recebi uma careta dela como resposta, apertando a sacola em suas mãos, como se eu tivesse falado uma blasfêmia. — Não tô mentindo, isso não deveria nem ser chamado de lanche.

— Esse lanche é gostoso, mas não vou discutir com você. — Joyce jogou seu cabelo pro lado, tentando dá um ar de empoderamento. O que não deu em absolutamente nada. — Afinal, você nunca adimite que tá errado, não é? — Sua voz provocativa e sobrancelha arqueada, me deu uma vontade de rir, mas me contive, com sua tentativa falha de se sentir superior.

— Eu nunca erro, Joyce. — Minha mão passou rápido pela sua cabeça, fazendo um cafuné, ela apenas revirou os olhos, com um sorriso cansado. Ela estava bem exausta de hoje, o trabalho hoje foi bem corrido, então decidi ir embora logo. — Eu vou indo, fica bem e descansa. Ok?

— Valeu, e você também. — A mesma se virou devagar, já caminhando em direção a porta. Ainda em cima da bicicleta, eu já levantava o pedal para dá a partida, mas parei assim que escutei ela me chamando. Olhei na sua direção, franzindo o cenho confuso, apenas esperando que ela falasse. — Eu sempre vou está aqui pra você, não se esqueça disso. — Não falei nada, afirmei com a cabeça e dessa vez, sai pedalando querendo chegar logo em casa. O dia já está sendo longo demais.

Quem diria que depois de alguns anos, eu iria ver novamente o Tony. Ele conseguiu me evitar bastante, mas parece que ele não esperava que eu conhecesse Lindissey e como filho de uma família poderosa, provavelmente os pais dele querem que ele se aproxime de Lindissey, típico de contratos entre empresa e famílias, para ganhar mais dinheiro.
Sei que ele tentará fazer algo, não seria nenhuma novidade. Conhecendo ele, o mesmo irá fazer o possível e um pouco do impossível, pra tanta protegê-la de mim, mas como eu já espero isso, obviamente, tenho algo em mente.
Ele não vai atrapalhar minha diversão, tão... Interessante.