|| CAPÍTULO 10 ||

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• | Jake Trevor | •

Uma, duas... Três, sim, três semanas se passaram, longas e terríveis semanas. Sinto como se tudo a minha volta, estivesse morto, nada fazia sentido. Não sei como consigo me levantar todas as manhãs, com o corpo ardendo, e com a cabeça sempre parecendo que vai explodir. Sinto que eu estou a beira do delírio e loucura, e a qualquer momento vou ficar pior. Eu já não sentia nada, e isso só está piorando, e não quer parar.

Drogas... Eu preciso de drogas.

Abro meus olhos, sentindo minha vista queimar. O sol está tão escaldante, que sinto que vou morrer de insolação.
Virei minha cabeça pro lado, sentindo a terra sujar o meu rosto. Murmurei algo, enquanto tentei me sentar, mesmo com o corpo completamente dolorido.
Olhei para o meu tronco e vi as marcas de mordidas, elas estavam ficando roxas e outras marcas avermelhadas, que ela fez provavelmente enquanto eu estava desmaiado.

Olhei para frente, vendo ela nadar no lago. Tentei me levantar o mais rápido que eu pude, mas ela se virou na minha direção, com aquele sorriso congelado no rosto.
Assim que consegui me por de pé, senti meu corpo cair novamente contra o chão, olhei para a minha perna, sentindo uma dor aguda nesse local. Me perguntei o que ela fez comigo, enquanto tento me arrastar, mesmo sem saber aonde eu me esconderia.

— Você é uma gracinha, Jake. Sabia disso? — Sua voz estava próxima, muito próxima, mas não queria olhar seu rosto. Isso me fazia lembrar de todas as vezes que ela me tocou a força, todas as vezes que ela me machucou incansavelmente. — Eu sabia que você iria querer fugir, então, tive que dá um jeito no seu tornozelo. — Olhei nos seu olhos, que estavam concentrados em mim, senti um calafrio violento percorrer todo meu corpo. Ela levantou a sua perna, repousando ela sobre meu tornozelo, arregalei os olhos na sua direção, balançando a cabeça em negação, querendo que ela não me machucasse.

— Tia... Não, por favor. — Minha voz estava em um fio. Eu já havia gritado demais hoje, e minha garganta estava pedindo arrego, enquanto via ela enrola uma mecha no dedo indicado. Provavelmente, pensando se continuaria com seu ato. — Eu imploro!

— É melhor você arrumar uma desculpa pra isso. — Elizabeth inguinoro meu desespero, apontando para minha perna, notando que estava roxo. Em um ato inesperado, ela pisou novamente, com força. Me arrancando um grito de dor e agonia.

Me encolhi, tentando fugir de mais alguma agressão. Ela não fez nada, apenas se sentou ao meu lado suspirando, enquanto olhava entediada para o lago a sua frente.
Não tinha lágrimas nos meus olhos, eu já havia chorado demais, e isso me deixou ainda mais angustiado, desejando que esse dia acabasse logo, ou que eu apenas desse sorte e morresse.

— Jake. — Chamou ela o meu nome, quebrando o silêncio. Não a encarei, não tenho força pra isso, eu quero ir pra casa. Odeio minha irmã intensamente, por ela não ter vindo com a gente, assim nada disso teria acontecido. Maldita! — O que foi? Não quer droga? — Segurei minha respiração por um segundo ao escutar aquilo, virei minha cabeça devagar na sua direção, vendo ela segurar um saquinho com os comprimidos, e senti minha boca encher de água. Notando meu desejo pelas pílulas, ela sorriu vitoriosa. — Se você quer, venha pegar. — Um sorriso cínico apareceu em sua face, e me mesmo me sentindo humilhado, me arrastei em sua direção. Tentei pegar, mas ela apenas esticou o braço para cima e riu com minha revolta e desespero, ao tentar pegá-los.

— Me dá! — Rosnei irritado, tentando abaixar o seu braço. Eu precisava desses remédios, eles me tiravam dessa realidade suja, e me levava pra outra melhor. Onde ela não existia, ninguém da minha família existia... Apenas eu.

— Não seja mal educado! — Reclamou Eliza, empurrando minha cabeça pra longe. Cai sentado no chão, já desistindo e sentindo meu célebro entrar em colapso, com tanta loucura. — Me escute, vou te ensinar algo muito importante. — Ela inicia, fazendo uma curta pausa, levantando seu dedo indicador. — Se você quer algo, tem que fazer por merecer, nem que seja apenas manipulação. Entendeu? Você tem que me agradar, se quiser essa essas drogas. — Balançou um saquinho em suas mãos. Afirmei com a cabeça, sentindo uma linha de saliva escorrer no canto da minha boca. — Bom menino, você aprende rápido.

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