|| CAPÍTULO 24 ||

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• | Jake Trevor | •

Depois daquilo, Lídia ainda dormiu aqui em casa, porém, ela dormiu só depois que eu sai do meu quarto pra ela poder trancar a porta. Me perguntou se eu peguei tão pesado assim, mas sinceramente, foi muito satisfatório. Suas expressões de pavor, sua cara cheia de lágrimas enquanto me pedia perdão, dizendo; Por favor, para!
Sinceramente, eu já iria terminar com ela, com ou sem a descoberta da traição, que aconteceu depois que eu saí, ela encheu a cara  e um dos moleques beijou ela. Ela tava muito bêbada. Bom, mas foi um ótimo motivo para dá desculpa, por mais puto que eu tenha ficado, esperei o mento certo e dei o troco.

Eu levei ela até em casa e expliquei a situação para os pais dela, mas garanti que iria fazer um boletim de ocorrência contra os tais ladrões. Depois me despedi da minha adorável ex-namorada e sussurrei um pequeno lembrete pra ela.
Já saindo de lá, caminhando tranquilamente e com toda paz do mundo, até parar na frente da rua, onde havia um monte de pessoas chorando e lamentando.
Dei uma boa olhada nas pessoas ao redor, mas não vi Henrique, então deduzi que ele estaria ainda lá dentro, já que sua avó apenas conversava com alguns conhecidos aqui fora.
Discretamente, fui para a rua de trás do cemitério e pulei o muro, tendo certeza antes de que ninguém viu.

Andando sem pressa e aproveitando o imenso silêncio que é esse lugar, eu procurei por Henrique, enquanto olhava as covas alheia e vendo suas datas de morte e me perguntando o quão interessante esse lugar seria se tivesse a causa na morte escritas na lápide, mas parei quando o vi de longe. Olhei ao redor pra ver se ele estava sozinho e fui até lá, o mesmo não notou minha presença até então, só quando eu parei ao seu lado com passos pesados.

— O que faz aqui, Jake? — Sua voz estava rouca e baixa. Pelo visto chorou bastante, o que me fez sorrir instantâneamente. Não respondi, continuei apenas parado encarando ele com um grande sorriso. Ele se levanta e me olha irritado. — Pare de sorrir assim e diga logo o que você quer! — Reclamou me dando um empurrão no ombro. Suspirei e ajeitei minha postura, dando uma coçada no meu pescoço com cara de confuso.

— O que você ainda faz aqui? — Perguntei direto, cruzando os braços.

— O que foi? Esperava que eu estivesse dentro de casa com os pulsos cortados? — Riu sem humor. 

— Sim, mas pelo visto você não é fraco como eu imaginei. — Dei um sorriso de lado, o que fez ele me olhar desconfiando levantando as sobrancelhas. — O que? Estou reconhecendo sua força, não posso? — Brinquei, provocando ele.

— O que você tá querendo, Jake? — Questionou ainda desconfiado. Não tinha como levar ele a sério, com esse olhos vermelhos e inchados, mas estou fazendo o máximo.

— Sei lá, estou entediado e como eu tava passando por aqui, depois de deixar a Lídia em casa, acabei encontrando o pessoal e deduzi que você estaria aqui. — Expliquei sem rodeio, vendo ele relaxar um pouco. — Quer fazer alguma coisa interessante? Tô afim de fumar uma e usar droga. — Henrique pareceu se encolher, desviando o olhar para longe, fechando as mão. Deixei meu corpo relaxado enquanto coloquei as mãos no bolso. — Eu deduzi que você quisesse esfriar a cabeça, então, por quê não?

— Não acredito que você tem a cara de pau de vir até mim, pedindo pra "relaxarmos juntos", depois de me ferrar emocionalmente para fazer eu me matar. — Reclamou, eu apenas continuei normal, vendo o quão dramático ele estava sendo. Afinal, ele está vivo, não está? — Você é inacreditável!

— Já acabou com o drama? — Bufei revirando os olhos, me encostando em uma árvore.

— Você é um filha da puta, que não consegue ver a gravidade das sua ações! — Ele novamente aumentou o tom de voz, aquilo já tava me irritando, por que ele não cala a boca, não é difícil. — Sabe por que você é assim, Jake? — Ele Perguntou com um sorriso no rosto, me olhando como se fosse superior.

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