Abri os meus olhos sentindo o calor da manhã de sol me aquecer, instantaneamente a sensação de não estar só me dominou, a presença de mais alguém no quarto me fez sentar sobre a cama e olhar ao redor, meus olhos pararam sobre o homem assentado na poltrona de couro no canto da parede. Como eu pude me esquecer que ele veio até o quarto durante a madrugada dizendo que dormiria aqui afim de manter eu e minha filha seguras? Não é possível que eu já esteja ficando tão a vontade com a presença de Beauchamp em minha vida.
Joguei os lençóis para o lado e me levantei cautelosamente da cama pois não queria acordá-lo, em passos extremamente leves fui caminhando em sua direção. Meu coração batia forte dentro do peito devido a ansiedade que me consumia. Quando cheguei perto o suficiente dele o observei atentamente, seus olhos estavam fechados, sua respiração estava calma, ele parecia estar desfrutando de um sono tranquilo, e essa vulnerabilidade me deu confiança para tentar executar meu plano. Com muito cuidado eu toquei sua mão e a abri seus dedos liberando a arma que ele tinha em punho. Sorri vitoriosa por tê-la em mãos, talvez isso me dê alguma vantagem contra ele e seu plano estúpido.
-Vai mesmo me matar Gabrielly?- Sua voz rouca e arrastada me fez saltar de susto.
Beauchamp abriu os olhos, suas íris azuis em constraste com a luz do sol ficavam extremamente encantadoras, um lindo tom de azul piscina. Ele me encarava com o semblante sério, não esboçou nenhum tipo de reação negativa ao me ver apontando a arma para o seu peito.
-Eu só irei te matar se for extremamente necessário.- Falei sentindo minhas mãos tremerem um pouco.
-Mesmo que seja em caso de extrema necessidade você irá precisar disso não é?- Beauchamp estendeu o braço e abriu a palma da mão exibindo as munições. Fiquei boquiaberta olhando para sua mão. -Você não achou que seria tão fácil assim não é?- Ele sorriu de modo debochado.
Josh se levantou da poltrona e com uma facilidade inquestionável tirou a arma das minhas mãos. Eu não tive tempo de raciocinar e muito menos de dizer algo.
-Terá que treinar mais Mon chéri- Falou colocando as munições dentro da arma novamente.- Não demore para se arrumar daqui a pouco o café da manhã será servido, nós temos muito trabalho a fazer hoje! -Beauchamp saiu do quarto deixando-me para trás como uma tola.
[...]Depois de seguir com minha rotina da manhã eu fui apresentada ao meu segurança particular, eu achei isso a coisa mais absurda do mundo, ele era um cara mal encarado que foi designado por Beauchamp para me proteger e me acompanhar, eu estava apenas indo tomar café da manhã e tinha que aturar aquele brutamontes atrás de mim, até Hope que estava quietinha em meu colo estranhou a presença do homem ao nosso lado.
O brutamontes nos conduziu pela mansão e eu acho que ontem a noite ainda estava muito dopada, porque não percebi o quanto esse lugar é assustadoramente grande e luxuoso, nunca pisei em um lugar com tanta ostentação e riqueza, Beauchamp consegue ser exagerado quando quer, fico imaginando todas as coisas ilegais que ele deve ter feito pará conseguir todo esse dinheiro. Neste exato momento estávamos eu, Hope em meu colo e o brutamontes dentro do elavador, sim eu estava realmente dentro de um elevador, a mansão era tão grande que possuia elevadores distribuídos por vários cômodos.
Ao chegarmos no andar onde ficava a sala de jantar e cozinha, o segurança permitiu que eu e minha filha saissemos primeiro, apressei meus passos querendo me afastar logo daquele homem emburrado. Conforme me aproximei do local onde faríamos as refeições ouvi um som incomum, era o som de gargalhadas que ecoavam bem alto pelo cômodo, as vozes me pareciam familiares. Quando passei pela porta me surpreendi ao ver Noah, Krystian, Nour e Sofya, todos rindo parecendo estar bem a vontade no ambiente. De certa forma eu me senti feliz em vê-los, ontem no jantinho viemos apenas eu minha filha e Beauchamp,não tive notícias dos demais.
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Burning Hearts
Fanfiction-Por que está me contando essas coisas?- minha voz saiu em um sussurro. Eu tentava encontrar forças para lutar contra o que sentia, mas eu já havia chegado ao ponto de fechar meus olhos e deixar minha cabeça tombar para trás dando livre acesso ao me...