Capítulo 36

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JOSH BEAUCHAMP

Acho que perdi as contas de quanto tempo estamos nessa ilha. Os dias parecem ser tão iguais mas ao mesmo tempo tão diferentes. Tudo o que existe ao meu redor é o mar azul e elas.

Any e Hope conseguiram preencher um vazio tão grande dentro do meu peito que é como se minha vida de antes não existisse, as noites sombrias, aquele frio na alma, a angústia presa em minha garganta, é como se tudo tivesse ido embora e agora só existem os momentos bons que elas me proporcionam a cada instante. Todas as noites eu deito e consigo dormir em paz porque sei que na manhã seguinte irei acordar nesse paraíso ao lado delas, vou ver os seus lindos sorrisos, ouvir o som de suas risadas, e aproveitar a companhia delas por tempo ilimitado.

Any ferveu de ódio quando descobriu que eu a trouxe para cá, mas ela só não admite que no fim foi a melhor idéia que eu poderia ter. Eu sei que ela sente algo muito forte por mim, só lhe falta a coragem de admitir, eu já confessei meus sentimentos algumas vezes enquanto estava bêbado ou quando ela estava dormindo tranquilamente com a cabeça apoiada em meu peito, é tão forte, tão puro e tão verdadeiro tudo o que eu sinto por Any, algo que eu nunca experimentei, nem mesmo com minha falecida esposa.

Peguei a taça de vinho, que estava na mesa ao lado de minha cadeira e a trouxe até meu lábios tomando mais um gole do líquido doce e suave que escolhi para me embriagar, olhei para o relógio em meu pulso notando que marcavam 3 horas da manhã em ponto. Por algum motivo essa noite eu não quis dormir, pelo contrário eu quis ficar e apreciar a calmaria e a paz desse lugar, nos últimos anos tenho tanto tormento dentro de mim, que preciso aproveitar essa paz  tão rara que de instaurou em minha alma.

Olho para as ondas do mar se quebrando e suspiro aliviado ao pensar que foi uma ótima idéia vir para essa ilha e fingir que nada mais importa, é satisfatório não se preocupar com mais nada além dos seus próprios desejos.

-Vai passar a noite toda acordado?- a voz de Ane ecoou pelos meus ouvidos.

Olhei para o lado e senti meu coração travar ao vê-la vestida com uma linda camisola branca de seda, com alças finas, os seus cabelos soltos e um pouco bagunçados balançaram com o vento frio que soprava. Eu fiquei a olhando por alguns segundos tentando lidar com o fato de que sua beleza me afeta totalmente.

-Se eu for vai me fazer companhia?- perguntei arqueando uma das sobrancelhas como se estivesse a desafiando.

-Se quiser é claro que vou.- ela respondeu com um sorriso envergonhado.

Deixei a taça de vinho em cima da mesa e estendi minha mão para ela, Any caminhou lentamente e de um modo tão sexy em minha direção que o mundo parecia ter parado somente para aprecia-la, quando ela parou em minha frente a puxei para se sentar em meu colo, suas pernas uma de cada lado, seus seios colados em meu peitoral, e minhas mãos pousadas em sua cintura, meu coração se acelerou somente de estarmos assim, perto um do outro. Fechei meus olhos quando ela aproximou seu rosto do meu de um jeito gentil, é incrível como esse simples ato me acalma por inteiro e não preciso de mais nada além dela perto de mim.

Sem que nós mesmos percebessemos nossos lábios já haviam se encostado, e é como se estivéssemos sufocando sem o outro e nosso beijo tivesse nos dado o fôlego que precisávamos. Seus lábios se entreabriram, e minha língua deslizou para dentro de sua boca, minhas mãos apertaram um pouco mais sua cintura como se eu precisasse ter certeza de que aquele momento era real e que ela não me deixaria.

Não sei definir quanto tempo ficamos ali somente nos beijando, mas foi quando um vento gelado soprou contra nós e Any estremeceu em meus braços que eu vi que era a hora de entrarmos, eu a peguei em meu colo e caminhei para dentro da casa, Any não questionou nada apenas deitou a cabeça em meu ombro escondendo seu rosto em meu pescoço, essa sem dúvidas é a sensação mais perfeita do mundo.

Ao adentrar a casa segui direto para o andar de cima onde fica nosso quarto,  eu já estava quase perdendo as forças na metade do caminho porque Any começou a beijar meu pescoço, seus beijos são tão bons que eu sou capaz de esquecer meu próprio nome, já me conformei que me tornei seu refém e nada mudará isso.

Chegamos no quarto e eu a deitei na cama, fui repousando meu corpo sobre o dela suavemente, enquanto olhava dentro de seus olhos castanhos, eles causam um efeito surreal em mim, me tiram o foco, me tiram o juízo, me deixam cada vez mais louco por ela. Eu a beijei novamente com ainda mais desejo e necessidade, porque tudo me atraia para perto dela e eu não conseguia ficar muito tempo distante.

Não demorou para que suas mãos começassem a percorrer dentro de minha camisa, seu toque dedilhando minha pele, me deixaram ainda mais desesperado por ela, e nós somos assim mesmo, desesperados um pelo outro de uma forma que não dá pra explicar, apenas sentir.



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