Orfanato

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A historia de mais uma gata de rua

Carla

O mundo é um lugar horrível, miserável e triste e para sobreviver nessa selva de concreto você precisa dança conforme a música e isso significa se agarra a todas as oportunidades possíveis e manter sempre o "você" como centro do seu universo, só você importa, faça por você, pois se você não fizer nada, ninguém vai fazer por você...

Aos cinco anos meu pai foi morto por policiais, aos sete minha mãe morreu doente, sem família sem dinheiro eu mesma tive que enterrá-la e sem nada fui para as ruas e aos meus treze anos e vi uma oportunidade. Um garoto muito gentil e que mostrava um certo interesse em mim e bem eu estava desesperada então me aproximei dele, mas eu não sentia nenhuma atração por ele na verdade anos depois vim a descobri o porquê nenhum garoto me chamava atenção, mas por agora isso não importa o que importa é que no desespero eu engravidei dele. Uma atitude idiota com certeza, mas necessária, a família dele me acolheu e bem eu tive a minha filha e viva bem,  a comida era garantida, roupa limpa e uma casa, mas tudo foi a baixo quando esse garoto sumiu do dia pra noite ele desapareceu e só voltou a aparecer nos jornais acidente de carro, eu fiquei triste apesar de nunca ter realmente amado ele, mas ainda sim ele foi um amigo e era o pai da minha filha, mas o pior é que com o tempo a família dele foi me deixando de lado, ou melhor, nos deixando eu e minha filha estávamos começando a passar necessidade e sem escolha eu tentei levá-la ao orfanato, pra que pelo menos ela tenha condições para sobreviver e quem sabe arranjar uma família, ouvi dizer que casais preferem adotar bebes do que crianças então quem sabe. Foi uma dor ir ate lá e quando eu cheguei fiquei sem coragem de entrar no local e entregá-la ela era uma garotinha tão doce e fofa e pra ser sincera eu me apeguei a ela e então eu decidir mesmo a amando isso era para o bem dela já que se ela ficasse comigo provavelmente iria morrer então com o coração pesado eu batia a porta e uma senhorinha veio me atender eu expliquei a minha situação e graças ao céus ela aceitou minha filha com a condição de que eu ficasse com lá com ela, de inicio eu hesitei, mas bem um orfanato pode não ser a pior coisa do mundo e pelo menos nos duas podemos ficar juntas.

- Vamos entre meu docinho esse frio de fim de tarde faz mal pros bebes - a senhorinha disse me dando espaço para entra.

- Muito obrigada senhora - agradeci timidamente.

- Que nada meu docinho, e pode me chamar de vovó Rizzo

- Certo vovó - concordei.

- Vamos vou te mostra o quarto das meninas, e já peço desculpas nos não temos muitos quartos disponíveis então você terá que dividi-lo senhorita? - ela perguntou querendo saber meu nome.

- Carla - respondi.

- Senhorita Catra - ela errou meu nome.

Mas isso não me incomodou afinal essa senhora já estava bem velhinha e assim que chegamos a uma porta de madeira pintada de azul ela gentilmente abriu revelando quatro garotas três de idade próxima a minha e uma com no máximo dois anos mais nova.

- Garotas quero que vocês conheçam Catra e a pequena?

- Lucia - respondi.

Ela balançou a cabeça e disse: - A pequena Luz, e Catra essas são Torra, Dora, Violência e Pão as duas ultimas são irmãs - ela disse e depois se virou pra mim e disse sussurrando. - E elas tem nomes estranhos

Eu dei uma risadinha já suspeitando que esses não eram os nomes das meninas.

- Catra e Luz ficarão conosco a partir de agora então sejam legais com elas - disse paras meninas e depois se voltou a mim novamente - e meu bem o janta sai daqui a pouco e sinta-se em casa - se virou nos deixando com as garotas.

Meu, Seu, Nosso UniversoOnde histórias criam vida. Descubra agora