A cada passo que dávamos em direção a mesa, os pares de olhos presentes no recinto nos seguiam, digo, seguiam o Mason. Quando chegamos a mesa com oito lugares, quase todas estavam ocupadas, menos duas, uma com o nome do Mason e do outro lado, uma cadeira vaga marcada como o lugar de sua acompanhante.— Amor, quem é essa mulher? Por que você trouxe ela com você — diz uma mulher levantando da cadeira, ela é tão bonita quanto as que estão aqui. Ela me olha de baixo para cima, com desgosto. Sua mão desliza pelo braço livre do Mason e desconfortável desvio o olhar.
— Que porra deu em você? Desde quando lhe devo satisfação da minha vida, Emily? — ele desvia dos toques dela.
— Mas Mason...
— Senta no seu lugar Emily e cala a porra dessa boca — sua voz é baixa, no entanto é quase palpável a sua irritação.
— Tudo bem, Amorzinho. Não quero brigar com você, não aqui, você sabe bem que gosto desse lado mandão só na cama — Diz passando a mão pelo seu peitoral, quando a mão dela está próximo ao cinto ele retira a mão que está junto a mim e para os movimentos da tal Emily.
— Eu sei o que você está fazendo, então pare com os seus malditos joguinhos, antes que eu dê um fim a ele — quando ele solta a mão dela vejo a marca do dedos do Mason ao redor do punho.
—Licença, vou deixar vocês a sós — Digo sem conseguir manter meu olhar neles.
— Você não devia nem estar aqui, queridinha — Fico cabisbaixa com as suas palavras que penetraram o meu coração. Eu já tinha noção que eu não pertencia ao lugar, mas ouvir dela machucou bastante os meus sentimentos. Ainda cabisbaixa saio de perto deles e mesmo com a vontade de sair correndo dali, eu vou até o meu lugar onde me sento. Em nenhum momento olho para as pessoas da mesa, apenas olho para a mesa como se fosse a primeira vez que via algo do tipo.
— Estou passando a achar que esse pedaço de pano é mais bonito do que eu — fala uma voz masculina ao meu lado. Com curiosidade para ver o dono da voz, olho para o meu lado direito e me deparo com um homem jovem. Ele aparenta ter por volta dos vinte e seis anos. O rapaz a minha frente é loiro de olhos castanhos e com uma barba por fazer.
— Você sabia que cometeu um dos piores crimes?
— Mas eu não fiz nada!
— Fez sim, roubou a beleza do mundo para si — ele pisca para mim ao mesmo tempo que abre um lindo sorriso.
— Você é tão bobo! — digo sorrindo.
— Bem melhor. Você é linda de qualquer jeito, mas prefiro quando você está sorrindo — Sinto minhas bochechas esquentarem — Retiro o que eu disse, sua versão de bochechas coradas é a minha preferida.
— Por favor, pare. O senhor está me deixando sem graça — Ele pressiona os lábios, prendendo um sorriso.
— Tudo bem, senhorita. Me daria a honra de saber o seu nome?
— Me chamo Luna
— Um nome perfeito para você... Eu me chamo Ethan — ele deixa a sua mão no ar para que eu cumprimente e não querendo ser mal educada levo a minha até a dele. Quando ocorre o contato, ele me surpreende encaminhando a minha mão até a sua boca, onde sela os seus lábios, e mais uma vez em um curto espaço de tempo me sinto corar — É uma enorme honra conhecê-la bela Luna — ele diz olhando em meus olhos e de repente me vejo dando um leve sorriso. Ela solta a minha mão e dessa vez coloco em meu colo, longe do seu alcance.
Os minutos foram passando e o Ethan se mostrava simpático, no entanto de cada cinco frases ditas por ele, uma era me elogiando, causando dessa forma uma série de bochechas rosadas. Quando meu olhar se desviava para a minha frente e via a cena da Emily quase em cima do Mason, dela tocando o braço dele, falando em seu ouvido e sua mão se perdendo abaixo do tronco, o Ethan trazia a minha atenção de volta a ele e me fazia rir das suas piadas bobas, comprimindo o desconforto que eu sentia toda vez que o meu olhar insistia em ir ao Mason.
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A mercê da maldade
ChickLitLuna é uma jovem que conheceu precocemente a maldade existente no mundo, mas especificamente a crueldade que existe dentro do ser humano. E em um dia comum a sua rotina muda e Luna não só vê como também é vítima da podridão do homem e diante de tal...