Capítulo 23- Mason (parte3)

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Minha... Minha... Minha... A Luna é minha — A voz em minha mente ecoa a todo momento enquanto dirijo em direção ao Orfanato Coração de Maria. A cada palavra de possessividade, minhas mãos direciona toda a raiva ao volante, o apertando com força. Foda-se o controle, farei o impossível para te-lá de volta em meus braços. Piso mais fundo no acelerador, estou pouco me fudendo se posso causar um acidente. Nem a morte agora seria capaz de me parar!

Pela minha visão periférica vejo o Thomas agir de forma indiferente, não se importando quando passo pelo sinal vermelho. Ele assim como eu não tem medo do perigo, muito pelo contrário, isso nos excita. A adrenalina é como uma droga viciante que queremos provar a todo instante, ainda mais quando se há um propósito por trás.

Ainda em alta velocidade, aumentando a todo segundo, uma curva se aproxima a minha frente. Muitos no meu lugar agiriam com cautela, diminuindo o máximo a velocidade, afrouxando o pé do acelerador, no entanto a minha personalidade detesta o básico, o chato, o comum, faço parte dos que riem do perigo e mandamos a física para a puta que pariu. Eu adoro desafios, estes sempre alimentam as minhas veias como se fossem sangue regando todo o meu corpo. E bem diante de mim estava um, uma curva estreita, que se alguém sem experiência ousar fazer o mesmo, morrerá certamente.

Piso mais fundo no acelerador, olhando para o Thomas e como se estivesse esperando por essa minha reação, ele olha de volta para mim, sorrio de lado para ele arqueando minha sobrancelha direita, como uma forma de perguntar se ele está preparado para o que está por vir logo a nossa frente.

— Pisa fundo, Chefe — diz dando um sorriso de maneira psicopata.

Torno a afundar o meu pé no acelerador, quando estou bem próximo da curva jogo o carro para o lado contrário da curva, ganhando dessa forma espaço, já quase na curva aciono o freio, girando o volante para a direita, com isso fazendo uma manobra perfeita, alimentando assim o meu ego. Com a curva se distanciando metro a metro do carro, a minha frente, com uma distância muito pouca, aparece o orfanato, com um grande portão de ferro e a faixada escrito: Orfanato Coração de Maria.

Com essa visão o pico de adrenalina cai dando lugar a raiva me motivando a continuar. Aos poucos vou diminuindo a velocidade até que paro no grande portão preto que se encontra fechado, ou seja, um obstáculo a ser ultrapassado. A parede ao lado vejo uma cabine com um guarda onde me apresento, mas a minha entrada é proibida.

— Aquele desgraçado, mais uma vez no meu caminho — digo em voz alta, socando o volante. — Filho da puta! — Passo a mão pelo meu cabelo nervoso.

Ninguém vai me parar! Nada vai fazer com que eu desista de você, anjo! — digo em um sussurro mais para mim mesmo do que para qualquer pessoa. Eu estou obstinado e decidido, e quando estou assim dificilmente eu saio perdendo. Na verdade, estou sendo modesto. Eu nunca perco!

— Senhor, o que faremos? — questiona o Thomas.

— Você já vai descobrir, Thomas! — Dou a ré no carro, me distanciando o máximo do portão e quando vejo que a distância está perfeita, mudo a marcha, colocando o carro para andar em direção a minha frente, pisando fundo no acelerador.

— Thomas, se segure!

— Puta que pariu, o Senhor vai invadir mesmo um orfanato — E após alguns segundos o carro se choca ao portão, o amassando e jogando ao chão. Com todo o barulho causado, algumas Freiras começam a se amontoar na frente da porta de entrada do orfanato. Em seus rosto há o pavor, a descrença e o medo.

— Thomas, me dê a sua arma! — Assim ele o faz sem retrucar. Saio do carro com a arma em mão, vendo o estado de destruição no qual ele se encontra, mas não me importo, tenho dinheiro o suficiente para comprar quantos eu quiser.

A mercê da maldadeOnde histórias criam vida. Descubra agora