55. Monster.

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JHENIFER.

Monster, monster under my bed
Come out and play 'cause I need a friend
You're so damn close that I feel your breath
You're the only one I have left.”




Todos estavam em profundo silêncio depois de Nico e Nino contarem a história completa. Meus pais estavam sentados lado a lado, assim como tia Cinzia e Samael. Os dois haviam vindo para Las Vegas assim que papai ligou, informando sobre nosso desaparecimento completo. 

— Você o matou? — Samael perguntou olhando para tia Alessa como se não a reconhecesse. 

— É claro que ela o fez. — Alessa rosnou. — Qualquer uma de nós quatro teria feito isso. Ele matou nossa mãe! 

— Não coloque Cinzia no meio disso. — Samael sibilou. Minha tia o encarou com raiva. 

— Eu teria feito o mesmo. Na verdade, estou fodidamente triste por não ter sido eu. — Ela rosnou as palavras, fazendo meu tio arquear as sobrancelhas em surpresa. — Ele matou minha mãe. Giulia nasceu prematura e passou sessenta dias na UTI neonatal por causa dele. 

Samael não disse mais nada depois daquilo. 

— Você está bem? — Mamãe perguntou afetuosa. Eu ainda não tinha me acostumado com aquela versão dela e qualquer carinho, mesmo que constante, fazia meus olhos marejarem. 

— Estou, sim. Não foi nada demais. — Disse-lhe mesmo não sendo tão verdade assim. Eu jamais esqueceria os momentos de terror que passei com aquele homem me apontando uma arma. Nunca esqueceria os gritos de sua filha sobre seu cadáver. 

— Onde está a garota? — Papai perguntou depois de um momento silencioso. 

— Com a mãe. — Nico respondeu com os olhos distantes. — Quando contei a ela, ela simplesmente assentiu. Disse que sabia que aconteceria de uma forma ou de outra. 

— Para mim, Sadie Coleman é um novo inimigo. Vocês mataram o pai dela em sua frente. Ela vai voltar. — Thomaz deu de ombros, um tom de aviso. Eu me arrepiei. 

Monstros não nasciam, eram criados. Não era aquilo que todos diziam? 

— Não, não vai. — Nino disse com plena convicção. — E mesmo que voltasse, que poder uma garota de quinze anos, sem dinheiro, sem influência, sem a porra de um sobrenome descente teria? Se ela tentasse, seria morta como uma fodida mosca. A mãe dela sabe disso. 

— Você parece irritado. — Meu pai zombou. Eu estava petrificada com as palavras de Nino; tão cruéis e frias. 

— Tente ter sua esposa sequestrada. — Tio Nino rebateu friamente. 

— Ela foi sequestrada. — Nico disse com um sorriso de canto. — Lorenzo deveria ser filho do Thomaz, é igualzinho ao filho da puta. Ou as mulheres ruivas tem algum apelo que não entendo. 

— Do que você está falando? — Lorenzo perguntou. Ele estava em silêncio desde o começo da conversa, sentado no chão com as costas apoiadas em minhas pernas. 

— Thomaz também queria se trocar por Carina quando ela foi sequestrada. — Meu tio disse franzindo as sobrancelhas. — Igual a você que pediu para Luca simplesmente apontar uma arma para você! Igual a você que olhou para a porra do inimigo e disse “meu pai me ama, eu valho mais que ela, me troque por ela” vai se foder, caralho. 

Tia Alessia arregalou os olhos em descrença, mas papai se inclinou no sofá para dar um tapinha no ombro de Lorenzo. 

— Meu orgulho. — Papai ironizou com uma risada. Nico revirou os olhos. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Onde histórias criam vida. Descubra agora