Notícia

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Bianca on

Acordo como de costume mais cedo do que eu desejava, geralmente essa motivo era pelo despertador avisando da minha aula, porém era sábado, ou seja, não tinha aula, abro meu celular pra ver se tinha algum motivo relevante nesse barulho irritante e vejo que se trata de uma ligação.

O visor tinha o nome Minha morena, e por isso sei que se trata de Duda, minha melhor amiga, ela não acordava cedo, principalmente no sábado, e a ligação dela me assustou exatamente por esse motivo, ela não me ligaria as 8 da manhã a toa.

Atendo o telefone ainda meio desnorteada.

-- Hey Morena... -- Falo com uma voz rouca de sono.

Escuto soluços do outro lado e todo o sono que eu estava sentindo é substituído pela preocupação, já levanto pronta pra trocar de roupa e ir em sua casa, não suportava vez aquela mulher chorando.
Sua voz se faz presente alguns segundos depois.

-- Pode vir aqui? Eu preciso de você... -- Ela ainda chorava, mas conseguiu se acalmar o suficiente pra falar aquilo

-- Já estou me arrumando loira, espere ai... -- Falo terminando de me arrumar.

Ela concorda e desliga o telefone

Chamo o uber, sua casa ficava meio longe, enquanto ele não chegava eu fui ao banheiro dar um jeito na minha cara, eu estava com uma calça preta e um moletom branco da Riot.

O uber chega 3 minutos depois, desço correndo e tranco a porta de casa, entro no uber, era um homem grisalho, seu nome era Caio.

-- Bom dia! -- Digo educada.

-- Bom dia, Bianca né? -- Afirmo com a cabeça.

Ele concorda e começa a dirigir, sempre consultando o Waze, de carro até a casa da Duda estava dando 15 minutos, cansei de fazer esse caminho a pé, ela odiava isso, achava perigoso, eu achava terapêutico.
Essa caminhada me fazia conseguir aguentar estar tão perto da pessoa que estou apaixonada sem surtar totalmente, mesmo sendo melhores amigas, nós somos muito grudadas, vivemos abraçadas, uma no colo da outra.

Sempre tem um ou outro perdido em Nárnia que acha que namoramos. Bom... queria né

Fico olhando pela janela pensando muito seriamente em que coisa poderia deixar Carolina tão abalada logo cedo, a possibilidade de algo ter dado errado com ela me assustada profundamente, aquela menina é meu ponto de paz.

O uber foi calado boa parte do caminho, o que era bom, me deixou mais presa em meus pensamentos e me preparando pra cuidar da Morena, precisava de autocontrole pra não chorar junto com ela.

Nem percebo o tempo passar, nem percebo também grossas nuvens se formando no céu, alertando assim que a chuva chegaria em breve e que não seriam apenas algumas gostas.
Chego ao meu destino, me despeço do uber e vou andando em passos rápidos até porta, muito conhecida por mim, era a casa da Maria Eduarda

Bato três vezes sincronizadas, era um toque especial meu que eu sempre fazia, os pais de Duda sempre sabiam que era eu.

A porta foi aberta com velocidade, uma mulher aparece atrás dela, seus cabelos bagunçados indicavam que tinha acabado de acordar, assim como suas vestimentas, mas a velocidade que abriu a porta e as grossas lágrimas em seus olhos indicavam que eu não era o motivo dela ter acordado.

-- Tia, a senhora... -- Antes que eu pudesse falar algo a mais a mulher mais velha me puxa pra um abraço.

Rodeio meus braços em seu corpo e a aperto forte, definitivamente algo estava errado.

-- Ah Bibi... ainda bem que veio... -- Ela diz soltando meus braços e fechando a porta.
Mesmo querendo ver a loira, me sento no sofá e espero a mãe de Duda me explicar as coisas, uma parte de mim sabia que ela esperava minha presença, Eduarda sempre me liga quando está mal.

Sempre te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora