Na estrada

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mini maratona pra vocês, espero que gostem :)
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(não revisado)
Juh

Na estrada...  O carro balançando não tornava nada fácil. 

- John, não tem uma outra via? - Minha chefe perguntava para o chofer. 

- Infelizmente não senhora, a outra via está interditada. 

- Mas isso está esburacado demais. 

- Eu sei, no entanto é o único caminho agora. - O chofer respondeu voltando sua atenção totalmente para a estrada. 

Para ajudar a ficar pior uma tempestade nos alcançou, a chuva só piorava e tivemos de parar em um trecho acidentado. 

- Senhora, creio que o melhor é buscar um abrigo por aqui, ou voltarmos. - Diz o chofer. 

- Sim, também creio ser o melhor. - Andrade concorda. 

- Então irei verificar se encontro algum canto aqui perto.  Vou também, a capas de chuvas aí no porta luvas, certo? 

- Sim. 

- Mas e eu? - Questionei ao ver quê a situação me excluía. 

- Fique aqui, não pode tomar chuva. - Ele diz, mas parece mais com uma ordem de minha chefe. 

- Não quero ficar sozinha... - Murmurei. 

Na realidade o medo dos trovões era irracional, mas ainda sim, um medo angustiante. 

- Voltaremos logo, não se preocupe. - Minha chefe disse já vestindo a capa. 

- Mas senhora... - Tentei pensar em como convencê-la a ficar e não conseguia. 

- Chefe, ela não parece bem, a senhora pode ficar, posso ir sozinho. - O chofer pareceu me entender e respirei aliviada ao ver quê a convenceu. 

- Certo John, leve o celular e ligue se achar algum lugar. - Ele disse e largou a capa de chuva no banco da frente. 

O chofer saiu e logo o silêncio no carro parecia mais terrível que meu medo por trovões. 

Um estralo no céu se fez audível. 

- Humm. - Resmunguei me encolhendo no banco. 

- O quê foi? A bebê está chutando? Ela passou a mão por meu ventre. 

- Não. - Retirei sua mão mais do quê de pressa. 

- E então? 

- Não é nada. - Me fiz a dura.  Outra trovoada me fez encolher. 

- Diga a verdade, está com dor, não é?  Olhei para minha chefe, a preocupação em seus olhos de alguma forma me fez sentir bem. 

- Não é dor, é medo esta bem! - Disse irritada. 

- De mim? 

- Essa mulher realmente tem cérebro? - Murmurei para mim mesma. 

- Sim, mas essa mulher não é adivinha Juliette. - Ela respondeu.

- Acha mesmo que não consigo te ouvir murmurando? 

- Bem, achei que não. - Respondi rindo. 

Era sempre assim, uma mudança de humor trás outra. Lembrava-me de estar brava, mas de repente ao vê-la irritada eu ficava feliz e não tinha ideia de como controlar. 

- Você está me deixando louca. - Ela leva a mão ao cabelo bagunçando alguns fios. 

Eu gosto de vê-la assim e sem explicação me pego sorrindo. 

- Sabe, fazia um tempo que você estava estranha, e de repente descobrir que minha secretária esta grávida não é fácil. - Ela diz parecendo desabafar. 

- Percebi. - Cruzo os braços. 

Quero parecer tão frívola quanto ela costuma ser, mas então outra trovoada me faz perder a compostura e praticamente pulo no colo dela. 

- É isso, tem medo de trovões! - Ela diz como se estivesse acertando no bingo. 

Eu não posso evitar tremer e ela deixa seu "eureca" para me ajudar. 

- Ei, é só barulho. Não vai te acontecer nada. 

Sinto-a me abraçar e me colo ainda mais nela, é bom sentir a segurança de seu abraço. 

O tempo vai passando, a calma me toma mesmo com todo o barulho de fora e antes de cair no sono eu a ouço dizer:
Espero que não se afaste de mim...

Escondendo a gravidez da minha chefe - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora