Febre

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As cinco e vinte da mesma madrugada...No corredor do meu condomínio com minha chefe

- Você quer o quê?

- Pouco me importou as formalidades. Se ela estivesse brincando, me usando ou qualquer coisa do tipo, não sairia barato, mas minha chefe nunca foi do tipo que brinca.

Talvez naquele momento, saber quê ela não brincava era o que mais me assustava.

- Preciso que finjamos um relacionamento até quê a Sra. Queiroz feche a venda da casa. - E esse pedido me fez engasgar.

Ela já tinha um plano, ela até mesmo já havia dito á Sra. Queiroz sobre "nós", um nós imaginário.

- Sra. Andrade, não está indo longe demais?

Ela deu dois passos a frente, encurtando a distância entre nós.

- Como minha secretária, você mais do quê ninguém deveria saber que aquela propriedade é a única coisa nos impedindo de colocar a construção do Resort Aurora em prática. - Ela falava sério. - Então sabe que devemos fazer com quê ela nos venda a qualquer custo, não sabe?

Ela voltou a andar.
Chegou até o elevador ao fim do corredor e disse:

- Têm duas horas para fazer as malas.

- O quê, não estou entendendo. Vamos aonde? - a encarei perdida.

- Marquei o almoço na casa da Sra. Queiroz. Vamos passar o dia com ela.

- Mas senhora... - Considere trabalho Srta. Freire. - Disse adentrando o elevador.

- Senhora, eu não... O elevador se fechou levando a mais convencida mulher que havia conhecido em minha vida.

- Eu não posso fazer isso... - Resmunguei sozinha.

Quase duas horas depois, lá estava eu, obrigada a estar de malas prontas e me perguntando o quão longa poderia ser a viagem.

Pelo que sabia, não haviam voos para o local e ônibus não eram opção para uma pessoa como minha chefe. A única coisa que restava era viajar de carro.

Uma mensagem faz com quê a tela de meu celular acenda, leio a ordem de minha chefe para descer e faço um desejo para que o carro quebre.

Ao descer a encontro esperando-me a frente do elevador. Facilmente se confundiria com um cão de guarda, mas para mim, Dayane era um carrasco que veio ao mundo para me torturar.

- Demorou. - Foi o cumprimento dela. - Vamos, chegaremos muito tarde neste seu ritmo. - E por fim me chamou de lenta.

Como ela conseguia ser tão detestável nas vinte e quatro horas do dia?

- Se me der licença chefe. - Sorri para disfarçar a irritação.

Se pudesse, teria passado com a mala sobre os pés dela, mas isso só pioraria as coisas pra mim.

O chofer fez questão de abrir a porta para mim, antes de colocar a mala no bagageiro.

- Obrigada. - Disse ao chofer que me sorriu gentilmente.

- Já podemos ir? - ela me encarou.

- Claro senhora. - Respondi engolindo uma cápsula para enjoos.

Meia hora de viagem e já havia pedido para quê parássemos. Coloquei tudo para fora no posto de combustível, depois de mais uma hora os fiz parar em uma mercearia no nada, pois precisava usar o banheiro.

Minha bexiga não aguentava mais nada, não importava se estava em casa ou no trabalho, nas últimas semanas tenho passado mais tempo fazendo xixi que qualquer outra coisa.

Se tivesse que chutar, devia ter-nos chego três horas mais cedo se não fosse por minhas inúmeras paradas.

- Srta. Freire, se sente bem? - O chofer perguntou ao abrir-me a porta.

Eu sabia que tantos enjoos não deviam ter me deixado com a aparecia boa, devia estar verde e podia confirmar isso ao ver a cara da minha chefe tão preocupada quanto o chofer.

- Meu Deus, ela tem emoções... - Murmurei achando engraçado as feições de Sarah.

- Senhora, posso carregá-la se não estiver bem. - O chofer me apoiava pelos cotovelos.

Minha cabeça já estava tão pesada que a tontura não me deixava focar em meus passos e se não fosse pelo amparo logo a frente, teria uma queda inesquecível.

- Pode deixar John, você pode voltar. -Sarah falou.

Tinha consciência de quê minha chefe me tinha em seu colo, mas as forças que eu precisava para pedir que ela me colocasse de volta ao chão, não estavam presentes.

Meu estômago ardia e a ânsia persistia, mesmo sem ter o que mais eu colocar para fora.

- Sejam bem vindos. - A voz da que devia ser da Sra. Queiroz chegou até meus ouvidos, ela parecia longe, mas se aproximou logo depois.

- Ela está bem?

A preocupação nítida em sua voz me fez querer dizer para quê não se preocupasse, mas minha chefe se entre pôs.

- Não queria chegar invadindo logo assim, mas podia nos ceder um lugar para deita-la? - As maneiras tão educadas de minha chefe pedir tal favor a senhora, me deixaram impressionada.

- É claro, entrem. Há um quarto de hóspedes na casa, pode deixá-la descansar lá. - A senhora nos mostrou o caminho, ou melhor, mostrou a minha chefe o caminho, já que eu parecia apenas ter consciência sem um corpo.

Nós entramos, ela me carregava tão fortemente perto dela, que comecei a senti-la me apertar.

- Este é o quarto. - Ouvia ela dizer. - Tire o abrigo dela e deixe-a esfriar, parece uma febre alta.

- Não. - Disse eu, em um tom fraco, mas audível.

Poderia apostar que todos me olhavam, mas aquela altura eu já não conseguia abrir os olhos, apenas os escutava.

- Deve estar delirando, pobrezinha. - A senhora seguiu, ignorando minha relutância.

Tentei dificultar para que não tirassem meu abrigo, pois a blusa de baixo era fina e deixava claramente expostas as curvas de meu ventre.

- Não... deixem o abrigo... - Consegui dizer e elas não seguiram.

Respirei aliviada, mas ainda estava preocupada. Como assim estava febril? E o bebê? Ficaríamos bem?

- Olha minha cara ela tem que tirar esse excesso de roupa e precisa de um banho para baixar a febre. - Escutei a senhora dizer mais baixo, apenas para quê ela ouvisse.

Meus ouvidos eram ótimos até quando dormia, ouvi-los era fácil, mas cada palavra me deixava mais preocupa. O medo em ser descoberta e ... eu não precisa daquele pressão, não queria que ela soubesse.

- Escute Juliette, vamos ter quê tirar, você pode piorar se continuar com este poncho. Sem força para dizer mais nada, apaguei.

Derick, meu deus, agora??
Beijos, lua ♥️

Escondendo a gravidez da minha chefe - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora