Olá, queria deixar claro que não tenho estudo nessa área e que aqui é tudo uma ficção, então não sei dizer se os termos e entre outras coisas estão de forma correta.
Espero que gostem, boa leitura.
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Meu primeiro pensamento em cada manhã era o mesmo: "Mais um dia". Mas isso era parte da minha simples rotina, pelo menos até eu receber um bilhete, uma notificação do juiz para que eu fosse informada da minha convocação para uma audiência. Uma audiência contra mim.
Recebi essa carta à uma semana pelo que consigo me recordar, isso acarretou uma tremenda correria na minha vida e tirou toda a minha calmamente monótona rotina.
Uma audiência de ordem de despejo, a minha imobiliária, pelo que parece... ocultou da justiça todos os meses que eu apareci presencialmente para fazer esse depósito. Claro que eu tinha todas as notas, mesmo que eu não precisasse disso. Eu deveria ter sido a primeira a buscar esses direitos, eles aumentavam o aluguel do salão em que minha loja estava, todos os meses desde a metade do ano passado, e por causa da minha falta de coragem para resolver esses pequenos assuntos, eu estava em maus lençóis neste momento.
Era inicio do outono, o sol fazia um calor abafado subir do asfalto e o vento soprava fresco. Eu já estava esperando desde cedo dentro do tribunal, a sala de espera para entrar nas salas subsequentes estava lotada. Nunca precisei estar dentro de um lugar assim, mas o advogado que consegui para que tentasse reverter a situação me incentivou a aparecer. Eu não queria. Parte disso era culpa da minha falta de jeito e eu previa estar completamente encrencada.
— Audiência das dez! — o segurança abriu a primeira porta e meu advogado ainda não tinha aparecido.
Meu corpo entrou pânico, fiquei olhando para o guarda que já era um senhor e nada me fazia levantar daquele banco. As pessoas olhavam umas para as outras procurando a pessoa que levantaria para entrar naquela sala. Eu não conseguia me mexer. Os olhos azuis do guarda varria a sala sem expressão alguma, como se estivesse pouco se importando para cada um dos problemas dessas pessoas, inclusive o meu.
Eu estava sozinha, teria que encarar um tribunal, um juiz e a imobiliária que mentia sobre meus pagamentos. Não era uma questão simples para que eu conseguisse me levantar e resolver por mim mesma, o que seria da minha palavra contra a de um reclamante com um advogado? Talvez eu não devesse ter saído de casa mesmo, minha loja ia bem e eu poderia encontrar um outro espaço perto do meu apartamento; eu tinha clientes fieis e não precisava me prender à aquele lugar.
Mas eu tinha provas, minha pasta continha todas as copias dos papéis que eu tirei foto quando fiz o pagamento. Eu achei que nunca fosse precisar usar isso na verdade, meu relacionamento com o senhorio era boa e nunca houve qualquer tipo de problema. No entanto, eu sabia que algo estava errado e não podia deixar que me prejudicassem dessa maneira, não poderia pagar uma multa ou uma indenização. A loja me rendia o que eu precisava para pagar o aluguel e as contas, mas somente isso.
— Vou chamar a ultima vez. — o senhor insistiu. — Audiência das dez!
— Aqui. — Eu não tinha uma outra alternativa.
Minhas pernas tremiam antes mesmo que eu as firmassem no chão, a sensação de que eu iria desmaiar em qualquer instante era tão forte quanto a certeza de que estava tudo desmoronando.
O guarda acenou me chamando para entrar dentro daquelas assustadoras portas de carvalho velho. Me sentia num filme de terror, aquele filme completamente clichê onde a moça caminhava para sua possível e provável morte, a minha parecia estar dentro daquela sala. Apertei a pasta contra meu peito e me propus a enfrentar aquela sentença de morte.
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Por Ele - Kakashi
FanfictionSão visões, sensações e sentimentos... O mundo pode girar de formas incríveis, basta se deixar imaginar... - Essa história não é Kakasaku; - Não é no mundo Naruto; - Irá mexer com a percepção em primeira pessoa sobre o poder que alguém tem sobre nós...