O que é preciso para chegar ao inicio do limite?

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As chamas cintilavam em cima dos diversos móveis da extensa cozinha, o cheiro adocicado era algo que invadia minhas narinas constantemente desde que entrei naquele lugar.

O tempo passou rápido durante a viagem de carro, quase não conversamos e acredito que isso foi proposital da parte dele. Claro que, isso com toda a certeza do mundo me deixaria perdida todo o tempo até que ele finalmente conversasse como uma pessoa civilizada.

No entanto, o silêncio com diversas trocas de olhares e meio sorrisos vindo dos belos lábios dele me faziam tremer em antecipação. Era óbvio que eu queria beijá-lo novamente, ou até mesmo receber novamente o vinho que ele deixou dentro de um pequeno balde de ferro em cima da mesa redonda.

Colocada estrategicamente de frente para a cozinha, a mesa estava arrumada e tinha espaço para dois. Eu não consegui prestar a atenção em mais nada além da tensão que se instalou no meu interior desde que ele destrancou as portas da casa dele. Tudo o que enchia meus olhos eram o espaço que dividiríamos enquanto jantávamos e o brilho claro das velas ao redor.

— Me permite? — eu estava presa nos meus devaneios quando Kakashi puxou delicadamente a alça da minha bolsa do meu ombro. — Sente-se, irei servir o jantar.

Ele era doce, tão doce que as vezes fazia eu me esquecer que ele era um homem com poderes num tribunal e que tomava partes de mim sem esforço algum. Bastava um toque, o mesmo que ele fez quando sem querer, deslizou os dedos dos meus ombros.

— O... obrigada... — era incrível minha falta de dicção quando eu estava perto dele.

Era uma tortura, eu ainda tinha os grampos presos aos meus mamilos e a tensão parecia ajudar a mantê-los pesados.

— Não há com o que se preocupar. — ele sorriu enquanto apoiava a bolsa no balcão ao lado da porta de entrada. — Mas antes de deixá-la tomar um dos lugares a mesa, preciso saber... — Kakashi parecia ler minhas emoções e sensações, isso era um absurdo. Mas, ele tocou lentamente meu rosto de um jeito delicado que o polegar segurava um lado da minha bochecha e os outros quatro dedos segurava o outro lado. — Está com o que mandei para você?

Eu queria responder, sorrir como ele fazia e tirar as palavras da boca dele. Mas como? Eu estava presa no olhar profundamente negro dele e ele apenas tentava decifrar o que eu dizia sem conseguir abrir os lábios.

Era definitivamente impossível falar, eu procurei no fundo da minha mente diversas formas para fazer isso e não encontrei nada, nada além da sensação que era ter as mãos dele sobre mim.

— Vamos, meu bem. Eu fiz uma pergunta e sei que consegue me responder.

Eu tremi. Meu corpo sofreu uma súbita descarga que me deixou mole, ele basicamente havia me deixado a mercê de qualquer coisa que ele quisesse fazer.

Então acenei, como uma tola e envergonhada mulher adulta. Acenei concordando sem a mínima capacidade de fala, eu havia deixado de ser um ser humano consciente e isso me deixava estranhamente excitada.

— Você é surpreendente... — ele suspirou e sorriu vitorioso antes de soltar meu rosto e fixar os olhos no decote do meu vestido. — Eu posso?

Era como se essa pergunta tivesse invadido cada um dos poros da minha pele, eu queimei sem que ele tivesse feito qualquer coisa para que isso realmente acontecesse.

Mas eu concordei, presa no brilho excitado e ansioso dos olhos dele.

Kakashi sorriu, e desceu a mão que ainda estava próxima ao meu rosto para deslizar por toda a pele desde o pescoço até o início do decote solto do meu vestido. Meu corpo arrepiou com o toque e eu simplesmente não consegui segurar o leve suspiro que ultrapassou minhas narinas naquele momento.

— Se acalme e confie em mim... — ele mordeu o lábio inferior.

Eu acenei e lentamente.

Os dedos ágeis se moveram para o centro do meu peito e devagar, balançou o tecido ali e consequentemente as alças que me mantinha vestida deslizaram pelos meus ombros. Foi instantâneo, meus olhos se fecharam com força quando senti o tecido escorregar pelos meus ombros.

A brisa fria e suave tocou a região que agora estava nua, meus seios foram expostos e tudo o que eu conseguia fazer era suspirar com a sensação de estar despida sob o olhar dele.

Os prendedores ainda apertavam meus mamilos e o frio da corrente ainda me faziam arrepiar. Era um peso que não dava para esquecer e uma excitação que nunca tinha fim.

— Continue de olhos fechados. — falou ele, com o tom mais suave e acolhedor.

Obedeci. Não apenas por ele ter sido gentil, mas porque era mais fácil de conter a vergonha por manter meus olhos fechados.

Meus sentidos estavam completamente bagunçados, mas aguçados. Eu podia sentir o cheiro gostoso dos temperos que borbulhavam dentro da panela, eu conseguia ouvir o respirar suave e contido do homem que estava na minha frente, também podia sentir cada minúsculo toque do ar e dos dedos macios dele que ainda puxavam o decote do meu vestido que se mantinham presos abaixo dos meus seios e as alças prendiam meus braços junto ao meu corpo.

Estava tudo tão mais aguçado, tão nítido mesmo que eu mantivesse minha visão bloqueada. E não demorou para que ele enfim desse o próximo passo, gentil e suave, me fez ofegar com o peso da tensão que se instalou com a atitude dele.

Kakashi puxou a corrente que ligavam meus mamilos um ao outro, a pressão aumentou e a dor me fez gemer automaticamente.

— Perfeito... — ele sussurrou próximo ao meu ouvido. — agora se deixe ir para onde estou te conduzindo.

O puxar aumentou e minhas pernas não demoraram para seguir a direção que os puxões me levavam. O cheiro do jantar aumentou e senti suavemente a ponta da mesa tocar minhas coxas.

— Sente. — soava como uma ordem, mas não chegou a ser rude e isso me excitou de um jeito estranho.

O som da cadeira sendo arrastada indicava que estava possivelmente na posição certa para que eu me sentasse, senti os dedos dele se ajustarem na minha cintura e depois as contentes serem puxadas para baixo indicando que era hora de me abaixar.

Mas foi rápido, meu corpo foi ajustado em algo mais macio. Senti minhas costas bater contra o peito dele e os braços fortes se ajustarem a minha cintura.

— Não! — foi instantâneo, gritei pelo susto e tentei sair de cima do colo dele.

— Ume! — Kakashi me segurou e puxou com um pouco mais de força a corrente me fazendo parar de me debater rapidamente. — Muito bem, confie em mim. Não farei nada demais. Pode abrir os olhos e olhar para mim.

Foi o que fiz, meu coração se debatia como louco no meu peito e eu podia ver como meus seios subiam e desciam desesperados em busca de ar. Ele segurava com firmeza a corrente e não mudou a expressão calma quando o encarei em busca de respostas.

— Não se preocupe, não faremos nada que você não aprove. No entanto, não poderá jantar com os braços assim, presos junto ao seu corpo. — eu instantaneamente tentei mover os braços e tudo o que pude fazer naquela posição era mover o antebraço embaixo da mesa. — E além disso, como aceitou a proposta quero mostrar coisas que você pode sentir sem que eu chegue a tocar em você.

— Eu não entendo, isso... — murmurei inquieta, tudo era demais para que eu conseguisse assimilar, tantas sensações e emoções. — Por que estamos fazendo isso? Por que não podemos nos conhecer como pessoas normais?

Kakashi sorriu, de um jeito doce e mostrava tanta compreensão nos olhos negros que eu quase perdi a minha linha de raciocínio.

— Porque isso é bom, Ume. — ele puxou um pouco mais a corrente e me fez suspirar pelo incômodo. — Porque você quer isso e porque não podemos começar de um modo diferente?

Não era ruim, de jeito nenhum. Mas cada uma das coisas que ele estava fazendo comigo sem tocar diretamente em mim ou insinuar que queria mais do que estávamos começando a fazer, me assustava.

Eu estava nua da cintura para cima, com os seios expostos e presos por prendedores feitos especialmente para estarem ali. Sentada no colo de alguém que eu quase não conhecia, com os braços presos e completamente a mercê das vontades que ele pudesse ter. Como eu havia chegado a isso?

— Estou cansado de relacionamentos que começam com encontros normais e que quase sempre acabam com um simples sexo casual. — ele suspirou antes de continuar. — E com você, desde que basicamente a vi, senti que podia ser tudo o que eu sou e mostrar tudo o que tenho para dar.

— Por...

— Porque você se entrega, por mais que você não note. — seu sorriso aumentou e meus pêlos eriçaram. — Cada pedaço seu se rende e implora por cada coisa que minha cabeça pensa em proporcionar a você. Eu não quero apenas te usar Ume, acredite nisso, só quero não precisar deixar de ser quem sou.

— E quem você é?

— Alguém que domina todos os seus desejos.— Ele foi firme no que disse e a pressão no meu mamilo direito aumentou. — Você ainda tem total controle sobre si, Ume. É só me dizer que não quer mais e eu serei muito feliz e me contentarei apenas com sua companhia num belo jantar.

Eu gemi e apertei a barra do meu vestido, presa sobre o olhar negro e hipnotizante que ele lançava em mim. Kakashi parecia gostar dos efeitos e das reações que causava em mim, não era nada do que eu estava acostumada mas... cada um dos suspiros e sorrisos satisfeitos que ele dava, era como se fossem lançados diversas ondas de puro prazer para o meu baixo ventre.

— Vê? — Kakashi sorriu e depositou um suave beijo na ponta do meu ombro direito depois de ter me arrumado para ficar de lado ainda em seu colo. — Ter as sensações do seu corpo completamente direcionadas por mim a excita, eu sei disso e eu gosto de cada uma das reações que consigo tirar de você. Gosto de ver o quanto você é transparente, pronta para experimentar e deixar que eu desfrute disso.

— Kakashi... — Resmunguei sentindo uma suave dor se tornar aguda a medida que os dedos dele puxavam um lado da corrente.

— Me peça para parar.

— Não! — ele sorriu e aposto que deveria ter sido por causa da minha resposta desesperada.

— Boa garota. — ele me elogiou e senti meus músculos derreterem a medida que ele ia soltando a corrente. — agora, preciso da sua permissão. — eu pisquei confusa, nesse momento não tinha mais nada que eu pudesse negar a ele. Então ele continuou. — Posso tocar em você?

Minha testa enrugou sozinha, era impossível ter mais contato físico que esse a não ser... Não! Claro que ele não estava falando disso! Idiota!

Meus seios ainda está expostos e por frações de segundos eu conseguia vê-lo passear os olhos de um para o outro antes de voltar a encarar meus olhos.

Eu acenei, mesmo que ele não soubesse, com aquele aceno, eu estava dando a ele cada um dos passes que ele pudesse chegar a pedir. Não era algo que eu tivesse planejado, eu queria apenas que ele não precisava parar para pedir qualquer tipo de permissão minha. Mesmo que eu estivesse pronta para negar, querendo loucamente por baixo de toda essa negação.

— Me beije, Ume. — Meu rosto queimou desesperado, mas deixei que meu corpo tomasse a frente sem que eu deixasse e abaixei o rosto para encontrar os lábios macios que eu tanto senti falta. — Tão doce...

Desejei desesperadamente por controle, eu senti naquele momento um medo real de me deixar afobar pelos lábios macios dele. O toque suave da língua pedindo passagem para invadir minha boca novamente.

Eu o queria, definitivamente o queria. De cada uma das formas que ele imaginava ser comigo.

Então tudo se intensificou quando a mesma mão que antes segurava a corrente dos prendedores agarrou um dos meus seios e o massageou. Eu suspirei, gemi e senti minhas costas arquearem para dar todo o acesso que ele precisasse.

— Não seja tão apressada, você ainda deve jantar antes que possa tirar os prendedores dos seus belos seios, Ume.

O som autoritário fez meu corpo estremecer, eu queria, o que quer que fosse, realmente não importava desde que fosse ele quem estivesse fazendo.

— Kakashi... — talvez chamar o nome dele assim estava se tornando um costume, com suspiros e um certo gemido escondido enquanto ele sorria convencido para meu rosto torcido em um quase desespero.

— Vou entender isso como um sim, agora... — Kakashi soltou a corrente e suspirou ao me ouvir gemer de alivio. — abra a boca.

Em quantos níveis eu deveria achar estranha essa situação? Estar sentada no colo de um homem não era tão ruim comparado a estar presa com os seios expostos enquanto ele segurava o talher com um brilhoso pedaço de carne na ponta.

Em qualquer visão seria uma humilhação, esperar por isso e deixar que ele me tratasse dessa forma. Mas eu queria que ele continuasse, que driblasse minha vergonha como estava fazendo desde o episódio do vinho, eu ansiava por isso. Eu estava ficando louca.

E era delicioso, tanto o pedaço de carne que se desfez na minha boca quanto o sorriso satisfeito daquele homem que não estava se importando em me tratar como alguém tão dependente daquela forma.

Eu me deixei amolecer, me deixei ser completamente guiada por ele, afinal, estávamos a sós e nada poderia me fazer sentir ainda mais vulnerável como eu já estava.

Ele continuou até que eu houvesse comido tudo o que tinha no prato.

— Você está indo muito bem. — Kakashi sorriu e após deixar o talher em cima da louça, encaixou a mão livre no meu queixo e me fez curvar o corpo o suficiente para que ele alcançasse meus lábios com mais facilidade. — Está na hora de te libertar desses prendedores, o que acha?

Eu acenei e ele girou lentamente as pequenas válvulas que aumentavam a pressão do aperto. Meus seios pareciam pesar ainda mais conforme o aperto diminuía e Kakashi suspirava cada vez que eu consequentemente gemia baixinho tentando suportar a ardência que aumentava, era incrível.

Meus mamilos estavam vermelhos e um pouco amassados por causa do aperto constante, mas não era o que me deixava completamente perdida. Kakashi me olhava agora com certo carinho e me fez levantar para que eu pudesse me sentar com uma perna de cada lado do quadril dele, talvez essa enfim fosse a sentença de morte que eu tanto esperei.

Mas ele não disse nada, apenas sorriu maldoso e sem hesitar segurou um dos meus seios e levou o mamilo dolorido a boca. E eu senti uma explosão, uma dor intensa misturada com um enorme prazer que irradiava para meu baixo ventre.

Ele sugava lentamente com os braços enrolados na minha cintura, tirando de mim todo e qualquer tentativa de me livrar daquele ataque. Também não era como se eu quisesse sair dali, mas todo aquele aperto, aquela tenção e pressão nos meus seios por causa das leves sucções estava me levanto a perder a razão.

— Vamos Ume, eu sei que você está perto. — ele murmurou largando um mamilo para ir para o outro.

Eu estava perto, perto de explodir em um êxtase que eu jamais havia sentido em toda a minha vida. Mesmo que eu não estivesse sendo realmente tocada, parecia que meu mamilo estava diretamente ligado ao meu pobre clitóris e não demorou para que eu realmente explodisse em orgasmo que me fez tremer loucamente.

Kakashi me segurou com força enquanto meu corpo convulsionava tremendo, era uma sensação única e parecia que eu explodiria em pedaços. Ele sorriu a medida que meu corpo acalmava, ele me aninhava em seu peito. Ainda nua, da cintura para cima e completamente perdida por aquele homem.

— Deliciosa. — ele sussurrou, erguendo meu rosto para deixar pequenos beijos lentos e superficiais nos meus lábios.

Eu estava ficando louca e talvez minha vida chata e monótona tivesse seu fim definitivo, na verdade, eu não conseguia sequer pensar.

Seria ruim demais mergulhar de cabeça nas loucuras que esse homem estava me proporcionando?

Por Ele - KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora