Capítulo 24

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Capítulo revisado em: 01/10/2023

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Jeanist, hein?

Izuku engoliu em seco. Ventos fortes varriam a avenida e sopravam seus cachos de um lado para outro. À sua frente, orgulhosa e imponente, estava a sede da Jeanist.

Antes de entrar, ele observou o design elegante e suntuoso do prédio e, para aplacar a ansiedade, tentou contar sua quantidade de janelas. Distraiu-se quando, pelo reflexo do vidro, viu os irrigadores a suas costas ganhando vida e esguichando arcos paralelos nos extensos jardins, uma gota ou outra atingindo seus sapatos.

Izuku respirou fundo e entrou de uma vez. Deparou-se com uma recepção enorme. A paleta de cor do interior do edifício era arranjada e, ainda assim, descolada. Luzes douradas e azuis reluziam de todo canto, e havia menos funcionários, mas, no geral, a sede não era tão diferente do prédio onde foi realizado o concurso Plus Ultra: aquele, comercial; este, corporativo.

Mais confiante, Izuku aprumou-se e caminhou até a recepção. Conversou com uma moça, e ela lhe informou que o esperavam no décimo andar, o que aliviou a voz em sua cabeça que dizia que o e-mail havia sido apenas fruto de sua imaginação e que, assim que subisse, rostos confusos questionariam quem diabos ele era. Outra funcionária se aproximou para o levar ao local indicado. Izuku seguiu-a até o elevador e, enquanto subiam, um pensamento lhe ocorreu.

Aquela era a sede da Jeanist, não? E quem era, se não, o garoto propaganda da marca?

Não, não precisava se preocupar; Bakugou atuava no prédio comercial, portanto deveria ser raramente requisitado à sede. As chances de eles se esbarrarem eram mínimas.

Em pouco tempo chegaram no décimo andar. A moça guiou Izuku até a sala do CEO, pediu para que ele esperasse um instante e entrou primeiro. Izuku mudou o peso de um pé para o outro e observou dois cactos encostados na parede até a moça aparecer e dizer que ele podia entrar.

Ele mal entrou na sala e precisou erguer o pescoço para alcançar os olhos de Tsunagu Hakamada. Intimidou-se. Vê-lo pelos sites e ao longe nos eventos era totalmente diferente. Ele era muito alto. Izuku se sentiu uma formiguinha. Focou-se no rosto dele. Tsunagu tinha queixo fino e maxilar esbelto. Seus olhos eram verde-água, mas Izuku só soube disso através de um deles, pois o outro estava oculto sob a franja loura. Logo abaixo, vinha o pescoço fino e excepcionalmente longo, outro responsável, além das pernas, por sua altura elevada. Ele vestia um conjunto jeans azul marinho. O tecido compunha até mesmo seus sapatos.

Essa última parte não surpreendeu Izuku. A Jeanist, afinal, era popular por seus jeans tanto descolados quanto elegantes. Era a sua marca, cuja história começou com a manipulação do tecido dito "grosseiro", voltado à classe trabalhadora, e terminou como a dona da linha mais luxuosa de jeans do Japão. Era um tanto irônico que seu principal modelo, Bakugou, detestasse usá-la, mas de toda forma fazia um sucesso estrondoso.

Em resumo, Tsunagu Hakamada era um fenômeno. Um fenômeno que, por alguma razão, queria algo com um "secundário" como Izuku.

— Fico feliz que tenha vindo, sr. Midoriya — disse Tsunagu. Sua voz era educada e aveludada. — Vamos, sente-se.

Izuku não hesitou: sentou-se na cadeira indicada à mesa de Tsunagu, que também tomou seu lugar.

— Escute, meu jovem. Vou ser direto com você. Devo admitir que sua performance durante meu concurso me impressionou. Seus trajes possuíam a essência de um olhar único e abrangente.

Izuku perdeu o ar.

— Sério? M-Mas...

Tsunagu fez um gesto simples com a mão.

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