Capítulo 8

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Capítulo revisado em: 18/12/2022

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Tão logo eles atravessaram as portas de um restaurante de aparência rústica tanto por dentro, quanto por fora, Midoriya localizou, em dois segundos, a mãe dele, e Katsuki assistiu ao rosto redondo resplandecer em euforia. Folgou o cachecol enquanto, meio distraído, seguia o estilista.

— Mãe, ei!

— Izuku! — Uma mulher rechonchuda levantou-se de uma mesa próxima à janela e recebeu-o de braços abertos.

Quando eles se abraçaram, Katsuki disfarçou um revirar de olhos e um pequeno bufo e aproximou-se deles, mãos enfiadas no interior do casaco. Aguardou-os terminar e, a fim de fazer alguns segundos daquele melodrama valerem a pena, analisou a mãe de Midoriya. Reconheceu nela os mesmos olhos grandes e aquosos do filho, apesar da pigmentação verde das íris parecer mais densa.

Ademais, ambos não frearam os verter de algumas lágrimas. Maravilha. Pelo visto, o emocional sensível era de família.

— Oh, Izuku! Você está um rapaz tão bonito! Deixe eu olhar pra você. — Inko, cujo nome Katsuki soube por Midoriya pouco antes, não cessava de lançar os cachos do filho para trás e massagear suas bochechas coradas de felicidade. — Ah, sim, está muito bonito. Mas... que olheiras são essas? Não tem dormido direito?

Surpreso e desestabilizado diante da preocupação dela, Midoriya afastou-se um pouco e coçou a nuca.

— A-Ah, é apenas o trabalho... — A desculpa não pareceu convencê-la totalmente, mas, decerto aproveitando o olhar curioso que ela lançou a Katsuki, ainda parado ali ao lado, Midoriya tirou o foco de cima dele ao mudar de assunto: — Ah, Bakugou, esta é minha mãe, Inko Midoriya. E ele... é aquele de quem te falei antes, mãe — relembrou-a num sussurro.

— O modelo? — Inko pousou seus brilhantes olhos sobre Katsuki novamente, cuja expressão séria ameaçava perecer à uma de natureza intimidadora caso aquela lenga-lenga não terminasse. — Uau! Você tem mesmo um belo material para trabalhar, Izuku! — exclamou ela.

Midoriya, rosto escarlate, apresentou intenção de gaguejar algo relacionado ao bom-senso de não se dizer tal tipo de coisa, quando Katsuki enfim tomou a palavra.

— Poderiam parar de falar de mim como se eu fosse a porra de um boneco? E vamos ficar em pé aqui pra sempre ou jantar de uma vez?

Estáticos, mãe e filho só fizeram observar Katsuki arrastar uma cadeira e acomodar-se na mesa. Olhos verdes se entreolharam e, em dois tempos, Izuku e sua mãe se juntaram a ele, não sem antes, é claro, proferirem um pedido de desculpas.

Enquanto olhavam o cardápio, Inko — que, percebeu Katsuki, devia ter o mesmo tique do filho de não conseguir ficar calada — iniciou um novo assunto.

— E como vão as coisas com o tal "Plus Ultra"? — Ela olhou Midoriya com expectativa. — Espero que esteja indo tudo bem, querido...

De imediato, Katsuki viu a mesma névoa de tensão que o estava enlouquecendo há dias flutuar sobre a cabeça de Midoriya, e rapidamente interrompeu a conversa:

— Foi mal, mas poderíamos pedir os pratos? Preciso comer na hora certa, sabe, coisa da dieta...

Inko envergonhou-se.

— Ah, claro! Perdoe minha desatenção.

Num suspiro aliviado, mas imperceptível, Katsuki respondeu um "de boa" e pôs-se a analisar as opções de pratos que aquele restaurante dispunha. Porra, havia sido por pouco. No caminho até lá, Midoriya informou-lhe que Inko, apesar de saber do envolvimento dele com o concurso Plus Ultra, não era uma grande entusiasta da moda, então desconhecia as circunstâncias da briga entre a Jeanist e a Torino. Assim, ela não fazia ideia dos riscos que o filho corria caso viesse a ser descoberto.

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