Jeremy Winter, o homem de uma mulher só. Ele não curte noitadas e muito menos sexo sem compromisso, para se envolver tem que estar apaixonado, para desejar uma mulher vai além do físico, com alguns pensamentos antiquados vai viver um novo dilema qua...
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Jeremy Winter...
Tinha acabado de sair de uma reunião quando o Owen abre a porta da minha sala. Ergo meu olhar para ele, voltando a prestar atenção no trabalho em si. E em outros compromissos que viria no decorrer da noite, eu tinha me dado uma folga no domingo que tinha resultado hoje e a pior parte é que o dia todo foi tendo que ir em reunião em reunião. Ele coloca o café em minha mesa, a Jones tinha acabado de sair. Ele coloca o café em minha direção e se senta na cadeira a minha frente.
– Já pensou em aposentadoria? – Indaga o Owen e acabo sorrindo com a sua pergunta. Acredito que ainda esteja muito cedo para pensar em aposentadoria, apesar de já ter dinheiro mais que suficiente para viver três vidas, vidas bem luxuosas se quisesse, mas amo meu trabalho, gosto muito do que faço para pensar em jogar a toalha agora.
– Está tentando se demitir? – Pergunto pegando o copo de café e experimentando.
– Não, só que não sou nenhum amante do trabalho. Claro que eu gosto do que eu faço, mas as vezes fico imaginando como seria viver a vida sem compromisso do trabalho, fazendo qualquer outra coisa para passar o tempo! – Exclama, abrindo o notebook para ver como está a contabilidade. Sorrio por que eu de fato não imaginei que o Owen fosse se dedicar a tantos anos assim no trabalho. Já que dinheiro nunca foi problema para ele.
– Admito que achei que não duraria o primeiro ano trabalhando nas Indústrias. – Pontuo. Ele gargalha praticamente se deitando na poltrona, esperando qualquer que seja o documento abrir.
– Também não, mas como disse eu gosto do que faço, sou bom nisso entende. Só que a gente não tem folga, mesmo quando vamos para outra cidade ou país é sempre a trabalho. Não me lembro de ter mais de setenta e duas horas de folga. – Reclama. Esse era o problema do sucesso. Você o almeja, o alcança e se vicia na sensação de melhorar de se aprimorar de sempre ser o melhor e de acordo que isso vai acontecendo, mais reconhecimento se tem, mais dinheiro se ganha, quanto mais trabalho, mais dinheiro eu tenho, mas isso requer muito esforço e sacrifício.
– Faz parte, não tem como chegar ao topo sem ter que abrir mão de algo. – Respondo. E ele estava certo já tinha anos que não tínhamos uma folga maior que um final de semana e ainda assim com uma agenda toda pronta. Onde mesmo de férias se trabalha, é uma ligação, um problema para ser resolvido.
– Infelizmente eu sei. – Diz. Ele volta a se concentrar no trabalho, quanto mais rápido terminarmos aqui, mais rápido podemos estar em casa. Meu celular vibra em cima da mesa quando vejo o nome do Henrique, raramente conversamos. Exceto quando estou no Brasil, se temos algo em comum é a paixão pelo trabalho. Na verdade puxamos isso do nosso pai. Uma faz coisas que minha mãe reclamava com o meu pai e agora havia transferido para ambos.
– Aposto que está trabalhando! – Exclamo assim que atendo. Escuto sua risada e em seguida percebo que ele está caminhando.
– Na verdade não, estou na cidade da minha namorada e acabei de receber o convite do Guilherme para irmos para uma das suas vinícolas, como nos velhos tempos. – Diz. Eu bem me lembro dessa viagens, a Sarah infelizmente nunca conseguia me acompanhar, sempre estava ocupada demais e no dia que íamos finalmente juntoa precisamos voltar, seu pai não estava muito bem de saúde.
– Soube por alto do seu relacionamento. Ainda com suas teses absurdas? – Pergunto. O Henrique é um ateu a respeito do amor, e nunca entendi exatamente o porque. Como alguém não acredita no amor? Sendo que nossos pais sempre foram dois apaixonados?
– Digamos que estou entrando em outros estudos. Mas não vou discutir minha vida pessoal com você, mas gostaria muito que conhecesse a Milena. – Fala. Nunca imaginei que o Henrique se envolveria com uma aluna, não por achar um absurdo, até por que o amor está nos lugares mais improváveis, mas por sempre ter sido muito bom em distinguir sua vida pessoal do trabalho.
– Minha cunhada. Já gosto dela só por saber que está te fazendo questionar essas suas teses. Pode deixar que vou dá um jeito de aparecer, assim conheço a namorada do Bryan também, ela merece um prêmio por estar o aturando. – Menciono. Ele gargalha e faço o mesmo.
– De fato. Não é qualquer pessoa que lida bem com as loucuras do Bryan. Porém pelo que tenho presenciado ele está menos babaca! – Exclama. Com certeza a coitada merece um prêmio por fazer o que ninguém mais conseguiu, fazer com que ele deseje melhorar.
– É um ótimo começo, espero que ele não estrague tudo, já que ele é ótimo nisso. – Afirmo.
– A gente coloca ele na linha se for preciso. – Menciona.
– Como nos velhos tempos? – Pergunto.
– Como nos velhos tempos. – Concorda. – Vou ter que desligar. Te vejo em breve. – Diz antes de desligar. Encerro a ligação e coloco na mesa e vejo o Owen me encarando.
– O que foi? – Pergunto.
– Eu não posso atender telefonemas, mas você pode? – Questiona. Ainda isso! Antes de buscar o café tinha pedido para deixar o celular em sua sala, já que a cada minuto ele o pegava. E isso tiraria o seu foco!
– Era preciso. E com quem você quer falar se a Liana está com a Miranda. – Digo.
– Eu sei, mas você sabe para onde elas foram? – Indaga. Claro que eu não sabia para onde elas tinham ido, meu encontro com a Miranda foi muito rápido e mesmo que quisesse saber, ainda não tenho esse direito de perguntar. Principalmente agora que sei que apesar de tudo, apesar de nunca ter imaginado em nenhuma hipótese no mundo, em nenhum cenário, eu estou envolvido com a Miranda e eu quero muito essa mulher para mim. E vou ter, vou fazer de tudo para conquistá-la de vez.
– Não, alguma boate? – Deduzo.
– Sim, uma boate masculina, uma casa de show, hoje é despedida de solteira de alguma amiga dela, não entendi muito bem. – Comenta ele ficando um pouco chateado, não vou culpá-lo por sentir ciúmes já que estou sentindo o mesmo. Engulo a seco a informação que preferia não saber.
– A Liana te contou isso? – Pergunto duvidando muito que ela fosse falar algo desse tipo para o Owen.
– Na verdade escutei sem querer quando ela estava falando no celular. Enquanto ela está lá vendo um monte de gostosão sem roupa, rebolando nela, eu estou aqui trabalhando. Quando eu virei esse frouxo? – Pergunta chateado. A situação seria engraçada se ele não estivesse me fazendo imaginar essa merda também.
– Elas não estão fazendo nada demais. – Digo pra ele, mas acreditando piamente nisso. A Miranda ela tem sim um gosto estranho para diversão, mas é o gosto dela, é o que ela gosta de fazer. E infelizmente as mulheres também se interessam pelo entretenimento de uma despedida de solteiro. Eu não tive na primeira vez e não me arrependi por isso. A única mulher que quero tirando a roupa para mim é a minha.
– Você sabe? – Indaga.
– Confio na Miranda, elas só estão se divertindo. Agora vamos trabalhar. – Peço. Ele me olha chateado, mas volta a prestar atenção, ao menos eu espero que ele esteja mesmo prestando atenção.
– Só estou dizendo que se fosse o contrário, elas não iriam gostar. É isso que não gosto das mulheres são tudo hipócritas. – Reclama. Estou vendo que vou sair daqui só amanhã nesse ritmo, escutando o choro dele. Até ontem ele e a Liana não tinham nada, exceto um jogo da conquista e agora ele está aqui reclamando. Não era ele o desapegado?
– Owen trabalhe. – Peço tentando não perder a paciência.
– É a verdade. Elas nos acusam de ser mentirosos, safados. Quando na verdade são elas que nos seduzem e quando vamos ver já estamos enredados em sua teia de falsidade e mentiras. – Diz agora parando mesmo de trabalhar, dá um gole no café, mas tenho certeza que preferiria algo mais forte. Por que eu estou preferindo.
– Não era você que não queria nada sério. Não era você que estava sendo o jogador, está reclamando do quê? – Pergunto tirando o óculos, já perdendo a pouca paciência que me resta.
– Não fode Jeremy, não vai dizer que você não está nenhum pouco incomodado com isso? – Pergunta. Estou vendo que enquanto não ouvir o Owen choramingar ele vai continuar sem foco. Eu não deveria ter parado de falar com Henrique agora ele poderia estar ouvindo as lamentações do Owen. Até por que o profissional é ele.
– Sim estou, mas não posso exigir nada da Miranda. Temos um acordo e estamos seguindo esse acordo. Simples assim. – Respondo esperando que ele entenda que também não deveria estar chateado. Até onde sei ele e a Liana ainda não namoram.
– Simples uma porra! É uma falta de respeito. – Acabo não conseguindo segurar e acabo rindo da piada que acabei de ouvir.
– Qual é a graça? – Pergunta sério.
– Não foi uma piada? – Indago.
– Engraçadinho, o ponto é que ela me pediu respeito e não está dando em troca. Isso que me deixa furioso. – Fala. Respiro fundo mais uma vez, para não matar o homem a minha frente. Se contradição fosse uma pessoa, seria o Owen.
– Converse com ela. Deixe claro que certos tipos de atitudes te machucam. Principalmente por você ter tido uma experiência ruim no passado. Tudo se resolve conversando Owen. Ninguém pode adivinhar o que você sente se não falar. Entendeu? – indago. Ele suspira e balança com a cabeça.
– Agora chega com essa terapia de boteco, mas você está certo eu vou conversar com a Lili. – Diz por fim. Agora acho que podemos ficar de verdade no trabalho.
– Agora podemos trabalhar? – Pergunto.
– Só uma coisa, faz o mesmo com a Miranda. Eu ainda quero ganhar a aposta do Felipe. – Comenta. A Miranda não pensa em namorar, quanto mais casamento. Só imagino ela entrando em uma casamento amarrada e ainda assim amordaçada.
– Não fode! Agora trabalhe. – Exijo conseguindo, finalmente que ele fique em silêncio e foque em seu trabalho. Já que vou tentar fazer o mesmo. Sei que a minha rainha jamais série desleal dessa maneira. Não tenho com o que me preocupar.