Jeremy Winter, o homem de uma mulher só. Ele não curte noitadas e muito menos sexo sem compromisso, para se envolver tem que estar apaixonado, para desejar uma mulher vai além do físico, com alguns pensamentos antiquados vai viver um novo dilema qua...
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Miranda Green...
Imersa.
Era exatamente assim que me sentia. Extasiada também é uma ótima palavra para descrever meu estado. Escutar tudo dela tinha me deixado dolorida, exausta fisicamente, me colocado em um patamar que eu não queria ter que estar. Mas deveria saber que nada de bom, poderia vim de uma pessoa que sumiu durante vinte e oito anos se aproveitando de um acidente. De uma tragédia. Mesmo com o dia corrido peço para o Jackson me deixar no cemitério onde meu pai foi enterrado ao lado da lápide da mulher que está viva. Ao lado da mulher que havia destruído a sua vida.
Me sento na sua lápide sentindo tanto remorso. Sei que sempre valorizei o meu pai e o amei muito, sempre o respeitei e me espelhava nele em tudo. Exceto é claro em amar alguém mais que a si mesmo. E até nisso eu me espelhei nele sem querer.
– Sinto muito por todas as vezes que não aproveitei o senhor como eu queria. Sinto muito por ter sido uma filha muito difícil. Sinto muito por ter se apaixonado por uma mulher como aquela. – Murmuro. Por incrível que pareça não estou chorando. Como se não houvesse mais lágrimas, e tivesse ficado raiva. Somente raiva por ter desejado tanto algo e quando esse algo acontece não tem nada haver com as expectativas que eu criei.
– Ela me disse que eu não sou filha e saber disso doeu muito mais que todas as palavras que ela me disse hoje. E mesmo não existindo nenhum laço sanguíneo entre nós, o senhor sempre vai ser o meu pai. Vai ser o homem que me criou e me ensinou que nenhuma dor, que nenhum sofrimento é para sempre. – Acrescento. Eu preferia que meu caminho e daquela mulher nunca houvesse acontecido. Que ela continuasse com a vida dela ao lado do amante.
– E eu já te perdoei pela cláusula idiota do casamento. Me casei com o Jeremy Winter e o senhor aprovaria a minha escolha. Não existe nenhum homem no mundo como ele. Me trata como uma verdadeira rainha que é como eu mereço. Mas ainda assim continua o fazendo quando eu não mereço. Agora eu entendo mais sobre relacionamentos. – Comento. Queria tanto que meu pai estivesse aqui. Que ele pudesse lidar com a situação, seria muito melhor que eu.
– Queria que soubesse que não quero nenhuma aproximação com seu ex melhor amigo. Que te traiu também. E muito menos com ela. Vou seguir a minha vida de cabeça erguida. E virar essa página. Te amo pai. E sinto saudades. – Digo. Levanto-me seguindo para a entrada, encontro o Jackson parado, preparado para qualquer coisa. Abre a porta para mim e agradeço, me sinto pronta para de fato esquecer aquela mulher, não vai ser uma tarefa fácil, mas batalhas fáceis nunca me agradaram mesmo.
Assim que chego em casa me sinto mais leve, acho que todo choro me fez bem de alguma maneira, aliviou a agonia que estava no peito, mas continuo com raiva. Saio do carro liberando o Jackson.
Abro a porta de casa, e tomo um susto quando vejo a Liana e a Zara no meu sofá com duas garrafas de champanhe aberta e alguns petiscos e frutas. Não acredito no que estou vendo até as duas virem me abraçarem. Estava com saudades delas.
– Amei a maneira que fui recebida. – Digo.
– O Jeremy nos ligou. Dizendo que você precisava de nós e aqui estamos. – Fala a Lili. Não acredito como o Ogro me conhece tanto. Como ele sabe de cada uma das minhas necessidades. E de como estar com minhas melhores amigas me fazem bem.
Faço um resumo bem detalhado de tudo que tinha acontecido e como aconteceu. E de todas as revelações que me fez ver que fui muito feliz com a sua ausência do que seria com a sua presença. Ela era uma página virada em minha vida e depois de hoje eu nunca a mais veria na minha vida.
Depois que elas foram embora, era quase dez da noite. Mas estava me sentindo muito melhor. A Lili vai casar com o Owen, decidiu aceitar de uma vez por todas e parar de enrolar o coitado já que ela o ama também. E a Zara está cada dia mais feliz com o romance dela e do Nick. É muito bom ver que todas estamos felizes tanto no âmbito amor quanto profissionalmente. Estamos vivendo o que todas desejavam no off, só não era uma prioridade na época.
Saio do banho enrolada com a toalha, termino de secar o cabelo e vou para o closet colocando uma camisola bem ousada e tentadora, para deixar bem claro para o meu marido que ainda estava no escritório que estava cheia de segundas intenções.
Sigo para cama me sentindo mais leve, tinha aceitado que aquela mulher é um monstro e tudo que ela disse não me afetaria mais. Nunca tive mãe, mas o meu pai sempre seria o Mark. Sempre seria ele. É o homem que me criou com tanto amor e carinho. Que fui muito sortuda pela falta de afeto da parte materna. Por que eu teria perdido muito se eu não o conhecesse.
– Ainda está acordada? – Pergunta. Rapidamente um arrepio percorre meu corpo. Como é possível que esteja sentindo tanta falta dele. Me viro encontrando o homem mais lindo do mundo todinho. Ele tira a camisa o que eu agradeço mentalmente, e aprecio o seu corpo. Amo o físico do meu marido. Assim que subo o olhar percebo que ele está com um ferimento na boca. Sei que o Colin não foi. Ele é muito cuidadoso jamais cometeria um erro desses.
– O que aconteceu? – Pergunto deixando claro minha preocupação.
– Estou mais interessado em saber como você está! – Exclama se deitando do meu lado, analiso mais de perto seu machucado.
– Estou bem de verdade. Agora me diz como conseguiu isso? – Indago. Para alguém encarar o Jeremy tem que ter muita coragem, além da estrutura física, ele é um ótimo lutador. O que me faz ter certeza que o concorrente está muito pior.
– O Montgomery, me atacou quando estava saindo da Empresa. – Fala. Fico pasma por que o Antony é muito controlado e odeia violência. Como ele mesma diz é um homem de alma sensível. E não um troglodita.
– Por que ele fez isso? – Indago curiosa.
– Por que a Sarah veio me procurar hoje no trabalho. Ele acha que estamos tendo um caso. Acha que a Sarah está o traindo comigo. – Conta tranquilamente, ele puxa o edredom apreciando a minha camisola vermelha de renda. Seus olhos nublam de desejo. Ele passa a mão por minha perna quando seguro a sua impedindo que continue me tocando.
– Eles ainda estão com problemas? – Questiono. Ele olha para minha mão na dele, quando suspira se virando de lado para conseguir me ver melhor.
– Estão. Muito provavelmente pode vim um divórcio. O surpreendente é que o Montgomery, não conhece a mulher com quem se casou. A Sarah é incapaz de trair. – Acrescenta e não consigo evitar um certo incômodo.
– Eu acho muito bonito como sempre fala dela, espero muito que a gente construa essa confiança que você construiu com ela. – Comento. Ele ergue a sobrancelha e me puxa para ele.
– Eu confio em você, é a pessoa que mais confio no mundo. – Afirma me posicionando ao seu lado. Passo minhas pernas ao seu redor, sentindo uma vontade imensa de marca-lo como meu de alguma maneira.
– Mas, se fosse o contrario, se fosse eu e você. E eu estivesse procurando meu ex para me aconselhar. Iria acreditar que não estava acontecendo nada? – Questiono. Ele leva minha mão para boca. Ergue meu rosto fazendo nossos olhos se encontrarem.
– Eu tenho uma certeza latente a seu respeito. Você jamais me machucaria propositalmente. E traição é machucar de propósito. Concluindo eu acreditaria por que eu te conheço. – Diz. Passo a língua pela boca, acalmando meu coração que decidiu acelerar ainda mais. Como pode esse homem sempre ter a resposta certa para qualquer pergunta que eu faça.
