Lisa e eu nos entreolhamos, mantive minha respiração presa e eu juro, velho, eu poderia ter me cagado naquele momento.
Permaneci petrificado, em pânico. Se o pai de Lisa me pegasse ali, não quero imaginar o que seria de nós dois.
- Tudo, pai! - Lisa finalmente disse algo, apertei meus olhos - O gatinho da senhora Martha entrou pela sacada outra vez! - Reclamou ela, fingindo impaciência.
- Ah, outra vez! - Ele protestou - Não demore a dormir, está bem? Boa noite.
- Boa noite, papai - Ela gritou de volta, a sombra, que antes vinha por debaixo da por baixo da porta, sumiu, respirei fundo e a encarei com deboche.
- Ah! - Me virei novamente pra porta, pronto pra cuspir meu coração - Feche a porta da sacada, esse gato da dona Martha é um folgado! - Abafei um riso baixo contra minha mão, Lisa me deu um empurrão, enfezada
- Pode deixar, papai, já estou fechando.
Ficamos em silêncio, apenas ouvindo os passos de seu pai se afastarem pelo corredor e, até que a porta do quarto do casal fosse fechada, não nos atrevemos sequer a nos olharmos.
Lisa soltou um suspiro longo e trancou a porta da sacada, esfregando o rosto, um sorriso debochado cresceu novamente em meus lábios.
- Machucou? - Ela quis saber, se acercando e me examinando rapidamente.
- Nada que uma boa noite de sono não resolva - Murmurei, transbordando malícia, me acercando de seu corpo.
- Espera! - Pediu baixo, correndo pra dentro do banheiro e fechando a porta antes que eu pudesse alcançá-la.
Sorri e dei de ombros, começando a prestar atenção em seu quarto.
Deixei as chaves do meu carro sobre a escrivaninha, onde também estava seu notebook e uma luminária. Sua cama estava encostada na parede, a cabeceira era uma prateleira com alguns porta-retratos e confesso ter sentido completamente aquecido ao ver uma foto minha ali.
Eu estava horroroso, mas ela tinha uma foto minha em sua cabeceira. Enterrei minhas mãos no bolso e olhei ao meu redor. Em frente à cama ficava uma poltrona branca, visivelmente fofa, e ao lado uma estante, com uma tv, DVD e o resto de seus espaços abarrotavam-se livros de todas as cores e tamanhos.
No chão, ao lado, havia um mini system e alguns CDs espalhados, mas não tive tempo de ver o que ela costumava escutar. Subitamente me voltei para a porta do banheiro quando esta se abriu, meu coração parou de bater por alguns poucos segundos, o suficiente pra fazer meu corpo todo formigar.
Lisa estava parada, encolhida e com os olhos curiosos sobre os meus. Sua expressão tímida se destacava na ousadia de sua lingerie. Minha boca e garganta foram se tornando escassas, meu coração pulsava com rigidez, me peguei arfando.
- Eu... la colocar amanhã, caso tivéssemos algum lugar pra ir depois... Mas... Acho melhor aproveitar a oportunidade - Disse ela através de sussurros, minhas pernas cederam e eu me senti como um garotinho punheteiro de 13 anos.
- Você 'tá... 'Tá... - Umedeci os lábios, gesticulando como se isso fosse me ajudar a encontrar o adjetivo correto - 'Tá linda! - Exclamei, ela sorriu, corada.
- 'Tô com vergonha - Comentou enquanto meus olhos excursionavam por seu corpo semicoberto.
- Eu é que deveria me envergonhar, por ter a mulher mais linda do mundo na minha frente e não conseguir sair do lugar! - Neguei com a cabeça, fazendo-a rir, então comecei a me aproximar, sentindo seu perfume rapidamente atingir minhas narinas, minha sanidade.
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Betting Her - Liskook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Ele era o membro de uma banda pop, ela era membro do clube de teatro. Ele sabia colar, ela era a cola perfeita. Ele não sabia a quantia de garotas com quem dormira, ela não sabia o significado de "dormir" com alguém. Ele tinha amigos, co...