A disposição me tomou logo pela manhã, quando me recordei da mensagem de Jennie. A curiosidade sempre me deixava elétrico, e mesmo com tudo o que estava acontecendo, não foi diferente.
Levantei e tomei um banho mais demorado do que de costume, estava calor, apesar da chuva que se estendeu por toda a madrugada.
Me vesti e desci até a cozinha, deixei o café da manhã preparado sobre o balcão da cozinha, minha nova meta era não mimar mais minha mãe, ela iria levantar e descer se quisesse comer, e eu tinha plena certeza de que ela iria fazer o possível pra melhorar.
Jisoo desceu em seguida, já arrumada para ir trabalhar.
- Eu ainda não consegui entender porque ele levou meu carro – Eu dizia, inconformado com tal fato, Jisoo bebericou seu suco e rolou os olhos.
- Sei lá, Jungoo, isso é o de menos.
- De menos? A gente poderia trocar por um mais barato e guardar o dinheiro caso precisássemos – Me defendi, deixando os ovos mexidos escorregarem da frigideira para meu prato – Mas tanto faz, nós só precisamos nos concentrar e fazer dar certo.
- Sim, tenta ser simpático pra ganhar gorjeta das velhas – Jisoo zombou, gargalhei, dando um tapa em minha própria bunda.
- Sou sexy por natureza, as velhas me adoram.
- Entretanto, a única velha que pode te abraçar e dormir com você, sou eu – Olhei para trás e vi mamãe adentrar a cozinha, envolvida em seu hobbie cor de rosa.
- Mas é claro, mamãe – Ri, vendo-a se acercar com um sorriso tímido e o rosto inchado – Senta, você quer ovos?
- Não, filho, obrigada, vou ficar com as torradas.
- 'Tá, tudo bem, então eu vou indo, preciso pegar o metrô – Mamãe pareceu entristecer-se com esse fato – Estou contente em voltar aos velhos tempos de pegar metrô, além do mais, faltam apenas alguns meses.
- É, você 'tá precisando mesmo de umas aventuras, 'tá virando meio nerd – Jisoo disparou e eu sorri com sarcasmo.
- Tchau, qualquer coisa que precisarem, me liguem.
Dei um beijo na cabeça de mamãe e abracei Jisoo me direcionando a porta, ao que passei por ela pude ver o Maverick estacionado do outro lado da rua.
Angie estava encostada nele, com um cigarro preso entre os dedos finos e pálidos, seus cabelos parcialmente presos de um jeito desarrumado e os olhos semi-abertos, pareciam não suportar a claridade.
Andei até ela, segurando a mochila em meu ombro.
- Bom dia, menino – Disse, soprando a fumaça do cigarro praticamente em meu rosto, balancei a cabeça num cumprimento.
- Bom dia – Respondi, ainda confuso por vê-la ali.
- Quer uma carona até o colégio? – Olhei de seu rosto, para seu carro, e depois para a estação de metrô na outra esquina.
- Vou aceitar – Sorri, me virando para ela que já estava dentro do carro, dei a volta e ocupei o lugar ao seu lado.
- Como está sua mãe? – Ela quis saber, tranquei o cinto de segurança e deixei minha mochila em meus pés.
- Está melhor, hoje ela desceu pra comer com a gente, acho que em breve ela estará recuperada – Angie concordou com a cabeça, parecendo satisfeita com minha resposta.
Ficamos em silêncio, os dois, o resto do caminho, apenas a voz de Mick Jagger preenchia o carro que, apesar de muito conservado, fedia a nicotina. Angie não parecia se importar com isso, pois da minha casa até o colégio ela havia tragado mais dois cigarros, sem parecer esforçar-se pra isso.
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Betting Her - Liskook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Ele era o membro de uma banda pop, ela era membro do clube de teatro. Ele sabia colar, ela era a cola perfeita. Ele não sabia a quantia de garotas com quem dormira, ela não sabia o significado de "dormir" com alguém. Ele tinha amigos, co...