Young Boys- sambucky🌈

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*Bucky pov*

O café da manhã nunca foi tão péssimo. Difícil de lembrar quando foi a última vez que irritei meu pai de verdade e ele agiu como se não me conhecesse. Eu odeio isso. Nenhum filho nunca deveria passar por essa situação com o próprio pai. Não sei o que eu meu pensou quando concluiu que parar de falar com o próprio filho seria um bom castigo levando a uma boa lição aprendida. Não faz nenhum sentindo. Deve ser por isso que eu não consegui lidar com o gelo do Thor e com o Sam se afastando, porque eu já tenho que lidar com isso dentro da minha própria casa e nunca sei como resolver. A solução me ajudou a conseguir o que eu queria que era ter de volta o Thor e o Sam, mas eu acabei de perder uma coisa que sempre esqueço que preciso tanto: a comunicação com o meu pai de merda.

Passei o fim de semana escondendo do Sam e dos caras o que rolou comigo para não preocupar ninguém, Grace vê eu me arrastando pelos cômodos como se fosse um objeto qualquer sem utilidade na casa, porque é exatamente assim como eu me sinto. Patético. Não quero que sintam pena de mim ou que se preocupem comigo, eu posso lidar com essa merda sozinho.

E agora segunda de manhã eu estou sentado na mesa de jantar fingindo que estou tomando café ao lado do meu pai mudo. Não recebi nem um "bom dia" sequer. Izobel é muito nova pra perceber que estamos em uma guerra fria e por isso interage com nós dois como se fôssemos uma família normal.

- Papai, posso passar o final de semana com a mamãe na Europa?

- Ela vai estar trabalhando, filha - ele responde sem olhar para Izobel e bebe chá enquanto lê as notícias no celular - eu não vou poder acompanhar você no voo e você é muito nova para pegar aviões sozinha. A fashion week em Paris não é tão divertida assim.

Ele fala em forma de piada, mas não tem graça nenhuma.

- Eu estou cansada da escola - Izobel se inclina para trás e se encostando na cadeira, cruza os braços e faz cara de chateada - o Bucky pode ir comigo no avião, assim eu não vou ficar sozinha!

Izobel volta a ficar entusiasmada e sorri olhando com esperança para o meu pai que não responde nada. É como um passe de mágica, ele ouve meu nome e fica sem voz. Eu reviro os olhos, isso é ridículo.

- Qual é, papai? - Izobel fala - vai me deixar no vácuo?

- Que jeito de falar é esse, Izobel? - meu pai solta o celular e olha sério pra ela - meninas não falam assim. Cadê os seus modos?

Izobel volta a se encolher na cadeira e fica constrangida. Em outros tempos meu pai surtaria e colocaria a culpa em mim por falar como um "marginal" - nas palavras dele - perto de Izobel e ela aprender essas besteiras comigo, mas hoje ele pula essa parte e apenas briga com Izzy. Confesso que prefiro ouvir esse sermão agora do que esse silêncio. Eu sou a porra de um artigo de decoração imóvel.

- Eu posso ir com ela no avião, pai - digo tentando ser prestativo - fim de semana na Europa não é tão ruim assim.

Meu pai volta a olhar a tela do celular e não diz nada para mim como o esperado. Olha pra mim seu babaca.

- Grace, por favor coloca um pouco de café no meu copo térmico para eu tomar no caminho do trabalho - ele grita para ela ouvir da cozinha - vou precisar de mais café.

Foi ignorado mais uma vez. Então apenas me levanto, dou um beijo no topo da cabeça de Izobel e saio da sala de jantar. Tudo o que eu quero agora é entrar no meu carro e buscar Sam para irmos para a escola juntos.

Sam esta conversando comigo dentro do carro no caminho da escola, mas eu estou distraído demais para prestar atenção em qualquer coisa. Dirijo com uma mão no volante e apoio o braço esquerdo na janela aberta. Paramos no sinal vermelho e só aí eu percebo que Sam está me olhando só esperando eu sacar que ele parou de falar.