5 - Emprego.

799 76 34
                                    

Callie Torres Point Of View

— Callie.. - Arizona me chama, com sua voz calma. Ela se afasta do abraço, mas continua com suas mãos em minha cintura. - Qual foi o motivo disso.. tudo? - ela me olha preocupada, e seu toque em minha cintura é delicado.

saio do aperto das minhas pernas em sua cintura e solto meus braços de seu pescoço, fazendo ela suspirar pesadamente.

— Não foi nada. - falo, na intenção dela acreditar.

— Foi algo sim, não se dá crise de uma hora pra outra. Algo aconteceu. - ela tira suas mãos da minha cintura e pega um cadeira que estava ali, se sentando nela me olhando fixamente. - tenho todo tempo do mundo.

— Eu, eu.. bom, não acho que seja..

Assim que eu ia dar outra desculpa, o sinal da escola toca, alegando que já estava na hora da saída. Respiro fundo e minhas mãos começam a tremer novamente. Agora eu tenho que ir trabalhar, e passar por tudo aquilo novamente.

— Eu preciso ir. - falo, descendo da mesa e tento andar rápido, mas Arizona consegue segurar meu pulso.

— Por que sempre foge? - ela pergunta, e me viro para olha-la.

— Não estou fugindo, tenho que ir trabalhar.

— Trabalhar? Você trabalha? - ela pergunta claramente surpresa. - Callie, você tem quantos anos?

— 18, entrei na escola com 7 anos de idade, porque nasci no começo do ano. - explico, e solto meu pulso de sua mão e saio da sala, a deixando sozinha novamente.

Vou até minha sala, onde não tinha mais ninguém, pego minha bolsa e coloco meu material dentro dela. Jogo de qualquer jeito mesmo.

Ando pra fora do colégio e me viro pro estacionamento, onde vejo Aria e Arizona, conversando, do lado do carro dela. Seu semblante estava sério, e seu braços estavam cruzados. Acho que a deixei assim.

Por que eu sempre tenho que fazer tudo errado?

Praticamente corro até minha casa, para pegar meu uniforme do trabalho. Não tinha ninguém lá, meus pais saíram pra trabalhar obviamente e Aria com certeza já ia chegar em casa para arrumar a bagunça que está aqui.

Meu trabalho não ficava tão longe, mas queria que fosse, assim prepararia meu psicológico para entrar lá dentro. O fato de eu ser "jovem aprendiz" porque entrei naquele emprego com 17 anos, meu chefe se aproveita de mim, como se eu fosse seu brinquedo, indo satisfazer suas vontades.

Assim que chego na loja, meu olhar caí para o homem que eu tanto evito, fazendo eu revirar os olhos quando o vejo. Ao lado dele, estava a Penélope. Ela limpava algo na caixa registradora. Seu olhar cruzou com o meu, e ela acabou sorrindo, assim que viu.

Eu posso não gostar dela, mas ela é a única companhia que eu tenho nesse emprego, e que me ajuda em bastante coisas por aqui.

— Fiquei com saudades da minha trabalhadora preferida. - meu chefe, Ricardo, fala ao pé do meu ouvido. - Sabe quais são os dias que eu mais odeio? - nego com a cabeça. - os dias que você folga.

Ele sai das minhas costas e para na minha frente, Penny não se encontra mais ali, por isso ele veio de encontro a mim.

— Pena que não posso tirar sua folga. - ele ri, fazendo eu estremecer. - Não fique com medo, hoje pegarei leve, mas quero você em minha sala depois de você terminar todos os seu deveres. Entendido? - ele aproxima seu rosto do meu, e posso sentir seu hálito de bebida alcoólica.

Logo de manhã esse inferno bebe.

Assinto levemente e o vejo saindo das minhas vistas.

Ok, eu preciso arranjar um jeito de eu não ir lá, eu só queria trabalhar em um emprego normal, era tudo que eu mais queria. Mas esse velho nojento fez a cabeça dos meus pais, se fazendo de bom samaritano.

Enough? - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora