Capítulo IX

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Marília!?

— Hum, oi.- Respondeu coçando a nuca, soltando um suspiro cansado. Não era naquele momento e muito menos daquela forma, que esperava encontra-lo.

E vamos começar tudo de novo.

— Isso aqui não é real.- Ele concluiu olhando para a loira que arqueou a sobrancelha, aproximou-se um pouco mais da mulher que o olhava, esperando para saber qual seria seu próximo passo.

Ele parecia querer tocar seu rosto, porém parecia inseguro. Marília assentiu em permissão, vendo ele exitar mas logo em seguida a tocar. Por alguns segundos, tudo pareceu vir a tona, era realmente alguém ali, completamente idêntica a ela.

Não teria como ser ela.

— Tudo bem, quem é você? - perguntou passando as mãos pelo cabelo, logo vendo o pequenininho pular com um sorrisão.

— A mamãe.- Afirmou ainda com um enorme sorriso no rosto e o homem arqueou as sobrancelhas. Mamãe?

Estavam enganando ele sobre aquela ser a mamãe, certo?

Aquilo era uma completa loucura e ele estava prestes a enlouquecer.

Precisava de respostas.

Por um momento Marília pareceu lutar entre dizer a verdade ou fingir ser outra pessoa e apresentar-se como Maria. Por outro lado, só queria Maraisa ao seu lado naquele momento.

Mas se parasse para pensar, era melhor que a bomba explodisse de uma vez. Só queria ter paz e enfim lembrar-se de tudo.

Explicou tudo do início recebendo do homem um olhar assustado e perdido, o que sinceramente já era de se esperar.

— Mas você... Não sei, eu sinceramente não sei o que dizer.- Concluiu olhando para cima, como se esperasse alguma resposta de lá, mesmo sabendo que não teria. Passou as mãos pelo cabelo, uma leve dor de cabeça vindo.

— Eu tive uma lembrança até então.- Complementou, fazendo com que o mesmo a olhasse esperando que continuasse e assim o fez.— Eu lembrei dele segurando meu vestido para eu não ir embora.

Preferia ocultar sobre o acidente, afinal, não achava que seria o momento certo para falar sobre aquilo.

Por um momento quando tudo pareceu se colocar no lugar, a raiva se instalou. Realmente não acreditava que estavam escondendo aquilo dele por todo aquele tempo, era tão injusto. Era a mãe do filho dele, ele tinha o direito de saber.

Por um momento tudo pareceu clarear em sua mente. Então seria esse o motivo do menino querer tanto ficar ali, depois de tanto tempo sem a mãe era compreensível.

— Desculpa a demora a...- A fala de Maraisa foi morrendo aos poucos junto ao seu sorriso ao ver Murilo ali em pé.

A mais velha parou de andar e suspirou fundo ao vê-lo lhe olhar com raiva, de alguma forma tudo o que ela menos queria estava acontecendo.

— Quando ia me contar? - O tom alterado fez a loira cerrar os olhos e passar a frente da amiga.

— Baixa o seu tom, em.- Alterou-se também tendo a atenção do homem que se assustou.— Quem você pensa que é? Sou eu quem tem que te contar, é de mim que você tem que cobrar.

— Me desculpa, me desculpa eu só realmente não tô entendendo mais nada.- Concluiu cansado dando alguns passos para trás.

— Pois tenha consciência de que cê não tem o direito de alterar o seu tom com ela e do mesmo jeito que ela respeitou minha escolha de não falar nada, cê precisa respeitar.- A morena soou ríspida, odiava aquele tipo de comportamento e que deixasse o mais claro possível.

Reincarnation {Malila}Onde histórias criam vida. Descubra agora