Capítulo IV - 2° Temp

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- Eu só vou escutar os absurdos que você fala, porque eu sei que se não escutar, você vai falar disso o resto da vida.- Concluiu a senhora com a atenção na bela mulher sentada no sofá a sua frente.

Perséfone era escorregadia, não podia confiar em uma palavra que viesse de sua boca. Não havia promessas, essa ela sempre as quebraria, pois não fariam a mínima diferença em sua concepção.

- Como o dia em que você não me permitiu levar aquela maldita alma? - Relembrou fazendo Anastásia revirar os olhos, adorava relembrar o passado sempre que possível.- Eu odeio quando você quer dar uma de salvadora da pátria.

- Perséfone, você só quer levar gente boa.- Olhou novamente para a mulher, agora incrédula.

- Não são pessoas boas, são pessoas que deixariam uma saudade enorme.- Chegou a sua conclusão recebendo um suspiro arrastado.

- Só me diga o que quer.

- Se você me deixar levá-la, eu deixo você escolher o que quiser. Qualquer desejo seu, será uma ordem pra mim.- Anastásia a olhou incrédula, jamais imaginaria que a mesma chegaria á tal ponto.

- Não posso confiar em você, suas palavras são deslizantes. E mesmo se pudesse, deixei que ela refizesse toda sua vida aqui. Ela tem duas crianças que precisam dela, ela ainda tem a mãe aqui e eu não vou acabar com tudo isso, por causa de seus caprichos.- A senhora concluiu com seu tom de voz calmo, era incrível como ela conseguia ser tão calma e firme.

- Ou eu a levo, ou eu levo alguém de sua família.- A mais nova bateu o pé, como uma criança pequena fazendo birra.

- Perséfone, pelo amor de deus, segue em frente. Deixa essa família em paz, não entendo porque quer tanto destruir.- Anastásia massageava as têmporas, aquela mulher acabava com a sua paciência.

- Não sou eu quem vou destruí-la.- Passou a língua entre os lábios e logo em seguida sorriu.

- É claro que é você, você é a destruição e a culpa dessa briga repentina. A culpa de muitas coisas estarem dando errada é sua.- Concluiu vendo a mesma parecer pensativa.- Você ligou a torneira da banheira com uma criança dentro, ela poderia ter morrido.

- Ela me pediu pra ligar e eu liguei.- Sua falsa expressão confusa, como se não soubesse dos riscos fez com que Anastásia soltasse um suspiro cansado.- Ela só queria lavar as bonequinhas dela.

Não adiantava conversar com ela. Tudo o que a mulher fazia era debochar e se fazer de desentendida. Aquilo lhe tirava a paciência.

- Deixa essa família em paz, é só isso o que eu te peço.- Pediu a morena que pareceu pensar, estava prestes a falar, quando foi interrompida.

A porta da frente foi aberta, Maiara tinha uma expressão cansada no rosto. Estava exausta, havia discutido com sua mãe como já era de se esperar.

Ao virar-se asssustou-se ao ver aquelas duas pessoas sentadas. Sua atenção foi logo na mulher sentada no sofá, a mesma tinha um sorriso de lado.

Era muito bonita.

- Oi, querida.- A senhora cumprimentou, logo sendo abraçada pela menina mais nova. Maiara não havia tirado sua atenção de Perséfone ainda, essa que acompanhava cada passo seu com o olhar.

Jogou os cabelos para o lado, abriu um sorriso e levantou-se do sofá elegantemente com o vestido aberto ao lado, esse que deixava sua perna a amostra.

- Olá, sou Perséfone.- O tom rouco utilizado pela mesma, fez com que a senhora revirasse os olhos com a situação.

Maiara deu uma rápida e nada discreta checagem, seu batom cor de vinho, deixavam seus lábios chamativos. Aquilo era estranho, havia acabado de conhecê-la e já estava daquele jeito?

Reincarnation {Malila}Onde histórias criam vida. Descubra agora