- Eu só vou escutar os absurdos que você fala, porque eu sei que se não escutar, você vai falar disso o resto da vida.- Concluiu a senhora com a atenção na bela mulher sentada no sofá a sua frente.
Perséfone era escorregadia, não podia confiar em uma palavra que viesse de sua boca. Não havia promessas, essa ela sempre as quebraria, pois não fariam a mínima diferença em sua concepção.
- Como o dia em que você não me permitiu levar aquela maldita alma? - Relembrou fazendo Anastásia revirar os olhos, adorava relembrar o passado sempre que possível.- Eu odeio quando você quer dar uma de salvadora da pátria.
- Perséfone, você só quer levar gente boa.- Olhou novamente para a mulher, agora incrédula.
- Não são pessoas boas, são pessoas que deixariam uma saudade enorme.- Chegou a sua conclusão recebendo um suspiro arrastado.
- Só me diga o que quer.
- Se você me deixar levá-la, eu deixo você escolher o que quiser. Qualquer desejo seu, será uma ordem pra mim.- Anastásia a olhou incrédula, jamais imaginaria que a mesma chegaria á tal ponto.
- Não posso confiar em você, suas palavras são deslizantes. E mesmo se pudesse, deixei que ela refizesse toda sua vida aqui. Ela tem duas crianças que precisam dela, ela ainda tem a mãe aqui e eu não vou acabar com tudo isso, por causa de seus caprichos.- A senhora concluiu com seu tom de voz calmo, era incrível como ela conseguia ser tão calma e firme.
- Ou eu a levo, ou eu levo alguém de sua família.- A mais nova bateu o pé, como uma criança pequena fazendo birra.
- Perséfone, pelo amor de deus, segue em frente. Deixa essa família em paz, não entendo porque quer tanto destruir.- Anastásia massageava as têmporas, aquela mulher acabava com a sua paciência.
- Não sou eu quem vou destruí-la.- Passou a língua entre os lábios e logo em seguida sorriu.
- É claro que é você, você é a destruição e a culpa dessa briga repentina. A culpa de muitas coisas estarem dando errada é sua.- Concluiu vendo a mesma parecer pensativa.- Você ligou a torneira da banheira com uma criança dentro, ela poderia ter morrido.
- Ela me pediu pra ligar e eu liguei.- Sua falsa expressão confusa, como se não soubesse dos riscos fez com que Anastásia soltasse um suspiro cansado.- Ela só queria lavar as bonequinhas dela.
Não adiantava conversar com ela. Tudo o que a mulher fazia era debochar e se fazer de desentendida. Aquilo lhe tirava a paciência.
- Deixa essa família em paz, é só isso o que eu te peço.- Pediu a morena que pareceu pensar, estava prestes a falar, quando foi interrompida.
A porta da frente foi aberta, Maiara tinha uma expressão cansada no rosto. Estava exausta, havia discutido com sua mãe como já era de se esperar.
Ao virar-se asssustou-se ao ver aquelas duas pessoas sentadas. Sua atenção foi logo na mulher sentada no sofá, a mesma tinha um sorriso de lado.
Era muito bonita.
- Oi, querida.- A senhora cumprimentou, logo sendo abraçada pela menina mais nova. Maiara não havia tirado sua atenção de Perséfone ainda, essa que acompanhava cada passo seu com o olhar.
Jogou os cabelos para o lado, abriu um sorriso e levantou-se do sofá elegantemente com o vestido aberto ao lado, esse que deixava sua perna a amostra.
- Olá, sou Perséfone.- O tom rouco utilizado pela mesma, fez com que a senhora revirasse os olhos com a situação.
Maiara deu uma rápida e nada discreta checagem, seu batom cor de vinho, deixavam seus lábios chamativos. Aquilo era estranho, havia acabado de conhecê-la e já estava daquele jeito?
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Reincarnation {Malila}
FanfictionUm mês após a morte de Marília, Maraisa faz um pedido á uma fonte dos desejos. Esse que para si parecia ser impossível, ao menos era o que achava até que em um dia como qualquer outro, decide dar um breve passeio pelo parque perto de sua casa. _____...