Capítulo XXIV

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— Como assim, grávida? - Perguntou a mais velha assustada, a gêmea mais nova soltou um suspiro cansado e olhou para trás, apenas para ter a certeza de que não teria ninguém por ali.

— Eu não sei, eu apenas desconfio.- A resposta vaga deixava Maraisa por si só desconfiada. Sabia que Maiara não havia ido ali apenas por aquele motivo ou pelo que houve há semanas atrás.

Ela poderia ter feito um teste de gravidez antes e confirmado aquilo, ou ao menos para ter uma noção se estava realmente certa. Havia algo muito errado em meio á tudo aquilo e ela sentia não estar nem perto de descobrir.

Acredita, podendo-se considerar talvez errada, que Maiara o queria de volta. Claro, sabia que sua irmã havia guardado ódio pela marca que ele havia deixado em seu braço, mas aquilo era passageiro.

Por mais que o quisesse o mais distante possível da gêmea, sabia que isso não estava a seu alcance e aquilo de alguma forma lhe deixava receosa. Porque o conhecia bem demais para saber que ele faria aquilo de novo e de novo.

E era difícil ver sua irmã sofrendo por um homem que não valia a pena, ela era boa demais para alguém que não valia absolutamente nada. Por mais que o ameaçasse, se ela o quisesse de volta, o que ela poderia fazer?

Depois da cena que havia presenciado há algumas horas atrás, lhe dava o direito de não querer vê-lo nem pintado de ouro. Se ele havia sido capaz de fazer aquilo, ele era capaz de fazer coisas piores.

E era exatamente isso o que a preocupava.

Quem lhe garantia que ele não iria fazer algo pior.

— Vamos fazer o teste e ver no que vai dar, tá bem? - Concluiu vendo a gêmea assentir, com a atenção nas mãos.

— Irmã, fala a verdade pra mim.- Pediu após alguns minutos de silêncio e a mesma lhe olhou.— Cê quer voltar com o Fernando?

— Sinceramente, igual? - Perguntou fazendo a mais velha lhe fitar esperando uma resposta.— Eu não quero ver ele nem pintado de ouro.

No quarto do filho, Marília olhava os desenhos feitos por ele. O menininho pelo que se via, era um amante de artes e amava flores, aquilo era adorável. Os desenhos que poderiam ser apenas rabiscos considerando que era apenas uma criança, pareciam uma obra de arte ao olhar da mãe.

O pequeno Léo levantou correndo para fora do quarto e antes que a loira pudesse levantar para procura-lo e entender o que estava acontecendo, o menino apareceu com a vó junto.

— Olha vovó.- Puxou a mais velha até a cama, essa que sentou olhando os desenhos do mais novo, ela já via visto aqueles. Passou algumas páginas, vendo o pequeno animado pela presença da mãe ali.

— Esse é novo, Léo? - Perguntou parando na penúltima página e o menino assentiu animado.

— A mamãe, o papai, as titias iguais, a vovó, o vovô e o Leozinho.- Concluiu mostrando pessoa por pessoa a mãe e a vó, essa última que sorriu com o desenho e depositou um beijo em meio á seus cabelos.

— Tá lindo, amor.- Afirmou vendo o pequenininho sorrir novamente. Ele estava feliz, finalmente a mãe estava tendo um tempo realmente consigo.

— Vovó vai terminar de arrumar o quarto, tá bom? - Avisou a senhora vendo o pequeno balançar a cabeça em afirmação, logo saindo dali para deixar os dois aproveitando o tempo a juntos.

Léo fechou o caderno, o colocou sob a mesinha ao lado de sua cama e deitou-se ao lado da loira que virou-se para ele.

— Mamãe sentiu muitas saudades de você, meu amor.- Concluiu baixinho vendo o mesmo lhe olhar com um sorriso, deixando seus dentinhos a amostra.

Reincarnation {Malila}Onde histórias criam vida. Descubra agora