A guerra fria

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Castiel permanecia sentado em um banco no parque, estava com a cabeça deitada para trás olhando para a copa de uma árvore.

Era um dilema pesado, mil coisas passavam pelos seus pensamentos a principal delas, era que ele não se via com capacidade o bastante para educar ou cuidar de uma criança. Se a música fosse mais importante para ele do que a criança? Se essa criança se sentisse como ele se sentiu a vida toda, sozinho e abandonado? Se não soubesse lidar com pressão social? Se não soubesse lidar com bullying? Era muita coisa para se levar em conta. Havia Sebby e tentava se reconfortar com a ideia de que ela seria boa o bastante para sustentar a família nas costas como sempre fez, mas isso não era o bastante para o reconfortar. Perder a esposa para um bebê parecia demais, era um outro risco que não estava disposto a correr.

Soltou um alto suspiro. Sua cabeça começava a doer só de pensar nisso.

Um imenso labrador parou diante dele, o olhando curioso. O animal cheirou as pernas do músico até a coxa.

- Oi para você também cara. - O ruivo olhou para o animal que imediatamente apoiou as patas na coxa dele abanando animado o rabo.

Castiel passou a mão pela cabeça do animal e em seguida acariciou abaixo do queixo fazendo o abanar ainda mais o rabo.

- Senhor me desculpe. - Criança corria ofegante colocando a guia na coleira do cachorro. - Ele correu rápido como um foguete.

- Eu entendo. - Olhou para o garotinho que tentava com dificuldade tirar o cachorro de cima dele. - Não se preocupe, ele não está me incomodando. Eu gosto de cachorros até tenho um.

- Eu também, cachorros são bons amigos. Como se chama o seu cachorro? - Se sentou ao lado do homem.

- Panqueca. - Parou por alguns segundos olhando para o garoto. Parecia uma conspiração contra ele em meio de um dilema justo uma criança aparecer. - E o seu?

- Marley. - A criança de cabelos castanhos balançava as perninhas no banco olhando para o homem. - Você tem muitas tatuagens...

- É, eu tenho. - Ergueu uma das sobrancelhas para o garoto.

- Isso é legal. - Sorriu para ele. - Sabia que eu sempre quis fazer tatuagens? Mas dizem que sou novo demais.

- Eles tem razão e além do mais dói bastante fazer tatuagem. - Olhou para o garotinho.

- Dói? - Ergueu as sobrancelhas surpreso.

- Sim, são feitas com agulhas. - O ruivo olhava atentamente para o menino.

- Você é muito corajoso então. - Sorriu olhando para ele.

- Acho que sim. - Deitou a cabeça para trás olhando a copa da árvore outra vez.

Aquela criança não era insuportável, pelo contrário a companhia dela era quase agradável.

- Qual seu nome? - O ruivo voltou o olhar para a criança outra vez.

- Kevin. E o seu? - Perguntou curioso balançando as perninhas.

- Castiel. - Passou a mão pela cabeça do cachorro outra vez.

- É O VOCALISTA DO CROWSTORM! - Uma voz feminina gritava a distância.

- Merda. - O ruivo imediatamente se levantou. - A gente se fala depois garoto. Até mais. - Saiu apressado dali.

(人*'∀`)。*゚+

A mulher de longos fios brancos apoiava a bolsa na poltrona ao lado da porta e retirava o sobretudo o pendurando. Sua audição foi preenchida por vozes, em maioria vozes masculinas, entre elas a do marido. O mísero som da voz dele era o bastante para fazer um arrepio percorrer o corpo feminino.

We're Pregnant - Castiel Veilmont - Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora