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ATENÇÃO ESSE CAPÍTULO É EXATAMENTE ERÓTICO.

(⁠●⁠’⁠3⁠)⁠♡⁠(⁠ε⁠'⁠●⁠)

– E como você se sente agora com relação a tudo isso? - A psicóloga perguntou, olhando-a nos olhos.

Sebby entrelaçava os dedos diante do corpo, olhando para os joelhos. - Me sinto... Culpada, cada segundo mais me sinto mais culpada. Vendo como são meus sentimentos em relação a Cyndi, vejo que eu acho... Que não amava Joan tanto assim. Que coisa horrível de se dizer.

– Não tem nada de errado nisso. Amor se constrói. Além do mais, claramente você viveu um quadro de depressão pós parto. É muito comum em mulheres que sofreram de depressão pós parto não amarem seus bebês só por eles nascerem. Cada mulher tem um nível e uma construção, a depressão pega cada um de uma forma, por diferentes razões, algumas mães pensam até em matar seus bebês e se matar em seguida. Seu corpo passou por muito, por isso é difícil. Você não deve comparar o seu sentimento daquela época com agora, são situações opostas, mas isso não indica que não ame sua filha. Você só precisou de tempo. - Explicou com paciência.

– Esse não é o problema da minha culpa. Meu problema foi perder a fase bebê dela... Eu... - Apoiou as mãos no rosto.

– Você tem que entender, que como poderia cuidar dela se você não conseguia nem ser sua própria base? Você precisava desse tempo para se decifrar, se entender, para só assim poder amar e se entregar para ela. Mães precisam processar a maternidade às vezes. - Olhou com ternura para ela. - Toda essa pressão que coloca em si mesma é por se comparar com outras mães. Você é uma mulher única em uma situação única. Não deve se comparar, cada mãe tem sua criação e métodos, isso não torna você uma mãe pior. Uma mãe boa e uma mãe que está bem consigo mesma.

A pintora assentiu, como se mil pesos tivessem sido tirados de suas costas.

– E quanto a bebê? - A psicóloga cruzou as pernas.

– Ela é tão inteligente, esperta ao máximo. Puxou a irmã, ela é tão fofa. O que me preocupa é que meu marido acha que não devemos forçar ela a usar o aparelho auditivo. Eu entendo que 90% é excelente. Mas 100% seria perfeito... Não agora, quando ela for maior. Castiel acha que é a escolha que Cyndi deve fazer, se ela quiser. Ele teme que a tratem diferente pelo aparelho, por isso quer que ela escolha, já que quem vai enfrentar os desafios será ela. Me preocupa isso também... Mas me preocupa também que estejamos sendo muito gentis e com pouco pulso firme com as duas. Joan faz futebol e balé... Qual criança no universo faz duas atividades físicas tão opostas? Cyndi já dá sinais de querer seguir para o mesmo caminho. Elas são mulheres, mais que tudo no mundo... Elas vão precisar ser fortes, o mundo é horrível lá fora. - Se levantou andando apreensiva. - Meu marido acha que é um super herói, que pode simplesmente blindar elas de tudo, do preconceito, do assédio, elas são como duas princesas. Eu não quero duas menininhas frágeis, quero guerreiras, quero que nenhum homem seja capaz de tocar nelas.

A psicóloga tirou os óculos e dobrou ambas as perninhas. - Isso é o que quer para elas, ou o que queria para você? Sinceramente isso soa como uma mãe que está projetando seus desejos nas filhas. Suas filhas querem ser guerreiras? Por quê isso para mim parece um desejo seu. Você passou por muita coisa e você sabe bem que ter um super herói não adianta de nada, já que os vilões vem quando as mulheres estão sozinhas. O que quero dizer que é normal se preocupar, são suas filhas e você não quer que sofram. Mas Sebastiane, elas tem que escolher que caminho seguir, você é o apoio para elas crescerem e se fortalecerem se acharem que devem. Elas serem guerreiras não tornará elas indestrutíveis. Você pode avisar, aconselhar, ensinar, guiar... Mas não decidir como quer que elas sejam.

We're Pregnant - Castiel Veilmont - Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora