• 𝑻𝒐𝒎 𝑴𝒂𝒓𝒗𝒐𝒍𝒐 𝑹𝒊𝒅𝒅𝒍𝒆

• 9 • 𝒪 𝒮𝑜𝑟𝑟𝑎𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜

A brisa do vento fazia com que meus cabelos voassem em direção ao meu rosto, o vento que o céu soprava era frio e as árvores se balançavam na sintonia de seus galhos, estava sentada na grama úmida do jardim próximo a floresta proibida, meu olhar se encontrava com a trilha para a floresta, me parecia convidativo entrar naquele lugar, suas inúmeras árvores de alto tamanho e o sol que brilhava entre a seus galhos me deixava ardendo de desejo para descobrir oque havia naquele espaço proibido.

Era sexta-feira, estava em meu período vago de minhas aulas da manhã, havia aproveitado para cortejar o sol brilhante e o vento uivante que havia aqui fora, acabei escutando murmúrios de algumas pessoas que saiam de dentro do castelo, virei meu rosto na tentativa de ver quem havia vindo de dentro e mirei meu olhar nas roupas amarelas com um texugo em seu símbolo, lá estava os olhos mais belos que eu presenciei em Hogwarts, minha primeira paixão desde o primeiro ano, Michael Dempsey, obviamente eu havia superado o fato de ele nunca ter olhado em minha direção, algumas coisas sempre pareciam ser contra mim.

Acabei virando meu olhar novamente para a floresta, não gostaria que ele achasse que eu seria mais uma de suas perseguidoras ou até mesmo alguma fã obcecada, me concentrei na carta do meu mensageiro oculto, desde o dia anterior continuamos a manter contato, obviamente fiquei chateada por ele não querer se revelar mas não evitei de persistir a trocar cartas com o mensageiro, eu estava a beira de uma enorme curiosidade que me deixou fascinada, era por isso que estive na corvinal afinal.

" Aurora, não pude evitar de perceber o quanto bela você está nessa manhã, seus olhos dourados me lembram o sol, você é brilhante como ele, você herdou a genética de algum famíliar? "

Não hesitei de dar uma gargalhada pela sua pergunta inusitante, não era comum alguém me perguntar sobre a cor incomum dos meus olhos, não havia um bruxo se quer em Hogwarts que possuísse as mesmas íris que minha pessoa, na verdade eu não dava tamanha importância para isso, era apenas uma característica diferente dos outros, mas frequentemente eu recebia olhares confusos sobre a tonalidade dos meus olhos.

Peguei minha pena e tinta preta e comecei a escrever no pergaminho amarelado, seria a terceira vez que eu mandaria a carta para a pessoa que eu desconhecia, no começo fiquei assustada por saber quem poderia ser mas após algum tempo fiquei mais tranquila, não poderia ser mais do que um aluno querendo flertar, fazer amizade ou pregar uma peça comigo.

" Olá, espero que esteja possuído uma manhã agradável, obrigada pelos elogios, na verdade eu me sentiria tímida caso alguém me dissesse isso pessoalmente, e não, não conheço nenhum familiar com a cor de minhas íris, mamãe disse que há décadas nenhum familiar possuiu essa cor nos seus olhos, me diga senhor anônimo, como você é fisicamente? "

As vozes prosseguiram no canto esquerdo do jardim, olhei no canto do olho e percebi que os Lufanos permaneciam sentados em um banco perto de uma árvore de porte médio, quando terminei de escrever me permiti a escutar os falatórios próximos.

- Se você não for, eu irei. - Falou um dos garotos de vestes amarelas. - Você sabe, ela está na sua desde sempre.

- Eu irei, só estou esperando o momento exato, ela parece ocupada... - Dempsey disse um pouco incerto.

Senti minha expressão mudar para de uma garota confusa, minha próxima aula se iniciaria em breve e eu não poderia me atrasar, em Defesa contra artes das Trevas o professor era gentil mas muito rígido com seus alunos atrasados, qualquer atraso poderia ocasionar em uma penalidade, eu não poderia fazer com que minha casa perdesse alguns pontos com minha irresponsabilidade, afinal, eles não pareciam apreciar minha presença lá mesmo.

Me levantei da grama úmida e tirei os vestígios de grama que haviam em minha saia, virei-me na direção da entrada do castelo e dei passos até a porta.