Consegui enrolar Jong Wook alguns dias, dizendo que não me lembro direito da história. Ele não pareceu muito convencido, mas não insistiu.
— Tente lembrar, me avise assim que conseguir — pede numa certa manhã, enquanto nos sentamos para comer.
Nos últimos dias, ele tem trazido sua comida até minha mesa, para fazermos a refeição juntos. Tento não demonstrar o quanto isso me agrada, afinal, também preciso me fazer de difícil. Mas acontece que é impossível ganhar de Jong Wook nisso.
— Então, como é sua família? — pergunto, sem tirar os olhos da comida. Mas sou obrigada a encará-lo quando não recebo resposta nenhuma. Jong Wook continua comendo, como se não tivesse me ouvido, o que me faz franzir a testa. — Eu lhe fiz uma pergunta.
Ele finalmente direciona os olhos escuros para mim, tão sério que engulo em seco.
— Eu decidi não responder.
Pisco algumas vezes, enquanto ele volta a comer. Ele disse isso mesmo?
Fico chateada, então decido colocar um acompanhamento no prato dele só para incomodá-lo. O bonito me olha sem entender.— E eu decidi te dar isso. Algum problema?
Fico esperando outra patada, mas ao em vez disso ele sorri, me pegando totalmente desprevenida.
— Problema nenhum... obrigado.
Ele volta a comer e eu fico observando, me segurando para não suspirar. Se fazer de difícil é difícil.
Mais tarde, Jong Wook me leva até a pequena área onde jogamos tênis, mas não é uma rede que ele faz surgir dessa vez, e sim uma espécie de palco pequeno.— O que é isso?! — indago, confusa.
— Um jogo de dança.
Analiso o telão diante do palquinho curiosa, então aparece um avatar com meu rosto dentro dele, me fazendo arfar.
— Não, não sei dançar, impossível.
— É exatamente por isso que escolhi esse jogo. Precisamos que passe vergonha lembra?
Abro a boca indignada.
— Isso vai ser uma humilhação!
— Você dança tão mal assim? — Levanta uma sobrancelha, desafiante.
Esse cientista! Ele vai ver.
— Eu danço, mas só se você dançar também.
— O quê? — Arregala os olhos.
Cruzo os braços teimosamente, segurando o sorriso. Não tem como ele aceitar.
— Ok. Então vamos dançar juntos.
A determinação em sua voz me deixa surpresa. Ele está falando sério? Jong Wook se coloca do meu lado e aperta algo no painel, fazendo aparecer seu avatar no telão.
— Está pronta?
O encaro embasbacada, não acredito que aceitou fazer isso. Ele se volta para a tela e faz um sinal que faz a sala a nossa volta sumir. Olho para os lados e pisco várias vezes, mas tudo continua branco. De repente o branco se torna preto e luzes coloridas começam a surgir, dando a impressão de que estamos em uma festa. Mal penso nisso e um cenário de festa surge em volta de nós.
— Você quer plateia?
— Não!
Ele sorri com malícia e faz outro gesto com a mão. Então uma multidão aparece em volta de nós. Aish! A realidade virtual do jogo é incrível. Eu acreditaria nela se não soubesse que é falsa. O pior é que ela me faz lembrar da noite que ficamos juntos no karaokê, o que faz meu rosto queimar.
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PARADOXO
Science FictionKang Yoo Nah é uma jovem estudante da Coreia do Sul, que tem vivido com amigos da família desde que seu pai desapareceu sem deixar vestígios. O problema é que Yoo Nah não vê o filho da sua tutora como irmão, e precisa esconder isso. Mas sua vida se...