De volta para casa

O troco

A raiva na sua voz fez Luna se assustar e vir correndo me abraçar.  Levantei-me com ela no colo, agarrada ao meu pescoço.  Me virei para o Tomás e pedi para ele levar a Luna para dentro. Ela pulou para o colo do Tomás e agarrou seu pescoço, escondendo o rostinho. Vê-la assustada me deixou com tanta raiva da mulher parada na minha frente.

Assim que o Tomás entrou com ela, me voltei para a Geovana. 

- O que eu estou fazendo aqui não te interessa.

- Sua vaca! Você trouxe essa menina para fazer o teste também.  Como eu não te vi antes?

Me virei para sair dali e ir atrás da Luna para ver como ela estava quando a Geovana falou.

- Você quer mesmo entrar no meu caminho outra vez? Eu acabo com essa menina!

Quando ela disse isso, eu vi vermelho. Me voltei para ela, que já estava saindo, achando que iria ameaçar Luna e ficaria por isso mesmo. 

Segurei em seu cabelo, a puxando de volta para mim.

- Aí, aí, aí...

Levou a mão ao cabelo depois que soltei. Ela me olhou assustada, não esperava que eu fosse reagir.

- Me escuta bem. Eu nunca fiz nada contra você, nem quando inventou aquela mentira toda no passado. Mas se você tocar nessa menina, se fizer alguma coisa contra ela, se até olhar torto na sua direção, eu juro, eu acabo com você.

Seus olhos estavam arregalados de medo. Ela nunca foi muito esperta. Eu sempre tive certeza de que foi a mãe que bolou aquele plano no passado.

- Agora saia da minha frente e não esquece. Fique longe dela!

Passei esbarrando nela, quase a jogando no chão. Entrei e vi a Luna e o Tomás em um canto. ela parecia melhor, mas quando me viu veio correndo na minha direção.

- Está tudo bem, meu amor. Está tudo bem!

Ela soltou meu pescoço e me olhou. Sorri para ela, tentando mostrar que estava tudo bem.

- Quem era, tia?

- É uma mulher muito má, meu amor. Igual aquelas bruxas que vemos nos filmes, mas ela não vai te fazer mal, pois eu fiz igual as fadinhas e joguei pó mágico para ela não chegar perto da gente.

Fiz com a mão como se estivesse jogando pozinho nela e depois fiz cócegas. Ela riu e começou a relaxar.

- Promete uma coisa para a tia?

- Sim, tia! Me respondeu sorrindo.

- Se ela chegar perto de você, eu quero que corra para perto da gente tá!

- Tá bom!

Cheguei perto do Tomás que pegou ela do meu colo e começou a brincar com ela. O diretor chegou e veio falar conosco. Ele cumprimentou o Tomás e a mim com muito gosto, falou que estava adorando nosso trabalho e me disse outra vez que adoraria trabalhar comigo. Me mostrou o camarim e me pediu para ir arrumando a Luna.  Mandei uma mensagem para a Carla e ela disse que já estava chegando.

Quando estava terminando de arrumar o cabelo, Carla entrou no camarim. Ela ficou tão encantada ao ver a Luna toda arrumadinha usando um vestido de alcinha que a deixava parecendo uma princesa. 

- Você está tão linda, meu amor!

- Olha, mamãe! Sou uma pincesa!

- É sim, meu amor! Uma princesa linda! Te amo muito minha flor!

Carla estava com os olhos cheio d'água ao abraçar a Luna e eu também. Bateram na porta, avisando que estavam nos esperando. Chamei a Luna e me abaixei na frente dela, ao lado da Carla.