Voltando

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Sair do aeroporto e andar pelas ruas que eu conhecia tão bem mas que agora pareciam tão diferentes foi difícil.

Os padrinhos dos meus filhos nos levaram para tomar um café e bater um papo. As crianças riam com as histórias do Fernando. Bernardo ia no colo da Carla e o Theo no do Leo. Apesar de ainda terem alguns traços do pai na fisionomia, no comportamento eles já pareciam mais comigo. Era um lugar bonito e elegante com vista para um dos pontos turísticos da cidade.

- Então, já sabem onde vão ficar? Se for em um hotel, ficarei muito chateada por não querer a nossa casa.

- Não, Carla. Eles ficarão comigo. Aluguei um apartamento grande o suficiente para nos todos. E como trabalharemos juntos, será mais fácil cuidar dos meninos assim.

- Mamãe, mamãe! Verdade que vamos molar com o tio Leonardo? Perguntou o Théo, bastante animado.

- Sim, meu querido.  Vamos por um tempinho, até arrumarmos tudo com as gravações da série e a escola de vocês.

- Escola mamãe? De novo? Perguntou Bernado já ficando desanimado e nos fazendo rir.

- Claro que irão a escola! A mesma da Luna. Por que vocês acham que eu a matriculei lá? Pois os primos estariam de olho para proteger nossa menina. 

Falou o Fernando muito sério com eles. Meus meninos estufaram o peito, como se já fossem dois homenzinhos e tão sérios quanto o padrinho deles responderam.

- Pode deixar, dindo! Nós vamos cuidar da Luna. 

- Isso aí. Esses são os meus meninos. Vocês têm que afastar os urubus da nossa princesa. Falou Fernando para os dois.

- Urubus, dindo? Tem urubus na escola, mamãe? Quis saber o Théo, com o rostinho um pouco assustado.

Nessa não conseguimos evitar o riso. A Carla precisou explicar que os urubus eram os meninos que queriam brigar com as meninas. Eles entenderam e prometeram não deixar nenhum menino chegar perto da Luna. Tadinha da minha afilhada quando tiver na idade de namorar com 3 machões de olho nela. Terminamos de comer e tive que controlar o Fernando e o Leo para não comprarem todas os doces que os meninos queriam.  

Carla e Fernando levaram os meninos para buscar a Luna na escola e eu e o Leo fomos para o apartamento. O lugar era realmente grande, tinha 3 quartos, sendo duas suítes, uma ficaria para o Léo, a outra para mim e o quarto para os meninos.

Gostei bastante do lugar, mas dividir um apartamento com o Leonardo me incomodava um pouco. Eu percebia que ele tinha um certo interesse em mim, mas eu nunca permitir avançar. Não enganava ele, desde o começo deixava bem claro que não estava preparada e para ajudar, ele nunca me despertou interesse nesse sentido. Eu o amava, mas como um ótimo amigo e o tio amado dos meus filhos, por fim ele pareceu entender e nunca mais tentou nada.

Dividir a casa com ele, poderia reacender alguma coisa e eu me odiaria por magoar um bom amigo. Além disso, não queria atrapalhar a chance de ele conhecer alguém legal que realmente pudesse fazer ele feliz como merecia.

Passamos a tarde arrumando tudo e quando estava anoitecendo, Carla trouxe os meninos e a Luna, com carinha de sono por já ter cochilado no caminho. Matei a saudade da minha princesa, que estava enorme nos seus 2 aninhos. Depois que eles foram embora, dei banho e coloquei os meninos para dormir.

No dia seguinte eles já teriam aula, graças a minha amiga que ajeitou tudo antes mesmo de eu chegar, e eu iria para o set onde já estavam filmando. Minhas primeiras cenas seriam gravadas ainda naquela semana e eu estava ansiosa.

Acordei na manhã seguinte sentindo cheiro de café, me levantei e encontrei uma mesa preparada e um Leonardo já bem acordado e vestido.

- Bom dia, flor do dia! Vá acordar os meninos, eu já tenho tudo pronto aqui.

De volta para casaOnde histórias criam vida. Descubra agora