Karol

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- Um a princesinha veio tomar café com o vovô ou sua mãe está de mau humor.
- Engraçadinho Dad, preciso te falar algo importante.
- De manhã cedo, posso ao menos comer.
- Pode não deve.
- Presumo que é bomba, você me quer de barriga cheia.
- Como me conhece bem pai, love you.
- Opa já estou preocupado. Mari aparece e já carrega Mel com ela, percebo o olhar do seu Miguel em mim, ele está tentando me desvendar.
- Tudo bem vou falar de uma vez. Ele toma o café e me olha com atenção.
- O pai da Mel.
- Resolveu dar as caras.
- Ele sempre esteve aqui.
- Não estou entendendo.
- Ele me mandou embora da vida dele mais não sabia que eu estava grávida.
- Caralho, conta isso direito Karol, você não contou para o homem que ele teria um filho, você tem noção do que fez?
- O senhor quer saber quem é, ou vai continuar falando?
- Fala essa porra de uma vez.
- Eu me envolvi com o Ruggero.
- Espere o que?
- Pai você ouviu, o Ruggero é o pai da Mel. Ele fica em silêncio abaixa a cabeça apertando bem os olhos.
- Você e o Ruggero se envolveram, e a Camila onde entra nessa história toda?
Dou de ombros.
- Eles deram um tempo quando ela viajou.
- Ok mais as datas não batem, isso quer dizer que ele traiu a mulher com você.
- Bem ele queria terminar com ela se isso ajuda.
- Mais então porque o casamento?
- Porque a mãe dela estava doente e fazendo pressão, e...
- E?
- Eu disse a ele para se casar porque eu não era mulher para ele, não poderia ama-lo. Meu pai me olha incredulo, então coça a cabeça.
- Aquele dia em que você chegou chorando foi por ele? Ele fala pausadamente. Assinto.
- Isso tudo é muito fodido você sabe?
- Sei pai, eu não levei em consideração o que ele sentia por mim, e acabei por feri-lo e ele não acreditou no que eu sentia por ele depois de do que disse.
- E você sabia que estava grávida?
- Sabia.
- E não disse nada?
- Eu tentei mais ele não quis me ouvir, depois que disse que o amava.
- Não sei se fico com raiva dele ou de você ou dos dois.
- Simples não fique, ele descobriu tudo e não quer ficar longe da filha.
- Você não contou esperou que ele descobrisse tudo Karol, filha isso foi cruel, você viu o que ele passou com a Camila ela escondeu dele e perdeu o bebê.
- Credo pai a Mel é cheia de saúde. Bato na mesa isolando.
- Não estou dizendo que vai acontecer algo com ela só que esconder as coisas deixou ele mal.
- Eu sei, ele tinha direito de saber, mais agora ele já sabe e as coisas estão bem difíceis.
- É claro que está, Ruggero é um homem maravilhoso mais tudo tem limite.
- Não estou falando do Ruggero, claro que ele ficou furioso mais para minha surpresa ele está tentando manter as coisas bem por ela.
- Viu ele amadureceu muito e está aprendendo com os erros.
- É admirável eu sei, mais isso me deixou em uma saia justa, como vou fazer com o Gustavo do outro lado do mundo, não posso me afastar da minha filha pai.
- Vocês vão achar uma solução filha.
- Eu espero, não quero abrir mão dele, foi difícil colocar a vida nos trilhos e com ele tem funcionado muito bem.
- Até o Ruggero. Reviro os olhos.
- Não tem Ruggero pai.
- Vamos ver se ele pensa igual.
- Ele mandou eu ser feliz.
- É claro que mandou é o Ruggero, você não entende não é? Aquele garoto viu a mãe morrer ao seu lado sem poder fazer nada, se culpou pela morte dela e segurou o sofrimento dos irmãos e do pai e engoliu o seu, eu estava lá e vi tudo, ele não chorava ele não deixava se consolar ele só queria está ali e ser a base de quem ele amava é isso que ele faz.
- Pai.... Ele alcança minha mão.
- Vocês estragaram tudo filha, mais tem alguém que precisa dos dois, talvez seja uma oportunidade de colocar as coisas no lugar se não for como casal, que seja como amigos. Assinto e seco minhas lágrimas.

Depois de um banho, e nos vestir confortável, hoje relativamente estava friozinho a noite.
Deixo Mel no tapetinho colorido cheio de bichinhos que minha loira trouxe para ela brincar e ligo a tv colocando os vídeos lá de uma fazenda que ela adorava e entrei na cozinha até que escuto alguém tocar e depois bater repetidas vezes como se estivesse desesperado, olhei para Mel mais por sorte a tv estava alta e ela não percebeu, secando as mãos fui para a porta e abrir, Carolina e Michael quase caíram estavam com os olhos vermelhos e com uma cara nada boa para mim.
- Não quero falar com você agora estou puta, onde ela está? Foi que entendi aponto para a sala.
- Caro...
- Não fale comigo. Ela rosna.
- Só vá com cuidado para ela não se assustar você sabe. Falo baixinho.
Volto meu olhar para Mike que está na porta parado olhando para mim, seus olhos ainda brilham pelas lágrimas e ele seca.
- Vocês dois só fazem merda. Ele fala mais seu tom é divertido.
- Não acredito que escondeu isso da gente.
- Mike eu... Encolhi os ombros e sua mão aperta o lugar devagar.
- Como disse a Caro, estou puto poderia ter visto minha sobrinha nascer, você não sabe como isso é importante para nós Karol, família é tudo que temos se não tivermos unidos nada faz sentido.
Só balanço a cabeça incapaz de responder.
- Eu sabia que não estava louco, quando via o sorriso da minha mãe despontar nos lábios dela. Carolina fala e está com brincando com Mel com os joguinhos de montar, a cada pecinha que ela consegue encaixar com a ajuda da Caro ela rir e commemora imitando a tia.
Droga me sinto péssima.
Mike tira os sapatos e se aproxima bem devagar, pega uma peça caída no chão e chama por ela baixinho.
- Mel, olha essa aqui neném. Minha filha olha para ele seus olhinhos um pouco assustados mais quando vê a peça dar dois passinhos ainda não firmes e pega a peça em suas mãos.
Um pigarreio me faz virar para a porta e um soluço escapa dos meus lábios, ele abre os braços e como o meu pai sinto o afago e o carinho e um lugar seguro para se abrigar.
- Desculpa, me perdoa... Sussurro.
- Vai ficar tudo bem querida, você só precisa entender que não está sozinha, você tem seu pai e tem a nós.
Ele seca minhas lágrimas e beija minha testa.
- Vai lá. Falo e ele sorrir.
E como Mike ele se aproxima devagar, eles já tinham visto a Mel, já haviam brincado várias vezes com ela mais dessa vez foi diferente, porque eles sabiam quem era ela.

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