Ruggero

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- Me dar essa garrafa, acabou para você. Meu irmão toma a garrafa da minha mão e me empurra para o banheiro.
- Não Mike eu preciso beber, me dar.
- Já chega, eu entendo que está sofrendo mais agora você vai tomar banho e dormir amanhã é outro dia.

E foi realmente outro dia, chegar na casa do meu pai e encontrar Mike, contar o que aconteceu me deixou ainda mais no chão.
Mais eu não posso ficar aqui.
Meu irmão tem razão hoje é outro dia e vou ter que seguir com minha vida, afinal eu mereço não é?
Quem mandou ser infiel, trair a mulher que sempre esteve ao meu lado e me amou, que melhor castigo do que esse.
Agora é viver com isso.

- Ruggero. Camila abre a porta para mim.
- Oi, te acordei?
- Não, já estava acordada, vem entra.
- Precisamos conversar.
- Sim precisamos, eu fiquei empolgada com os preparativos e não perguntei se você queria fazer isso, levar adiante desculpa.
- Eu liguei ontem a tarde e pedi para segurarem tudo, podemos cancelar.
- Não. Falo.
- Não, voce...
- Eu pensei bem, pode ligar, é o que a gente sempre planejou.
- Então você ainda quer se casar comigo?
- Sim eu quero, vamos construir uma família juntos só eu e você. Ela sorrir e senta no meu colo, acaricia meu rosto e beija meus lábios.
- Eu te amo Ruggero, e vamos ser felizes juntos tenho certeza. Assinto.

A minha única exigência foi uma cerimônia íntima no jardim da mansão, Kátia não ficou muito feliz mais aceitou.
A semana passou rápida e tratei de ficar na casa do meu pai durante esses dias, não voltei em casa, não podia passar na porta de Karol, não podia vê-la ou perderia o resto de dignidade que tenho.

- Mano. Carolina entra no meu quarto estou pronto para tomar banho e me arrumar.
- Você vai mesmo se casar?
- Vou, e você não deveria está convencida disso?
- Eu não estou convencida só te apoio. Ela me abraça.
- Quero que seja feliz.
- Eu sei e te amo por isso.
Ela me deixa e meu telefone toca quando estou entrando no banheiro.
Dou de ombros, não quero falar com ninguém hoje.
Entro no banheiro e demoro um pouco mais para sair.

- O que faz aqui? Pergunto uma semana e ela está ainda mais linda.
- Eu precisava te ver, eu liguei mais cedo.
- Acho que não temos mais nada para falar, então por favor vai, eu preciso me vestir.
- Eu não vou sair até você me ouvir. Fecho os olhos controlando meus instintos e passo por ela entrando no closet, tiro a toalha e começo a me vestir ela está parada na porta.
- Karol, porque veio? Se quer ficar no casamento tudo bem, mais não precisa fingir que se importa com alguma coisa, o nosso lance acabou foi o que você disse, ah e deixou bem claro também disse que tinha certeza que eu me casaria e seria feliz pois bem, falta apenas algumas horas para me casar, obrigado pelos votos.
- Pare.... Ela grita.
- Só pare de jogar na minha cara as minhas palavras, eu sou uma idiota tá legal, quando disse que se casaria e seria feliz é porque eu realmente quero que seja feliz pois você merece ser e quando disse que não era a mulher certa para você é porque achei que não seria capaz de amar alguém depois das merdas que aconteceram na minha vida, mais estava enganada. Ela da um passo em minha direção.
- Na verdade eu não posso ser capaz de amar alguém mais do que eu já amo, e só não tinha percebido antes, que o que eu sentia era medo, sim muito medo de me entregar.
- Karol... Ela me interrompe.
- Eu amo você, e peço desculpas por não ter visto isso antes, eu nunca senti nada parecido antes... Por favor fala alguma coisa?
- O que você quer que eu diga Karol, eu abrir meu coração para você, eu disse que largaria tudo para ficar com você, eu nunca senti meu peito ser rasgado daquela maneira.
- Me perdoa Ruggero eu... A interrompo e mesmo que as lágrimas tentem me impedir de falar.
- Eu não tenho nada que te perdoar Karol você foi bem clara ao dizer que não sentia nada por mim, fui eu que me iludir.
- Não não é verdade por favor acredita em mim. Ela se aproxima e me afasto passando por ela.
- Tanto faz Karol, eu tenho alguém me esperando.
- Não, espera eu preciso te contar uma coisa.
- Eu não quero ouvir mais nada. Falo firme e engulo o nó na minha garganta, de costas para ela vou até a porta e abro, faço um sinal para que ela saia.
- Estão me esperando.
- Você tem certeza? Se eu sair por essa porta eu não volto e depois não me diga que eu não tentei falar.
- Acho que você já disse tudo o que queria.
- Lembre-se foi você que quis assim.
- Não, foi você, Adeus Karol.
Ela balança a cabeça secando as lágrimas e sai do meu quarto e me sento na cama para não desmoronar por completo porque por dentro não existe mais nada intacto, dói, dói tanto.
Olho para o criado mudo tem a foto da minha mãe.
- Você sabia o que era amar mãe, e nos ensinou só esqueceu de dizer que doía tanto, que machucava e que não tem remedio que cure.

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