Karol

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Eu tinha conciencia que fiz o certo, e não poderia voltar atrás.
Ruggero merece o mundo e não posso ficar em seu caminho, temos ideais de vida diferente.
Mais porque estou me sentindo fraca e vulnerável.
Quando ele se afastou para atender o telefone, tratei de sumir no meio da multidão, agarrei uma garrafa de tequila e não lembro de mais nada, só da ressaca maldita no dia seguinte.
Dormir no apartamento de Valentina e voltei a encher o cu de cachaça no dia seguinte e no outro também.
Gastón me arrastou para casa e eu gritei que iria dormir com Valentina e não na minha casa.
Não poderia entrar em casa, não agora, não quando tudo em meu corpo grita por aquele homem, eu preciso enfiar o dedo na tomada levar um choque e voltar ao normal.
As cortinas se abrem e resmungo um palavrão.
- Fecha essa porra Valentina. Ela joga um travesseiro na minha cara.
- Dois.
- Dois o que?
- Deixei você se afundar por dois dias, agora é hora do mundo dos vivos.
Reviro os olhos.
- Não sei que diabos aconteceu com você, mais hoje vou te trazer de volta, temos trabalho a fazer.
- Naoooo.
- Nem reclame, trate de tomar um banho, e aparecer na Famous como gente.
- Porque na Famous?
- Sessão de fotos do Ruggero.
- Caralho... Resmungo.
- Eu sinto muito que não está sentando no vizinho gostosão, mais você nunca se rendeu a ninguém e não vai começar agora, então levante seu traseiro gostoso da cama e vamos trabalhar. Ela sai batendo a porta e só quero me enfiar embaixo do cobertor e esquecer que o mundo existe lá fora, porque?
Porque fui deixar que o tesão falasse mais alto.

Encontro Gastón na mesa tomando café e ele está rindo da minha cara, levanto o dedo do meio para ele e ponho os óculos escuros.
- Só porque está rindo da minha cara vai me levar na Famous. Ele arqueia a sobrancelha, mas me acompanha.
- Estou indo para Califórnia amanhã.
- Se eu não tivesse tanto trabalho iria também.
- Você tem uma premiação domingo, e estou orgulhoso conseguiu branquela. Solto um muxoxo.
- Eles querem Ibope.
- E você vai dar a eles tenho certeza. Dou risada e beijo seu rosto saindo do carro.
Entro no prédio cumprimentando a galera e vou para o estúdio, o pessoal da equipe já se junta a mim querendo saber o que fazer e começo a organizar o cenário.
- Quero o sofá ali, isso a luz amarela não branca pessoal.
Paro olhando o meu tablet com os esboços que fiz.
- Então é aqui que você se escondeu. Sua voz causa um arrepio no meu corpo e fecho os olhos me repreendendo por isso.
- Estava escondida? Não percebi.
Respiro fundo e coloco meu melhor sorriso no rosto.
- Pronto neném? Pergunto agora olhando para ele, que não desvia o olhar, sei que está me questionando com o olhar se está tudo bem.
- Você vai entrar ou precisa de um incentivo? Pergunto balançando a sobrancelha e ele sorrir e se aproxima me puxa para os seus braços e eme aperta forte.
- Ainda somos amigos não é?
- Porque não seríamos? Respondo com outra pergunta.
- Branquela você deixou... Gastón para de falar e eu desvio o olhar de Ruggero para ver o que é? Ele olha para Ruggero e depois para mim e ainda estamos com as mãos um no outro.
- O que esqueci Gás? Pergunto e Ruggero deixa seus braços cair ainda de olho em Gastón que o encara de volta.
- Gás? Questiono e ele desvia o olhar para mim e levanta minha bolsa.
- Seu material.
- Valeu, a outra não sei onde deixei.
- Na minha casa. Ruggero fala e fico confusa.
- Na sua casa? Pergunto e ele assente.
- Vou nessa, nos vemos quando voltar. Ele beija minha testa e vai embora.
- Vocês? Ruggero pergunta e estou tirando a máquina da bolsa.
- O que está querendo perguntar vizinho? Fale de uma vez.
- Vocês estão juntos? Dou risada.
- Eu não estou junto a ninguém neném, sou um pássaro livre, não confunda intimidade com algemas.
- Que comparação nada a ver.
- É o meu modo de ver, agora vá até o camarim se trocar, quero você bem a vontade.
- Você não vai me deixar nu? Vai?
- Que ideia tentadora, mais não. Ele então passa por mim, mas para antes de entrar.
- Obrigado Karol. Olho para ele sem entender.
- Eu disse que tornaria isso mais confortável para você.
- Não estou falando disso.
- Não entendi então.
- Da indicação, eu sei que foi você.
- Indicação?
- Você indicou a Camila.
- Não sei do que está falando.
- Você menti muito mal menina má. Sorrindo aponto para o meu notebook.
- Recebo pedidos diariamente, não fiz nada demais.
- Eu sei que para você, pode não ser nada, mais para ela e para mim significou muito. Isso doeu.
- Certo, eu... Engulo a saliva tentando molhar a garganta.
- Preciso verificar umas coisas enquanto você se troca. Ele assente.
Saiu do estúdio e entro no banheiro, respirando fundo várias e várias vezes.
- Puta que pariu mulher reage, você não é assim, depois de tudo que passou vai ficar mesmo encantada por um cara que ama outra ainda por cima.
De jeito nenhum, meu nome é Karol Sevilla e meu escudo está erguido outra vez.

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