Ruggero

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Parecia que o destino estava me castigando.
Não bastava saber que estava de volta apesar de passar o tempo inteiro na casa do pai, ela trabalha ao meu lado era impossível não ver Karol, não falar com ela ou deseja-la, meus olhos pareciam um ímã procurando-a sempre, e me odeio por isso.
Eu sabia que não seria fácil as reuniões em família com ela presente.
Quando Miguel atravessou o jardim empurrando o carrinho de bebê não reconheci meu corpo, nem meu coração a pequena bebê era a coisa mais linda que já vi no mundo e não me contive.
E como na primeira vez que a vi, seu chorinho foi audível.
- É Ruggero ela estranha todo mundo, acostumada só com a mãe e avó da Karol.
E o pai quis completar.
Me abaixei ficando da mesma altura e sorri mesmo diante de suas lágrimas e o biquinho, alisei sua bochecha de neném gorducha e sequei suas lágrimas então uma ideia me veio em mente, escondi meu rosto com as mãos e perguntei.
- Cade a Mel onde ela esta? Não obtive resposta, e perguntei novamente.
- Cadê a neném, cadê? Seu choro cessou e senti sua mãozinha tocar as minhas.
- Cadê a neném, cadê? Ela enfiou os dedinhos entre os meus e tirei os rosto das mãos.
- Achou. Falei e para minha total alegria ela riu. Fiz novamente e a pequena sorria tanto que sua cabecinha caia para trás e suas bochechas estavam avermelhadas.
- É parece que você a ganhou. Miguel comentou mais estava um pouco distante com meu pai que sorria ao ver meu entusiasmo.

Mais minha alegria durou pouco e não esperava por isso.
O cara do hotel sério? O médico? Desde quando?
E ao ouvir a bebê chamá-lo de Pa-pa me quebrou, ficou difícil respirar eu precisava sair dali, principalmente quando ele pegou a neném no colo e uma sensação de ciúme e possessão vieram eu tive que engolir e focar em sua mão estendida para mim.
Aproveitei que Miguel e meu pai engataram em uma conversa com ele e entrei em casa, precisava ficar sozinho, respirar.
Me joguei na cama e não sei por quanto tempo permaneci olhando para o teto buscando uma resposta para a confusão dentro de mim.
Eu ainda amava aquela garota isso eu sabia, o sentimento mesmo ferido ainda resistia aqui dentro, errei quando não joguei tudo para o alto? claro porra me arrependi no mesmo dia mais já estava feito e não podia voltar atrás.
Tinha mandado Karol embora da minha vida, disse Adeus a ela causando sofrimento em nós dois e isso é irreparável.
Escuto duas batidas na porta e não levanto para abrir, então a voz de Caro me chama.
- Rugge estamos te esperando para almoçar, você não vem?
- Já vou. Aviso e sento na cama, meu olhar cai na figura da minha mãe no porta retrato, seu sorriso leve e contagiante, um sorriso único.
Me aproximo e aliso seu rosto.
Todos dizem que pareço muito com ela principalmente o sorriso e....
Esse sorriso é bem parecido com...
Não só posso está maluco.
Levanto depressa e desço as escadas estão todos reunidos na mesa do jardim.
- Ruggero. Me chama Agustín ele está conversando com Mike e o médico, me aproximo e ele me entrega um copo com wisk e dar de ombros como se dissesse beba.
- Camila deu sinal de vida? Mike pergunta.
- Está no México.
- Parece que nossas mulheres são todas envolvidas com a moda. O médico fala e o encaro.
- Não doutor eu não me amarro isso eu deixo para vocês. É Mike que fala e todos riem, Agustín vai falar com Valentina e Mike vai pegar mais bebida.
- Essa situação é um pouco estranha você se sente assim? Ele pergunta.
- Porque me sentiria?
- Vocês tiveram algo. Ele comenta.
- Ela está casada com você e eu bem...
- Bem espero que um dia ela case mesmo comigo. Ele me interrompe e olha para Karol que está do outro lado com as garotas dando comida a neném.
Franzo o cenho.
- Estamos nos entendendo, nos reencontramos a seis meses e estamos nos conhecendo como casal.
Ele termina a bebida e vai para a mesa onde já estão nos chamando.
Mais suas palavras gritam na minha mente.
Seis meses....
Isso desperta algo em mim, e espero o almoço terminar, Karol não vai falar comigo sobre sua vida, mais essa informação eu preciso saber, e como se fosse invocada Carolina aparece e senta ao meu lado, me faz ver algumas fotos que ela tirou da bebê.
- Ela é tão fofa. Caro comenta.
- Ela é sim, olha essas bochechas. Comento.
- É muito esperta também, quantos meses ela tem, vejo que fala?
- Um ano e meio, olha essa? Ela solta sem se dar conta que minha pergunta foi totalmente intencional balanço a cabeça atordoado e olho para Karol conversando com Valentina.

-Não espera eu preciso te contar uma coisa.
- Eu não quero ouvir mais nada. Estão me esperando.
- Você tem certeza? Se eu sair por essa porta eu não volto e depois não me diga que eu não tentei falar.
- Acho que você já disse tudo o que queria.
- Lembre-se foi você que quis assim.
- Não, foi você, Adeus Karol.

- Ruggero você está bem? Carolina pergunta e não consigo responder, o choque das lembranças fazem meu corpo estremecer e no mesmo momento meu telefone toca.
Ignoro a chamada, mas continua e atendo.
- Ruggero é a Aline, acabamos de chegar no Rio, mais Camila, passou mal e estamos com ela no hospital, venha assim que puder.
- O que aconteceu Ruggero quem era?
- Camila está no hospital.
Carolina vê meu estado inerte e me arrasta pelo jardim.
- Camila está no hospital vou acompanhar ele. Escuto ela dizer, eu sei Camila está no hospital mais a minha mente está na pequena bebê, deixo que meus olhos vagarem até ela antes de me deixar ser levado.

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