Ruggero

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Entro no hospital com Carolina e procuro por Camila, informam a ala em que ela está e no momento que vou abrir a porta um do quarto um médico vai saindo.
- Opa, parentes da senhora Pasquarelli?
- Sou o marido dela, o que ela tem? Ele me olha incredulo, como se eu deveria saber o que ela tem.
- Senhor Pasquarelli sua esposa sofreu aborto.
- Aborto.
- Camila estava grávida? Carolina é quem pergunta ao meu lado.
- Você não sabia? Ele pergunta e faço que não. Ele olha para dentro do quarto.
- Desculpe senhor eu pensei que soubesse que a gravidez era de risco ei recomendei repouso absoluto, mais ela não seguiu sinto muito.
- Não estou acreditando. Entro no quarto.
- Rugge... Ela chora.
- A quanto tempo você sabe? Ela levanta o rosto assustada.
- Fala Camila, desde quando você sabe e não minta eu já falei com o médico ele me contou que a gravidez era risco e que você deveria está de repouso.
- Ruggero eu...
- Anda fala de uma vez. Esbravejo.
- Ruggero calma, ela está sob efeito de remédios, está sendo monitorada tem que ficar calmo.
- Me diz como ficar calmo com tanto egoísmo me diz? Pergunto a Carolina.
- Eu não podia parar minha vida para ter um bebê. Ela grita.
- Você... Rosno com fúria.
- Eu não consigo lidar com você agora, estou farto de seus caprichos. Dou as costas.
- Para onde vai Ruggero?
- Para bem longe. Saiu deixando Camila em prantos mais dessa vez pouco me importa, estou em pedaços, o meu filho, um filho morreu por culpa dela, por ser uma inconsequente, ela não só escondeu de mim a gravidez como não se resguardou e perdeu o bebê.
Caro me leva até em casa, e as palavras não saem, não consigo falar.
Passo a noite em claro imaginando um cenário em que meu filho poderia ter sobrevivido.
Chego a me culpar por não ter visto antes, por não poder salva-lo, por não protegê-lo como um pai faria.

Não percebo quem está ao meu lado até que ela toca minha mão e aquele calor tão conhecido aquece meu corpo, olho para Karol e ela está ali para mim, mais uma vez ela está aqui para mim e não consigo conter as lágrimas, parece que esperei toda a noite para chorar em seus braços é como se ela tirasse fora tudo o que estava sentindo.
- Shiii vai ficar tudo bem. Ela fala e acaricia minhas costas.

Desperto e parece que fui atropelado por um caminhão.
- Está com fome? Carolina pergunta está sentada na poltrona com um livro.
Faço que não.
- Mais vai comer alguma coisa, vamos vá tomar um banho que eu vou trazer algo para você.
- Onde está a Karol? Ela estava aqui não estava?
- Sim ela estava, e foi embora depois que você dormiu. Assinto e vou para o banheiro, quando Caro aparece com a bandeja eu já coloquei as malas no chão.
- O que é isso? Ela pergunta e me sento para comer.
- Vou tirar minhas coisas daqui, pode me ajudar a fazer as malas.
- Você tem certeza que vai se separar?
- Absoluta.
- Tudo bem. Ela vai até o closet e começa a tirar minhas coisas de lá e colocar na mala.

Chego no meu apartamento por volta das nove da noite e Caro me ajuda com as malas.
- Eu vou tomar um banho estou morta.
- Caro. Chamo.
- Obrigado. Ela sorrir e me abraça.
- Vou sempre está aqui com você irmãozinho. Fala e bagunça meu cabelo, e sai do quarto.
Me sento na cama em silêncio e escuto um barulho de tv ligada, parece música infantil.
Me aproximo mais da parede e então escuto a risada.
É a Mel.
Meu coração se aquece e só ao ouvir sua risada é como se fosse o remédio para o meu coração em pedaços.
Não escuto mais ninguém e presumo que ela está sozinha.
- Neném. E acabo rindo do apelido.
- Cadê a neném? Falo e ela para de rir.
- Cadê a neném? Cadê? Escuto sua voz balbuciando alguma coisa. Dou uns toques na parede e pergunto novamente demora um pouco e escuto barulho na parede e sua risada gostosa de neném.
- Mel o que está fazendo aí filha? É a voz de Karol.
- Bonequinha porque está batendo na parede? É a voz do médico.
Me afasto da parede e balanço a cabeça eu não consegui ser feliz porque te disse Adeus minha garotinha.
E agora te perdi para sempre, espero que ele consiga te fazer feliz.

Na manhã seguinte saiu com Carolina para a Famous ainda com os pensamentos confusos.
Meu sou me abraça e Mike me acompanha até a minha sala.
- Eu quero isso Mike, quero o divórcio.
- Tem certeza? A porta se abre num baque e Camila aparece.
- Eu cheguei do hospital e você não estava em casa, na verdade não tinha nada seu lá, quer me explicar que porra está acontecendo?
- Meu advogado vai entrar em contato quando a papelada estiver pronta. Aponto para Mike, ela olha para ele depois para mim.
- Que merda essa Ruggero.
- Quero o divórcio Camila.
- Não.
- Bem se você não vai me dar pro bem, vamos ter que brigar por ele, de qualquer forma ele vai entrar em contato agora se me dar licença tenho muito trabalho. Ela se aproxima e joga as coisas no chão.
- Camila você acabou de sair do hospital não acho que...
- Cala a porra da boca Mike ele não pode me deixar.
- Na verdade foi o contrário você me deixou, quando saia pelo mundo em suas viagens intermináveis.
- Eu estava trabalhando. Ela grita.
- Ótimo continue, mais agora sozinha.
- Venha Camila você precisa se acalmar, vamos chegar a um acordo vamos. Mike insiste e consegue que ela deixe minha sala.
Eu fico tão inerte essa semana que não percebo outra coisa acontecendo.

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