Capítulo 2

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Eduarda | POV

Sabe quando você acorda de um sono perfeito? Seu corpo está relaxado, sua mente em calma e sua respiração tão quanto?

Eu não estava assim.

- MARIA EDUARDA! - Ouvi minha mãe gritar, logo atrás da porta fechada do meu quarto. Levei breves segundos para abrir os olhos, querendo morrer por ainda ser segunda feira.

- MÃE, EU ESTOU COM CÓLICA, NÃO POSSO IR PARA A AULA. - Menti. Uh, falando de cólica, finalmente havia passado a de ontem. Jesus, nós, mulheres, ao menos merecemos um prêmio Nobel por suportar essa merda.

- VOCÊ DEU ESSA DESCULPA SEXTA. ANDA LOGO, ENCOSTO. - É. Michelle estava certa.

Respirei fundo e, lentamente, deixei que minha mente tomasse conta do que acontecia, de onde eu estava e essas outras coisas típicas que costumamos pensar quando acordamos.

Meu pensamento viajou tão longe, que tive de abrir os olhos de forma arregalada. Lá embaixo doía, mas não era uma dor que eu estivesse acostumada.

Parecia algo do tipo... Oh meu deus.

Levantei a coberta lentamente, e assim que encarei minha dor, voltei fechar os olhos.

Isso era um sonho. Eu estou sonhando, isso não está acontecendo.

Levantei da cama rapidamente, não querendo ver o que tinha ali. Apenas corri até o banheiro.

O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO?

PORQUE TEM UMA COISA QUE NÃO ERA PARA TER ALI?

Encarei meu reflexo logo ao espelho e percebi o quão apavorada eu estava. Meu rosto branco, meus lábios entreabertos e os olhos arregalados demonstravam tal sensação. Sim, era pavor.

Justamente EU, que sou lésbica e tenho nojinho dessas coisinhas, ganhei um. Meu Deus, o que eu faço?

Ah, antes que pense que eu estou usando calcinha, em nome de Beyoncé Knowles, não. Eu amo cuecas, o que me faz ter diversas; femininas e masculinas.

Mas voltando ao principal: POR QUE TINHA UM PAU ONDE ERA PARA TER UMA BOCETA?

Eu estava dura?

Eduarda, sua prevertida.

Não, para. Eu tenho um pau agora.

Meu Deus, o que eu faço?

Ainda tem a escola.

- Eduarda, é sério. Você vai a pé - Ouvi minha mãe avisar. Revirei os olhos e suspirei. Isso era um sonho.

- Eu vou mais tarde. - Respondi.

- Com a permissão de quem?

- G-Eazy.

- O que?

- Me, myself and I mãe.

- Se bata antes que eu te bata, Eduarda!

BOA!

Corri até a porta do meu quarto e estendi o braço para fora.

- Cala a boca, mulher chata. - Senti um forte tapa no meu braço e retirei da porta rapidamente, me trancando no meu quarto outra vez em seguida.

Não parecia um sonho.

- Merda... - Falei baixo.

Corri até o banheiro outra vez e encarei meu reflexo.

DUDASSAURO estava menor, ótimo.

Eu preciso fazer xixi.

MERDA!

Okay, Eduarda.

O pau é seu, não precisa ter nojinho.

Gente, como que mira?

Vai com calma, bichinha.

Puxei a calça de moletom que eu usava um pouco para baixo e logo vi a cueca branca.

Uou. Deus ao menos no tamanho, foi gentil.

Não que eu tenha visto muito deles... mas tudo bem.

Força nessa mão, Eduarda.

Segura esse pinto com vontade e vai nessa.

ECA.

Vai passar. É um sonho e a vida tem obstáculos. Passe por esse, talvez você acorde.

Respirei fundo e mordi o lábio inferior. Não, de jeito algum eu conseguiria fazer isso.

Voltei para o meu quarto e peguei meu celular. Disquei o número tão rápido quanto pensei ele, e logo levei o mesmo até meu ouvido.

- Eduarda! - Ouvi o outro lado da linha. - Onde você está? Eu e a Isabella estamos te esperando aqui na frente do colégio, bastarda.

- Matheus! Eu vou me atrasar. Talvez... bastante... mas não te liguei por isso. - Respondi rápido.

- Okay. Vamos entrando, então. Diga o que quer. - Esse era o momento de ignorar a vergonha que eu só não tinha na cara, e pedir ajuda.

- Como você mija em pé? - Matheus deu um grito, logo começou a gargalhar.

Ouvi a voz de Isabella no fundo e logo Matheus explica. Minha melhor amiga riu junto. Babacas.

- O que?!

- É, Matheus. Como... você... mira? - Matheus gargalhou outra vez e antes de desligar a chamada, falou novamente.

- Eduarda, vá a merda. - E morreu.

Ouvi o final da chamada e, desesperadamente, liguei novamente.

- É o seguinte, eu acordei com a porra de um pau e estou apurada para fazer xixi. Você me ajuda, seu idiota egoísta, se não eu mando nudes do... - Ouvi uma gargalhada diferente do outro lado da linha e ruborizei. - Bianca, por que você está com o celular do Matheus?

- Ele me mandou ouvir uma músicas e saiu com Isabella. Que porra você está dizendo, Duda?

Tampei meu rosto com as mãos e suspirei.

- Nada. Só não conte o que eu praticamente gritei para mais ninguém, por favor.

- Tudo bem, mas do que você estav-

- Obrigada, Bibi. - Desliguei.

Eu vou mijar nas calças.

Foco, força e fé, Eduarda.

Voltei para o banheiro e logo parei na frente do vaso. Olhei para o box do banheiro e tive a brilhante ideia.

Tirei minha blusa rapidamente, e logo o top branco. Liguei o chuveiro e me enfiei ali em baixo. Olhei para a cueca e me desesperei, pois estava ficando transparente e aos poucos, eu via mais.

QUANDO EU ACORDO?

Fazendo tudo em um movimento na velocidade da luz, abaixei a cueca, vendo o negócio pular para fora. Isso só poderia ser ereção matinal.

Jesus, sou oficialmente Nicki Minaj depois de ganhar essa anaconda.

Aliviei minha bexiga logo que consegui tomar jeito. Estava sendo mais fácil do que eu esperava, mas ainda bem que não teria tentado fazer isso primeiramente no vaso, se não, mijaria tudo.


(...)


Agora, a questão era: Como eu esconderia meu berimbau sendo que ele estava para capoeira?

Bufei irritada ao perceber que solução, da qual eu não era capaz de rejeitar por ser dita única, era usar algo comprido no tronco. Vesti um moletom cinza, que cabiam duas de mim e logo peguei minha mochila em outro canto.

Sim, eu estava apavorada. Mas tinha certeza que era um sonho, e uma hora, isso iria passar.


EAI KKKKKKKK tão gostando? 

Enfim, alguma pergunta? kksksksk

Wishes | Duanca (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora