Capítulo 24

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Eduarda | POV

Olhei para meu armário, e guardei o livro de matemática onde havia um espaço, pois por incrível que pareça eu era organizada com aquilo. Peguei um gloss hidratante e passei nos meus lábios, sentindo o gosto e o cheiro de morango, logo olhei no meu celular. Me assustei assim que senti um tapa forte na minha bunda, então olhei por cima dos ombros e Isabella gargalhava. enquanto andava sozinha. Me piscou o olho e saiu do corredor, me deixando boiar por ao menos ter me esperado.

Havia recém batido o sinal, e os alunos se agitavam por todas as partes. Fechei meu armário e segui até minha sala, porém antes de chegar fui puxada pelo braço. O cheiro dela invadiu minhas narinas, assim como o cheiro de produtos de limpeza, e acabei sorrindo, mesmo sem dizer nada, ou conseguir enxergar pela salinha escura onde estávamos. Minhas costas coladas na porta, e o seu braço o perto suficiente para me deixar perceber. Ouvi um click e logo sorri. Bianca havia me prendido com ela ali dentro, e eu tinha noção do que viria agora. Eu estava amando saber o que estava por vir.

Levei a mão até o interruptor da parede, porém uma luz fraca me fez parar.

- Com luz baixa é melhor. - Ela disse. Franzi o cenho e Bianca deixou o celular com a lanterna ligada em uma das estantes. Seu olhar caiu sobre o meu em seguida, e então ela sorriu, aproximando nossos rostos. Subi minha mão para sua bochecha e acariciei, antes de deixar que ela me beijasse. Bianca sorriu mostrando os dentes e fechou os olhos, enquanto eu me deixava admirar cada curva de sua face. Meus lábios roçavam nos seus, e ela acabou mordendo o lábio inferior, ao que decidi fitar seus olhos e eles me encararam de volta. - Amo o jeito que você me olha... - Sorri e desci minhas mãos por seu corpo, parando quase por abaixo de sua cintura. - E como me toca... Isso é sério, Eduarda. - Franzi o cenho e ela me abraçou. - Merda. Enfim, me deixa continuar. - Seu rosto voltou para a frente do meu e sorri, dando de ombros e concordando em seguida.

Os lábios macios dela se encaixaram nos meus com uma delicadeza nunca provada por ambas de nós duas juntas, me fazendo sentir um arrepio das pontas dos pés até o crânio, onde um estalo fez meu coração acelerar, enquanto meu estômago explodia em borboletas. Pela primeira vez eu suava frio ao beijar alguém e sabia o que aquilo era. Sem mentira alguma, eu estava louca para contar. Afastei nossos lábios e deixei o meu ao lado de sua orelha.

- "I didn't know that I was starvig 'till I tasted you... Don't need no butterflies when you gave me the whole damn zoo... By the way, by the way, you do things to my body... And I didn't know that I was starving 'till I tasted you..." - Cantei baixinho, percebendo Bianca sorrir contra meu sorriso.

("Eu não sabia que estava faminta até que provei você... não preciso de borboletas quando você me dá o zoológico inteiro... além disso, além disso você faz coisas ao meu corpo... e eu não sabia que estava faminta até que provei você...") 

- Então você entendeu o que eu queria dizer? - Ela falou baixinho.

Abaixei minha cabeça e beijei seu pescoço, logo mordi devagar. Bianca arfou e acabei sorrindo.

- Sim!

- Achei que iria estar no vento gelado da maré, no terraço de um navio, com o mesmo balançando lentamente, e uma joia na mão, lembrando de você, - minha crush falecida -, e lembrando do tempo que você levou para morrer até entender o que eu estava querendo dizer. Então eu lembraria do dia, e ficaria tipo: Foi há 84 anos... - Bianca falou com a voz dramática, me fazendo gargalhar.

- Hm, eu provavelmente estaria nesse navio usando todo o meu fogo para movê-lo com carvão, me praguejando por não ser corajosa o suficiente para dizer que gosto de você, e não quero que te toquem além de mim. E que em todos esses 84 anos, você foi uma das melhores coisas que me aconteceria. - Bianca abriu um sorriso enorme, não diferente de mim, e logo revirei os olhos. - Mas já crusho menos pelo fato de você achar que eu estaria morta só em 84 anos. Qual é Bianca, eu sou uma menina saudável! - Bianca riu baixo, me fazendo corar ao que seu olhar voltou para mim.

- Percebo tamanha saúde com esse enormessauro aí em baixo. - Ri de seu comentário e apertei sua cintura.

- Ele fica assim do nada, até parece balão; sente o ar e já incha. - Ela gargalhou e aproximou nossos rostos. - Tudo com uma parcela de culpa minha... pelo fato de eu ser um pouco... é... bom... maliciosa.

- Tarada.

- Exatamente. - Bianca sorriu e colou nossos lábios, logo mordi o seu inferior. - Bianca... sobre isso que temos... eu... acho melhor a gente deixar rolar... dar um tempo e continuar como estamos agora, entende? - Ela assentiu. - Seria péssimo uma de nós sair magoada, então vamos garantir o oposto até saber de qual lado isso ficará.

- Sim... eu concordo completamente com isso, e até acho fofo da sua parte. - Roubou um rápido beijo e colou nossos corpos, me fazendo abraçar sua cintura em seguida. - Isa foi conversar comigo esses dias...

- Ela foi?

- Sim.

- E o que ela queria?

- Estava preocupada... falou que no dia da farmácia, a culpa daquilo era realmente dela, e perguntou sobre... - Corou fraco. - Sobre a minha compra de anticoncepcionais. - Assenti e acariciei seus braços. - Eram para mim, mas não exatamente para o sexo. Era mais para controlar o meu ciclo menstrual... essas coisas... sabe? Eu sou bem desregulada sobre isso. - Assenti.

- Tudo bem, não seria da minha conta de qualquer jeito... Eu confio em você. E também não te vou pressionar a nada... - Bianca assentiu e outra vez me beijou.

- Você é incrível, Duda... - Ri baixo e segurei sua cintura com vontade, puxando para mim como eu realmente precisava tê-la.

Com os lábios nos meus.

Bianca bateu no meu ombro e parei o beijo instantaneamente, a vendo corar e sorrir.

- Vai com calma! - Devolvi o sorriso, só que de forma amarela, e ela logo desceu as mãos, até parar na minha bunda. - Isa também falou sobre essa coisa da sua insegurança de eu estar fazendo outras coisas com mais alguém, já que citei ter um sabor favorito. - Corei e ela riu. - Eu só fiz isso seis ou poucas mais vezes em toda a minha vida, Duda. Eu conheço o sabor, porque sexo oral não é um trauma para mim. E então por isso mesmo... - Enfiou a mão no bolso da minhas jeans e sorriu tirando algo de lá e colocando na frente do meu rosto. - ... decidi te mostrar como conheço alguns sabores... e pretendo fazer na prática, se você quiser. - Arregalei meus olhos e ela continuou com o sorriso na boca, enquanto mexia o pacotinho de preservativo entre os dedos.

Isabella Prezotto, a garota que coloca preservativos em bolsos fingindo que está apenas sendo ogra.

- Aqui? Agora?! - Perguntei. Bianca assentiu e olhou para baixo, colocando a mão logo por cima do volume que já tinha ali. Claro que eu disfarçava um pouco mais em público, tirando o fato de usar short de compressão, vestindo blusas maiores do que eu, então precisei segurar a barra da mesma, enquanto as mãos delicadas me acariciavam. Eu estava dura para ela, e aconteceu em tão pouco tempo, que acabei me perguntando se eu iria ter resistência, já que apenas suas mãos me enlouquecia em poucos minutos, imaginar a boca dela seria mil vezes mais rápido para vir.

Vendo que eu já havia dito minhas palavras finais, e até que eu não iria afastá-la, Bianca mordeu o próprio lábio e me beijou, puxando o meu inferior no final.

- Seu sapato está desamarrado, Duda. - Falou com malícia. Claro que entendi.

- Os amarre para mim então.

Wishes | Duanca (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora