Capítulo 10

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Eduarda | POV

- Então, o que ele disse? - Bianca perguntou, enquanto entrávamos em sua casa. Fomos até a sala e ambas nos jogamos no sofá dela.

Bianca tinha acabado de parar de rir, já que lhe contei tudo sobre a consulta. Bom, quase tudo.

- Nada. Acho que isso não tem solução. - Respondi tranquilamente.

- Não parece insatisfeita com isso.

- Eu não estou... digo, ainda é complicado, eu não me masturbei ainda porque sinto medo ou receio, sabia? - Bianca corou e voltou a rir.

- Isso é com relação a aceitação? Ou você não sabe...? - Dessa vez quem corou foi eu.

- Não! Eu digo... gosto de garotas, sempre fiquei com elas, achava esse órgão desnecessário... ainda acho, isso é apenas uma maquininha de fazer filhos, na minha cabeça, e estou tentando aceitar que agora posso ser pai também, eu acho, não sei, é tudo tão confuso, mas eu estou feliz aprendendo a me aceitar... eu sei como usar essa ferramenta. Na verdade, as vezes eu não sinto falta do que tinha antes, pois realmente é menos sofrido ter um pênis.

- Não dói nada? - Neguei, me ajeitando no sofá. - Apenas... aquela bolada que você me deu... doeu mil vezes mais do que as que eu levava antes disso. - Ela assentiu. - Também dói quando eu fico... quando ele... - Deixei no ar. Bianca  rapidamente entendeu, concordando com cabeça em seguida.

- Mas você não se alivia mesmo?

- Não! Eu não gosto de pensar nisso, é constrangedor,

- Imagine o quanto é constrangedor então acordar todos os dias, e ouvir seus pais médicos falando sobre pênis e vaginas. - Gargalhei. Seria realmente estranho. Mas quem disse que Michelle não falava?

- Sim, mas fora isso, ele pediu para mim tentar, acho que ele vai ver com eu agiria em certas situações para ter uma melhor resposta, sabe? Para saber se isso realmente funciona... etc. - Ela assentiu.

- E quando você vai consultar de novo?

- Daqui a uma semana.

- Ah, bom, se quiser, eu posso pedir para ele te ajudar-

- NÃO! - Ela caiu na gargalhada e deixei-me levar também em seguida. - Bobona. Diz isso outra vez que te arrasto para o salão da tia Irene, ridícula.

- Tá, que seja. Quer assistir um filme? - Perguntou tranquilamente. Dei de ombros e concordei, logo Bianca ficou em pé e ligou a TV, buscando por algum filme numa prateleira repleta de DVDs. Será que ela sabe que Netflix existe?



(...)



Aquela uma semana passou tão rápida, que o tempo de fazer o que Fábio havia pedido, era quase inexistente. Ainda se eu estivesse ocupada para fazer aquilo, Santa Beyoncé, eu nunca iria conseguir fazer.

Bom, os dias iam se passando rapidamente, e minha amizade com Bianca aumentando junto. Ela acabou me convidando para dormir na casa dela, assim como fez com Matheus e Isabella. Era uma programação simples, iriamos madrugar vendo filmes e comendo, mas então os dois cancelaram de última hora, e Bianca praticamente me implorou, já que estaria em casa sozinha e teria medo. Seus pais estavam na cidade vizinha, em alguma conferência para o trabalho. Voltariam na manhã seguinte, e logo a tarde eu teria a tal consulta.

Sim, eu tive muitos pensamentos quando ela avisou sobre isso, mas consegui simplesmente ignorar em seguida, lembrando que iriamos assistir umas das minha séries favoritas por toda a noite.

E aqui estava eu, sentada em sua cama enquanto esperava Bianca vir com a comida. Eu amava o fato de ela não se importar caso eu ficasse sem os shorts de compressão. Era libertador poder vestir algo confortável, mesmo que mostrasse claramente o que eu tinha lá em baixo. Eu costumava usar short de malha apenas no meu quarto, já que Michelle não estava ciente das minhas condições ainda, então era simplesmente ótimo dar essa sensação para o Dudassauro.

Bianca entrou no quarto, e eu parei de fuxicar sua conta Netflix. A bichinha assistia cada filme gay, nossa, já considero irmã da boiolice. Adoro né.

A demônia linda já chegou assim, jogando o pacote de salgadinho em mim e rindo da minha cara, já que eu me assustei com o ato.

- Eu esqueci de perguntar se você fez o que meu pai te pediu para fazer. - Ruborizei, parando de mexer no saquinho de doritos. Eu amava fazer isso, apenas para irritar os outros. Olhei em seus olhos e engoli em seco, logo neguei lentamente. Bianca costuma brigar comigo, agora, quando eu falava sentia vergonha ou algo do tipo. - Maria Eduarda! Que droga! Para de ser cabeça dura-

- EU FICO COM ELE TODO DURO, E NÃO SÓ COM A CABEÇA, E DO MESMO JEITO EU NÃO CONSIGO MULHER! - Bianca gargalhou. - Eu juro que tento, mas não consigo! - Ela apontou para o banheiro.

- Vá e faça isso agora, então. Você vai tentar outra vez, nem que precise a noite toda. - Arregalei meus olhos e fitei séria em seguida.

- Você está me mandando gozar, é isso?- Bianca gargalhou e tentei manter minha feição séria. - Vamos logo assistir a séria, Bianca. - Respondi, não conseguindo mais esconder o sorriso.

- Eduarda, eu não estou brincando. Vai lá, eu não me importo também. - A encarei rapidamente e voltei a negar.

- Não vou fazer isso! - Bianca fechou os olhos e respirou fundo. Oh meu Deus, eu sabia o que viria a seguir.

Ela iria me olhar com o olhar da morte. Jesus Cristo, não.

- TUDO BEM! TÁ! EEU TENTO! - Ela sorriu fraco e voltou a me fitar. - Você realmente está falando sério?!

- Vai logo!

Mordi meu lábio inferior e assenti, ficando em pé. Não respondi nada, apenas caminhei até seu banheiro com a cauda entre as pernas: Em quase todos os sentidos literários, na verdade.

Wishes | Duanca (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora