Capítulo 71

81 7 0
                                    

Eduarda | POV

A campainha da casa de Bianca tocou e rapidamente fui atender, de cara já sentindo as mãos firmes pararem na minha orelha e puxarem como um simples castigo. 

- Você tem filhos e nem avisa. 

- Ai, Vovó. 

- Vovó o caralho, sua arrombada do cacete. 

- Eu esqueci de contar pra senhora... mas não tenho culpa, você some mais que a Taylor Swift, só volta quando tem treta. 

- Esqueceu de contar pra sua avó que teve trigêmeos?! - Soltou minha orelha. 

Minha avó colocou as mãos na cintura e encarei seu rosto incrédulo, logo soltamos gargalhadas e ela me abraçou com força. 

- Cadê meus espirrinhos de gozo?! quero conhecê-los! Aliás, acabei de conhecer sua irmã. - Sorri mais largo ainda, a deixando passar pela porta. - E para sua informação, eu estava na cadeia. 

- Cadeia, Vovó?! Mas por que?! 

- Porque meu sonho de princesa era conhecer a Piper e transar com a Alex. - Disse. Percebi o leve tom de sarcasmo em suas falas e minha vó revirou os olhos. - Tráfico internacional, oras! - Soltei outra gargalhada. 

- Minha nossa senhora das avós dissimuladas e taradas por Maria Juana. Você está bem? 

- Estou. Triste que eu tenha saído da cadeia, as detentas me amavam. Eu fazia as refeições. 

- Entendi o motivo de te amarem. Bom, ótimo que a senhora esteja bem...- Começamos a andar pela casa 

- Estou não. - A encarei. - Eu fiquei com uma policial e ela foi baleada por uma das detentas. - Arregalei meus olhos. - Eu nunca transei tanto na minha vida. 

- Vovó! A senhora tem quase setenta anos?! 

- E com que idade deixei de ter boceta, criatura?! Aff, tu é o espelho da sua mãe quando ela era mais nova. 

- É...minhas crias sofrerão. - Terminamos de subir as escadas e abri a porta do quarto de Bianca. Logo minha avó adentrou. 

Sorri com a cena adorável. Bianca deitada no tapete, e nossos filhos do mesmo jeito. Minha namorada me encarou e sorriu. 

- The floor is Eduarda. - Soltei uma gargalhada. 

Minha avó começou a fazer uns barulhos estranhos, eram aquelas vozes chatinhas e fininhas que normalmente as pessoas usavam com coisas fofas, como animais ou bebês mesmo. De resto, segue normal. Vovó pegou cada um no colo e eu juro que nunca vi Lucca tão feliz, até a minha avó me entregá-lo, se queixando de cansaço por segurá-los algum tempo. 

Lucca fez cara de cu pra mim.  

- Pretende visitar sua irmã? - Minha avó perguntou. Assenti rapidamente. 

- Claro! Claro que pretendo, eu iria hoje mesmo. Ontem não fui pois não queria deixar Bianca sozinha, mas eu estou ansiosa pela caçula da família. - Minha vó sorriu. 

- Ela é a sua cara. Fica berrando o tempo todo. - Eu sorri. 

- Ah! Estou muito ansiosa para conhecê-la. - Bianca brotou e deu um forte abraço na minha vó, que respondeu de imediato. 

- Duda, você pode ir ver sua irmãzinha agora, eu chamo minha mãe para ajudar a cuidar dos bebês e fico aqui...- Bianca exclamou, com a cabeça deitada no ombro da minha avó. 

- Oh! Se o problema é cuidar dos bebês eu ajudo! - Olhei desconfiada para Bianca. Seria boa ideia deixar meus filhotes com a Nana? Vai saber, ela vivia me cuidando quando eu era criança, olha no que deu... sou um lixo. 

- Certeza, Nana? - Bianca perguntou 

- Sim! Querem que eu faça uma mamadeira para...- 

- NÃO! - Foi espontâneo; eu e Bianca gritando juntas. 

- Eu cuido disso...- Bianca sorriu amarelo. 





(...)





Assim que adentrei o hospital, senti meu corpo gelar dos pés à cabeça. Não havia um motivo, aparentemente, sentir medo de Michelle era um hobby. 

Dei meu nome para uma das atendentes e logo recebi um crachá de visita, sendo finalmente autorizada para ir no setor que eu já conhecia completamente. 

Passei pela maternidade e haviam diversos bebês em seus próprios berçários. Era fofo.  Passei direto para o corredor dos quartos e procurei o número da minha mãe. 666 era o número - #medo -. 

Empurrei a porta e de imediato Cauã me fitou, sorrindo ao que balançava minha irmã lentamente. Minha mãe dormia igual uma porca hibernada. 

- Oi! - Eu disse baixinho. Fui até o jovem namorado ou marido - não faço ideia - da minha mãe, e sorri, ao ver o rostinho angelical e sonolento de Melissa. - Nem parece que saiu do útero de Michelle! - Comentei. 

- Quer pegar? - Assenti rapidamente. Cauã me entregou minha maninha e com todo cuidado a deixei nos meus braços, sorrindo por ela se confortar em seguida. 

- Maria Eduarda, cuidado com sua irmã, Maria Eduarda. De onde você veio, Maria Eduarda?! - Minha mãe perguntou, até me assustando um pouco... 

- Oi mãe. - Ri baixinho. - Acabei de chegar. Parabéns! - Comentei. Fui até Michelle e lhe dei um beijo babado e estalado na bochecha, a ouvindo resmungar em seguida. 

Os olhinhos grandes de Melissa pararam em mim, e foi inevitável o sorriso. 

E mais um desejo realizado.  Uma irmãzinha para eu amar.  ...e irritar muito, é claro. 





(...)





Tomei Kiara no colo e a garotinha sorriu, ao que eu a levantava após dar um banho quentinho nela. Fui até o quarto e encontrei Bianca sentada no chão. Ela não fazia nada, nossos filhotes apenas respondiam com o chamado bichinho, sorrindo com as gengivas para Bianca. 

- Lucca está com cara pacífica?! O que você fez?! - Minha namorada me fitou, sorrindo em seguida. 

- Cóceguinhas na barriga. Os dois começaram a sorrir e não pararam mais...- Derreti. Só imaginando meus filhos banguelas sorrindo - mesmo não entendendo aquele gesto - pelas cócegas que Bianca os fazia. Era uma cena muito adorável de se imaginar. 

- Cócegas? Eu não tenho cócegas. - Minha namorada cerrou os olhos. 

- Não?! - Neguei. - Mãe? - Bianca chamou mais alto, sem desviar nossos olhares. Kátia logo apareceu no quarto, sorridente. Elana também estava na casa, então apareceu junto. - Você pode tomar conta dos bebês por alguns minutos? - Perguntou. Levantei uma das minhas sobrancelha e ouvi a risada da irmã de Bianca. 

- É claro, achei que nunca iria pedir...- Tia Kátia comentou. - Elana, me ajude, vamos dar uma voltinha no quintal, já que ainda é cedo. 

Dito, e feito. Segundo após as duas saírem com os bebês, Bianca pulou em mim, nos jogou na cama e me atacou, me fazendo soltar gargalhadas. 

- Para! - Gritei, rindo junto. 

- Ué, não era você a que não sentia cócegas? -  Soltei outra risada escandalosa. 

Eu e Bianca começamos uma guerra, entre gargalhadas, cócegas e até mordidas. Certa hora consegui ficar por cima, a atacando com o mesmo golpe baixo anterior. 

Minha namorada se quer parou de rir quando juntei nossos corpos, deixando meu rosto perto do dela. 

Bianca | POV

- Tinha uma fábrica de casacos... 

- Ai, não...- Comentei, vendo Eduarda sorrir boba. 

- O nome da fábrica era migo. - Soltei uma risadinha. 

- Essas suas piadas- 

- Me deixa terminar! Você vai gostar do final, eu acho. 

- Tudo bem. 

- Tinha uma fábrica de casacos, o nome da fábrica era migo. - Ela tomou minha mão, até me deixando confusa. - Quer casaco migo?

Wishes | Duanca (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora