O clima hostil entre Cristovão e Elisa era algo evidente, todos já haviam percebido, sempre estavam discordando e discutindo pelo que até então seriam diferenças profissionais, após mais uma reunião tensa, Elisa foi para sua sala, então a porta se abriu bruscamente.
C_ Pode me explicar o que foi aquilo?
E_ Só acho um risco mudarmos de fornecedor agora quando estamos nos meses de maior produção, a Linho Azul já conhecemos a mais tempo não irão nos deixar na mão.
C_ Mais o preço oferecido pela Tese Algodão é mais acessível e irá nos gerar mais lucro.
E_ E se tivermos algum problema com as entregas, não conhecemos esses fornecedores, não sabemos se são de confiança.
C_ Chega! É minha fábrica e o que decido tem que ser acatado, além disso, aqui você não passa de uma funcionária como outra qualquer.
E_ Sou acionista dessa fábrica e tenho direito de expressar a minha opinião e mais, a fábrica é tão sua que até agora você não se tornou presidente, porque, será que seu Teodoro no fundo sabia que você não tinha competência pra tal responsabilidade?
C_ Você é patética, nunca vai deixar de ser uma operária de chão de fábrica, achou que com roupas novas mudaria quem você é na realidade, uma pobre coitada que se acha só porque meu tio lhe dava confiança, sabe depois das coisas que já observei ao seu respeito me pergunto como fez para convencer meu tio a te dar ações da fábrica, que métodos utilizou, será que o seduziu como faz com todos os homens ao seu redor?
E_ Infeliz! – esbofeteando-o _ Não vou admitir que me insulte dessa maneira e muito menos que manche a memória do seu Teodoro.
C_ Nunca mais se atreva a me bater- segurando-a pelos braços.
E_ Me solta! – puxando os braços.
C_ Tudo isso é culpa sua!
E_ Que? Do que está falando? Me solta agora!
Cristovão atou Elisa mais ao seu corpo, observava sua expressão, podiam sentir a respiração um do outro.
C_ Você- a beijou
Um beijo intenso e desesperado, cheio de raiva, paixão e desejo. Elisa tentou se livrar mais acabou por corresponder e dar espaço para que Cristovão aprofundasse mais o beijo, levou as mãos ao pescoço dele, por sua vez Cristovão com as mãos em suas costas a pressionava mais contra seu corpo, após alguns segundos, ambos se afastaram, estavam afoitos, com os corpos acalorados, se olharam e Cristovão saiu sem dizer nada.
As horas passaram rápido, Elisa ficou pensativa, esse beijo havia mexido com ela, mais não queria sequer pensar em Cristovão de outra maneira, sabia que tipo de homem ele era e não queria se envolver, não queria ser magoada, tarde demais por mais que tentasse negar estava apaixonada e não demoraria muito para aceitar isso.
No apart de Vivian
V_ Como assim acabou? Você não pode fazer isso!
C_ Não só posso como estou fazendo, não quero que me ligue, nem me procure mais.
V_ É por causa dela né, está apaixonado pela Elisa.
C_ Para de dizer besteiras, não vou negar que ela me atrai mas nem por ela nem por ninguém vou me apaixonar que isso fique bem claro.
V_ Não Cristovão, não me deixe, por favor. - chorando
C_ Tenho que ir, foi bom enquanto durou.- saindo
V_ Imbecil!- secando ás lágrimas _ Isso não vai ficar assim, você é meu Cristovão, é meu!
Eram por volta de onze da noite, Elisa estava em seu apart vestida com uma camisola verde clara a altura dos joelhos e cabelos presos num coque, estava no quarto vendo algumas coisas no notebook quando escutou a campainha tocar, achou estranho pela hora, respirou fundo achou ser Lucio para mais uma vez insistir numa reconciliação, decidiu não abrir mas a campainha tocava insistentemente. Elisa levantou vestiu o robe e foi atender, ela se surpreendeu ao vê-lo ali.
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Cláusulas do Coração
RomancePara herdar a herança do tio, Cristovão terá que cumprir uma cláusula específica do testamento, o casamento por interesse com Elisa, despertará um sentimento que por muitos anos Cristovão tentou evitar, o amor. Cristovão e Elisa não podiam imaginar...