Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.

Capítulo 1 "Memórias distantes"

Era uma noite estrelada de primavera na Grécia, do dia 30 de maio do ano de 1962. Próximo ao santuário de Athena, deusa da sabedoria e estratégia em batalha, mais precisamente em Star hill (colina das estrelas), estava o atual grande mestre, Shion, responsável por resguardar aquela região. O Descendente da raça dos muvianos possuía uma genética especial dessa raça que lhe concedia uma longevidade fora do comum e por isso sobreviveu até estes dias. No dia em questão, o antigo cavaleiro de áries olhava fixamente na direção do céu para ler o que aqueles cintilantes corpos celestiais poderiam lhes dizer sobre a famigerada batalha que novamente estava para acontecer contra Hades, o deus do submundo.

- Já se passaram cerca de 200 anos desde a guerra santa anterior. Com certeza uma nova geração de cavaleiros irá surgir e se reunir aqui no santuário e o primeiro deles, segundo o que as estrelas me dizem, terá o anúncio de sua chegada através da queda de uma estrela de brilho passageiro.

Shion continuava a fitar o céu noturno e logo decifra outras mensagens que o deixaram tão surpreso, quanto apreensivo.

- Então quer dizer que é a partir dessa tal estrela que o nosso longo dever vai chegar ao fim? Me pergunto o motivo disso.

O então grande mestre ficou um pouco preocupado com essa mensagem que decifrou, por isso decidiu entrar em contato com aquele que tinha a capacidade de lhe acalentar nesses momentos.

215 anos antes...

No topo da mais alta montanha da Grécia, que atualmente é conhecida como Monte Olimpo e está situada a cerca de 100 km de Tessalônica, a segunda maior cidade deste país e que fica também próxima do mar Egeu, na região da Tessália, dois rapazes trajando reluzentes armaduras douradas se encontravam de pé, apoiando-se um no outro e caminhando lentamente, até pararem diante de um corpo pálido e imóvel. Estes dois sujeitos eram na verdade Dohko de libra e Shion de áries como os únicos sobreviventes da guerra santa contra Hades que acabava de terminar.

Ambos estavam muito machucados e exaustos após o árduo conflito, mas ainda assim o dourado de libra vai até o corpo sem vida e o ergue, pegando-o no colo. O cavaleiro de áries utiliza o pouco de força que ainda lhe restava naquele momento para criar uma cova, a qual Dohko utilizou para colocar o corpo que estava em seus braços, cobrindo-o com a sua capa de tecido branco. Shion cobriu a cova novamente e Dohko improvisou um crucifixo com alguns pedaços de madeira e pequenos cipós, talhando o nome da pessoa que iria jazer ali a partir daquele momento e pondo o objeto próximo ao túmulo.

Em seguida, o cavaleiro de áries vai até outro corpo que se encontrava no chão perto dali e repete o ato de Dohko, o pegando nos braços e começando a caminhar na direção do santuário junto do companheiro dourado. Quando chegaram ao lugar, se dirigiram ao cemitério dos cavaleiros, onde criaram outra cova e nela enterraram o tal corpo, erguendo uma lápide de pedra com o nome do sujeito que estaria enterrado ali e colocando um ramalhete pequeno de flores rosadas.

Após isso Dohko vislumbrou ao redor, vendo tantas lápides com nomes conhecidos por ele, mas ao olhar 10 dessas em específico ele suspirou tentando se conter e se ajoelhando em reverência para aqueles que iriam descansar em paz ali para sempre. Lembranças dos bons e dos últimos momentos que passou ao lado de cada um daqueles nobres guerreiros dourados passaram em sua mente. Ao sentir a mão de Shion apertando a sua ele não pôde mais conter suas lágrimas e rapidamente abraçou forte o cavaleiro de áries, permitindo que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.

Shion apertou Dohko em seus braços e se permitiu chorar um pouco também, sentir de fato a perda de seus amigos cavaleiros de ouro e conhecidos colegas de prata e bronze, além da própria deusa Athena. Shion desvencilha-se um pouco de Dohko e segura o rosto dele olhando diretamente nos olhos marejados e que expressavam a dor das perdas.