Capítulo especial "Foi há 243 anos..."

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Não é possível encontrar registros de todas as guerras santas travadas por Athena, a deusa da sabedoria e estratégia em batalha, contra Hades, o deus do mundo dos mortos. Isso se deve ao fato de que tais confrontos acontecem desde os tempos mitológicos, mas também porque nem sempre alguma fonte, seja ela oral ou documental, consegue sobreviver após tal batalha. Ainda assim, com exceção da que acontece no século XX, a mais recente que se tem tanto registros escritos como também uma fonte oral, sendo essa o próprio Dohko, é a guerra santa ocorrida no século XVIII. Mesmo assim, nem os documentos redigidos principalmente por Shion ou mesmo a memória do mestre ancião são capazes de descrever a guerra santa em que lutaram.

A verdade é que foi uma batalha excepcional, que a partir das lembranças dos seus sobreviventes pode ser compreendida como emocional, mas trata-se de uma guerra verdadeira, triste e trágica. Sentimentos intensos como amores destroçados pelo dever e o destino, a dor de uma mãe perdendo um filho recém-nascido e a dor de um filho perdendo uma mãe mais de uma vez, são colocações literais para descrever tal guerra. Uma guerra santa que só teve um fim no ano 1747, 243 anos antes da que se inicia no ano 1990. Uma guerra que pode revelar muitas informações e esclarecer as dúvidas surgidas a partir do renascer mais recente de Hades.

Assim como dito anteriormente, a guerra santa do século XVIII foi um confronto excepcional. Isso ocorreu pelo fato de que a encarnação da deusa Athena do século XVI, com a ajuda do grande mestre do santuário e alguns leais cavaleiros, conseguiu utilizar todo o seu cosmo para selar a alma de Hades na própria espada do deus, que permaneceu fincada no solo do castelo da família Heinstein, onde essa derradeira batalha aconteceu.

Esse feito acarretou em um selo tão poderoso que poderia manter tais almas presas por milênios, mas a um custo arriscado. As estrelas malignas regentes do exército de espectros não foram aprisionadas como deveriam. As 108 essências profanas ficaram presas no rosário sagrado que impede os guerreiros controlados por elas de ressuscitarem, esperando o fim da batalha para serem selados novamente junto com seu deus por Athena. No entanto, querendo acabar com essas execráveis batalhas pelo menos por esperados milênios, a deusa da sabedoria resolveu selar Hades de forma definitiva, tendo em mente que o exército de espectros seria sempre facilmente derrotado por não ter a presença de seu líder consigo.

No entanto, por não haver ninguém mais capaz de selar suas almas, o tempo que as estrelas malignas permaneceriam no rosário sendo impedidas de ressuscitarem ao morrer se esgotou. Isso fez com que tais inimigos se libertassem e o rosário se partisse em 6 pedaços de 18 contas cada, que ficaram perdidos e espalhados pelo mundo.

Assim como Athena havia previsto, os espectros não tinham mais forças, por isso se refugiaram no inferno e lá permaneceram por muito tempo até recuperarem força suficiente para tentar agir de novo em nome de Hades.

O santuário já quase não possuía mais cavaleiros, sendo o cavaleiro de ouro de sagitário, Aeras, o único sobrevivente desse árduo confronto. Esse dourado, após o fim dessa guerra, foi escolhido pela deusa para ser o novo grande mestre e comandar o santuário na guerra santa seguinte, recebendo a habilidade "misophetamenos" para isso. Aeras reuniu os aspirantes a cavaleiros e amazonas que ainda estavam no santuário e passou a treina-los para que assim fossem treinando seus futuros discípulos e assim sucessivamente.

Assim foram se passando os anos, com gerações de cavaleiros e amazonas surgindo uma após a outra, a fim de garantir a segurança da terra contra qualquer investida dos espectros e também na intenção de encontrar as partes do rosário que foram perdidas. Como já era de se esperar, periodicamente durante o passar dos anos, os espectros começaram a atacar o mundo humano, mas nada alarmante já que não estavam fortes como de costume. Ainda assim, acabavam ressuscitando sempre que eram mortos já que o rosário estava despedaçado e sem a essência cósmica padrão dos dourados virginianos. Tais ações dos espectros não eram apenas para tentar transformar o mundo em um lugar de caos, mas também para encontrar as partes do rosário e o destruir de uma vez por todas. Porém, o que esses seres das trevas não sabiam é que esse objeto sagrado só pode ser completamente destruído pela força de um deus completo, o fato anterior foi que ele apenas se desfez, precisando apenas ser reunido e banhado por cosmo dourado novamente, além do fato de estar perdido.

Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.Onde histórias criam vida. Descubra agora