Quase ao mesmo tempo em que o espectro dourado, Aiolos, raptava Seiya, inquietações diferentes do usual começavam a surgir nos entornos da última prisão infernal. Uma essência distinta que tentava se camuflar sendo cercada por alguns muitos espíritos mortos, a qual talvez não pudesse realmente ser sentida ou vista por percepções voltados para outras funções como as dos espectros. Porém, para alguém já acostumada a lidar com o mundo místico e espiritual, Pandora conseguiu perceber brevemente que algo não recorrente e fora do lugar estava assolando aquela longínqua região infernal, algo que realmente não deveria estar ali.
Ser a comandante do exército espectral de Hades não era tarefa sua apenas pelo destino corrompido que lhe seguia, era uma mulher que não apenas tinha muito conhecimento e fora treinada sob as bases dos mais antigos conhecimentos da feitiçaria e bruxaria, como também podia ser compreendida como uma das mentes mais desenvolvidas do seu grupo de aliados. A partir disso é possível entender que cada ação e recuo que os espectros faziam não eram devidos a superioridade dos deuses gêmeos, mas sim as análises e conhecimentos de Pandora, alguém que deveria e até preferia estar atrás dos verdadeiros combates e estava quase, apenas quase completamente ciente de tudo o que acontecia naquela guerra santa. Mesmo tendo essa preferência, Pandora não temia ter que agir em campo de batalha quando necessário e naquele momento era, pois compreendeu que aquilo deveria e talvez até só pudesse ser resolvido por ela.
Por isso, antes de mais nada Pandora decidiu se preparar. Pelas possibilidades que surgiam em sua mente seria necessário estar devidamente pronta, equipando-se com o que achou pertinente. Adornou seu corpo coberto pelo característico e longo vestido preto com um torso feito de um material que parecia aço, cobrindo seu tronco e peitoral. Pôs uma gargantilha do mesmo material com uma pequena pedra cristalina que cintilava e um anel com a forma de uma serpente roxa que envolvia seu pulso e seu dedo anelar, além de um bracelete negro com detalhes prateados em seu antebraço esquerdo. Além disso, seus pés estavam calçados com belas sandálias gregas das quais as fitas esgueiravam-se pelas suas pernas como cobras roxas semelhantes à do anel e de fato tinham essa forma. Cada um desses acessórios parecia simples para alguém que planejava apenas agir de alguma forma em uma guerra, mas eram todos banhados com essências místicas e seriam suficientes para as funções que Pandora precisava.
Já sabia que os três juízes do inferno não estavam presentes nas 3 esferas que antecediam Giudecca, por conta da invasão do exército de Athena. Por isso cada um havia escolhido um espectro de confiança para proteger tais locais, mas Pandora os deixou avisados para agirem apenas se ela os convocasse, já que queria resolver aquela situação sem muitas perturbações ao imperador Hades. Dessa maneira, a comandante partiu até os entornos da oitava prisão infernal.
O vento insuportavelmente gélido não incomodava nenhum pouco a mulher de longos cabelos negros, devido a ela estar sempre sendo protegida contra qualquer reação negativa que aquele sombrio lugar pudesse causar graças a proteção do próprio Hades. Ainda assim, mesmo que a não tivesse, suas habilidades mágicas a protegeriam até certo ponto, por isso não se incomodava. Mas aqueles mesmos ventos também não pareciam incomodar quem quer que estivesse utilizando espíritos mortos para transitar por ali sem ser percebido. De fato, todos os lugares do inferno eram infestados por espíritos mortos, mas o olhar atento de Pandora percebia sutis divergências de alguns entre os demais. Ao chegar num lugar próximo a primeira esfera, ela decidiu começar a agir.
- Prefere se revelar por livre e espontânea vontade ou terei que banir os espíritos mortos que está usando para camuflar sua essência? - Falava Pandora transparecendo calma enquanto empunhava sua lança. - Revele-se de uma vez para que eu saiba a quem tenho que dar cabo.
Nenhuma resposta foi obtida, quem quer que fosse pretendia fazer Pandora achar que tudo não passava de uma falsa impressão causada pelo nervosismo da situação. De fato, a comandante estava nervosa, por isso suspirou ao mover lentamente sua mão direita, controlando uma essência mística que baniu aqueles espíritos dali e revelou aquele que os controlava. Pandora conseguiu esconder perfeitamente bem a tensão que a havia tomado ao ver que se tratava de um cavaleiro de ouro, um que pelo que ela se lembrava deveria estar completamente morto.
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Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.
Fanfiction"[...] os muvianos da época descobriram isso ao utilizar seus poderes telecineticos, enxergando suas essências espirituais derramando lágrimas de sangue. Mu decidiu fazer a mesma coisa naquele momento, mas não encontrou nada e as essências espiritua...