Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.

Capítulo 18 "Coração de leão"

Após o cavaleiro de câncer vir a falecer, o corpo de Oneiros, ou pelo menos o lado esquerdo que ainda estava relativamente inteiro após o ataque de Matteo, se ergue em meio aos destroços.

- Rato dourado insolente. - Arfava o deus inconformado. - Destruiu parte de meu divino corpo, mas isso não importa já que acabou morrendo em vão. Irei me regenerar e sair daqui para acabar com mais cavaleiros.

- Você não vai a lugar nenhum Oneiros. - A voz de Hypnos, pai de Oneiros, foi ouvida pelo mesmo.

- Vossa divindade! - Exclamou Oneiros um tanto assustado, já que seu pai não costumava mandar sua essência para lugares como o yomotsu. - Não havia necessidade de vir até aqui, os dois cavaleiros de ouro já foram mortos e agora finalmente sairei em busca do restante.

- É verdade, derrotaram os dois cavaleiros de ouro que estavam enfrentando, mas foram completamente humilhados por eles antes disso. Seus outros três irmãos acabaram morrendo e olhe para você, está literalmente despedaçado. Já não serve mais para nada.

Oneiros sentiu a essência de seu pai se aproximar de si e sentiu um medo terrível, implorando por sua vida. Hypnos não deu ouvidos, explodindo o que restava do corpo de Oneiros com um simples movimentar de sua mão.

- Não deveriam ter subestimado seus adversários. - Dizia Hypnos nada satisfeito pela derrota dos filhos, não se importando com suas mortes, pensava apenas que os quatro haviam morrido para apenas dois dourados. - Vejo que esta guerra santa será tão complicada quanto a anterior.

No momento em que finalmente o exército de Athena avistava o rio Aqueronte, também conhecido como rio das dores e o primeiro dos cinco rios do submundo, os cavaleiros de ouro ali presentes notaram a extinção de dois conhecidos cosmos.

- Máscara da morte e Afrodite... - Mu já se despedia dos companheiros mentalmente.

- Deram suas vidas em troca de matar os quatro deuses dos sonhos, como verdadeiros e orgulhosos cavaleiros de ouro. - Saga dizia em voz alta enquanto lembrava que havia sido ele a recrutar ambos no passado. - Seus sacrifícios não serão em vão.

Diferente de Aldebaram, Afrodite e Máscara da morte acabariam perdendo novamente as vidas que haviam conseguido ao fim daquela guerra santa de qualquer maneira. Ainda assim, isso não diminuía a tristeza do luto causado pelas suas perdas novamente, principalmente dessa vez que lutaram bravamente por Athena e pelos ideais justos da deusa. Mesmo muito tristes, aqueles os quais conheceram os dourados de peixes e câncer sabiam que não poderiam parar por mais de poucos segundos para se despedir de tais guerreiros, já que muito provavelmente eles não seriam os únicos que acabariam perdendo suas vidas naquela remota e santa Guerra. Por isso, precisaram se mostrar firmes e voltar a avançar na direção do rio Aqueronte.

Enquanto corriam por aquele lugar mórbido e obscuro, no qual as trevas se mostravam presentes em todo lugar para onde olhassem, os guerreiros da deusa escutavam lamúrias e gemidos sôfregos o tempo inteiro. Tratava-se das inúmeras almas de pessoas que viveram suas vidas sem um rumo certo, não estabelecendo elos fortes e por isso não tiveram pessoas ao seu redor que as reconhecessem. Por conta disso, acabavam não tendo quem as velasse e dessa forma partiam rumo ao mundo dos mortos sem ter qualquer significado, impossibilitadas de atravessar aquele rio para ser posteriormente julgado e enviado para os elísios ou alguma das oito prisões.

- Então os invasores finalmente chegaram? - Um espectro em cima de uma balsa falava enquanto se aproximava pelo rio e olhava com desdém para os cavaleiros e amazonas. - Vocês guerreiros de Athena são mesmo muito tolos de virem guerrear nos domínios do imperador. Eu sou Caronte de Aqueronte, a estrela celeste do Hiato e não irei transportar vocês para o outro lado do rio, mesmo os que estão vivos temporariamente por causa do poder de Thanatos. Nem que me pagassem com todo o ouro do mundo, a missão de vocês acaba aqui.