Capítulo 32 "Luz e trevas"

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Vazio, era assim que o santuário de Athena estava naquele momento. Não havia mais ninguém naquele local sagrado, cada soldado, cavaleiro e amazona haviam se unido para ir até o submundo batalhar na guerra santa contra Hades daquela era, para fazer com que essa fosse a última. A única coisa que se podia ouvir no santuário era o barulho do grande relógio de fogo, aceso com doze chamas douradas, uma em cada marcação dos signos do zodíaco. Cada uma delas emanava um cosmo específico, o cosmo do respectivo cavaleiro de ouro representante de cada signo. As casas zodiacais agora estavam vazias, mas o espírito de cada guerreiro protetor parecia ainda residir nelas, como se transmitissem segurança ao lugar. Além disso, tais chamas douradas eram tão intensas que, sozinhas, eram suficientes para iluminar toda aquela parte do santuário, afastando dali uma escuridão estranha que se formava nos céus do mundo inteiro.

Do mesmo lugar onde Dohko de libra, o mestre ancião, havia observado atentamente o regresso das forças de Hades, Shunrei, enquanto rezava aos deuses para manterem Shiryu seguro e para que ele voltasse vivo, percebia que o sol não estava mais mostrando uma luz tão forte como de costume.

- Shiryu, por favor volte logo.

Mino estava notando uma correria acontecendo pelo orfanato, muitas crianças estavam saindo até o pátio completamente eufóricas. Buscando entender isso, ela tentava parar algumas delas e controlar os demais para que não acontecesse de alguém se machucar ou quebrar algo. As crianças diziam que queriam ir para o lado de fora para o ver o que estava acontecendo com o sol. Mino ficou curiosa, vendo logo em seguida no noticiário transmitido pela televisão que um eclipse muito incomum estava ocorrendo. Foi até o pátio junto dos demais, chamando as outras cuidadoras para ajudar com as crianças.

- Tia Mino, por que o sol está desse jeito? - Um menino perguntou.

- Eu não sei exatamente, mas isso se chama eclipse. É quando a lua cobre o sol por um tempo, deixando o dia um pouco mais escuro. Mas não se preocupem, isso logo deve acabar.

Mino tentava confortar as crianças, para que não ficassem com medo, mas ela mesma já estava muito preocupada. Algo dentro de si a dizia que aquele fenômeno não era normal, que tinha alguma coisa a ver com as forças malignas que Seiya combatia como cavaleiro.

- Seiya...

Em terras gélidas como as de Asgard é comum não se ver muito a luz do sol tão intensa, mas no dia em questão o próprio astro rei parecia estar se escondendo. Os habitantes das terras do extremo norte da Europa estavam achando aquilo estranho, alguns até comentavam ser o início do profetizado fim dos tempos, o ragnarok, segundo diz suas crenças. Os ânimos mais agitados já podiam ser sentidos até mesmo dentro do palácio de Valhala, onde os serviçais do local demonstravam estar apreensivos com as sensações que a situação do sol lhes causava.

- Odin... - Clamou Hilda de polaris, a representante do deus Odin na terra, em frente a grande estátua de seu deus e olhando para o horizonte. - Sinto uma grande angústia, o que poderá estar acontecendo?

- Minha irmã. - Freya chegou um tanto afoita até onde Hilda estava. - As pessoas de nosso reino estão vindo até o palácio, dizem estar com medo do que este eclipse pode significar para o mundo. O que acha que significa?

- Eu não sei Freya, mas não consigo deixar de me lembrar de Athena nesse momento. Algo me diz que ela está enfrentando um mal terrível, lutando para proteger este mundo.

- Por Odin, se isso estiver acontecendo, espero que ela consiga vencer como fez com Poseidon. O que podemos fazer?

- Rezar. Avise para todos que iremos nos reunir em oração e clamor, como fazemos sempre, para pedir por nós e pelo mundo. Iremos suplicar para que Odin ajude Athena onde quer que ela esteja e que consiga proteger a todos nós.

Os cavaleiros do zodíaco. Hades, a saga de uma última guerra santa.Onde histórias criam vida. Descubra agora