ㅤㅤ❛ 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 ❪ 🌷 ❫ + 𝟭𝟲 ₊ sejam bem vindos / 2022!
📍Boston, Massachusetts
ー Christopher Uckermann quer dar uma pausa em sua vida de CEO após perder a irmã caçula em um acidente de carro. Buscando novos ares e um pouco de relaxamento, e...
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Pela primeira vez, resolvi fazê-la assistir TV. Não tinha certeza se era uma das poucas coisas que ela entendia, então resolvi testar. Dulce ficou o tempo inteiro estática, suas pernas cruzadas e o olhar curioso enquanto assistíamos a um filme de ação. Ela me perguntou sobre várias cenas e eu expliquei pacientemente cada uma de suas dúvidas.
— O que eles estão fazendo? — ela perguntou quando os personagens se abraçaram.
— Estão se abraçando.
— Por que? — ficou confusa.
— Porque abraços são bons.
— E para que servem?
— Para muitas coisas. Você pode abraçar alguém para dizer olá, se despedir, parabenizar por algo, para confortar quando a pessoa está triste ou simplesmente para dar carinho a quem você gosta.
— Carinho? — franziu o cenho.
— É. — assenti. — Quando você gosta de alguém, você é carinhoso com a pessoa nos gestos, palavras, ações...
— Eu acho que eu nunca fiz isso.
— Claro que fez. — quem nunca recebeu um abraço? — Você só não se lembra.
— Você pode me abraçar? Eu gostaria de saber como é.
O pedido me pegou de surpresa. Ela não sabia que aquilo poderia ser algo estranho e mais íntimo do que deveria, já que mal nos conhecíamos e não havia um motivo concreto para o contato além da curiosidade dela.
— Eu não sou muito fã de abraços. — abaixei a cabeça.
— Por que?
— Os últimos que eu dei não foram por um bom motivo...
— Qual foi o motivo?
— As pessoas queriam me confortar. — expliquei sem olhar para ela. — Porque eu estava triste.
Dulce tomou fôlego para mais uma pergunta, porém eu quis fugir daquilo.
— Mas eu posso te abraçar só pra você saber como é. — falei erguendo a minha cabeça.
Ela assentiu e ficou de pé. Eu levantei também, ficando de frente para ela. Dulce colocou suas mãos em meus ombros e me observou antes de envolvê-las em meu pescoço e chegar mais perto. A abracei de volta e fechei os meus olhos.
Quando ela deitou sua cabeça na curva do meu pescoço, eu respirei fundo e senti o cheiro natural que vinha dela. Seu cabelo roçou em meu rosto e eu percebi o quanto estava macio. Nem me dei conta de que acabei prologando o contato, mas afastei-me ao notar e a olhei de maneira desconcertante, mesmo sabendo que ela não entenderia a minha expressão.