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🖇 | Boa leitura!

Fernando continuou falando sobre Peter e como a Maria o amava

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Fernando continuou falando sobre Peter e como a Maria o amava. Tentei disfarçar o meu incômodo o máximo que pude para não causar algum tipo de constrangimento ou situação que não pudéssemos resolver.

— Esse é o colégio onde ela estudou? — cortei o assunto ao pegar um histórico no nome de uma escola.

Colmeia.

— Sim. O colégio foi fechado há anos por denúncias de maus tratos contra os alunos. Era um colégio interno, passávamos meses sem ver os nossos filhos, não sabíamos o que estava acontecendo. Uma vez eu fui ver a Maria e ela estava com um dedo quebrado. Me disseram que ela tinha se machucado no parquinho, mas a minha filha parecia assustada.

— Ela tem memórias disso, eu acho. Aulas de piano com castigos físicos.

— Sim. — ele assentiu. — Queriam fazer uma espécie de experimento. Tornar o colégio um exemplo educacional, tentar provar que os seus alunos seriam perfeitos. Os métodos eram muito absurdos.

— A dor como incentivo. — fiquei pensativo. — Mas ela também se lembra de dar aulas de piano e fazer o mesmo que faziam com ela. Como pode me explicar?

— Ela ficou traumatizada. Tinha sonhos onde se colocava no lugar dos agressores. Estava tratando isso com terapia desde que tinha quinze anos.

— Eu vou te mostrar uma coisa. — levantei. — Já volto. — fui até o meu quarto e peguei o diário de Dulce onde ela anotava as suas memórias. Ao retornar, o entreguei para Fernando. — Aí ela escreve tudo de que se lembra.

— Ainda é um pouco doloroso saber que ela perdeu a memória. — ele disse abrindo a primeira página. — Ela nem se lembra de mim. — suspirou.

— Ela só tem uma memória com o senhor. Está anotada aí.

Ele começou a ler com um semblante pensativo.

— Ela se lembra da Blanca. — abriu um sorriso. — Mas isso é estranho. — mostrou-me a folha onde a Dulce relatava o momento em que a sua mãe a chama de Maria. — Isso nunca aconteceu.

— Como pode ter certeza?

— Porque a Maria sempre teve um nome. Tem certeza que ela não sonhou isso? Ela tem sonhos estranhos por causa dos traumas.

— Não, essa memória não foi um sonho. Mas pode ser a lembrança de um, talvez? — indaguei.

— É o mais provável.

— E sobre o número doze? — lembrei-me de questionar. — Ela tem uma tatuagem com essa numeração e disse que as pessoas a chamavam assim.

Dos documentos, ele pegou outro referente ao colégio. Era a ficha de inscrição dela, onde estava sendo classificada como "estudante 012, setor B".

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