Prólogo

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🖇 | Boa leitura!

— Katy, já chega por hoje

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— Katy, já chega por hoje. — digo após ser derrotado pela décima vez no xadrez.

— Você é um péssimo perdedor! — ela ri de mim.

— Isso parece injusto. Ser boa nisso é literalmente o seu trabalho.

— Um dia você chega lá. — sorriu começando a guardar as peças.

Não estava exagerando ao dizer que ela tinha que ser boa no tabuleiro de xadrez. Katherine, minha irmã caçula e o gênio da família, foi duas vezes campeã no campeonato mundial feminino de xadrez e uma vez no campeonato mundial misto, se consagrando como a primeira mulher a conseguir tal feito. Desde que começou a treinar aos seus cinco anos, ela focou em sempre vencer, independente de com quem estivesse jogando. Isso a fez ser tão boa.

— Entendo que seja difícil ganhar contra uma atleta. — ela disse de maneira convicta.

— Você ainda acha que pode se chamar de atleta? — ri sarcasticamente.

— Xadrez é um esporte para a mente! — rebateu, cruzando os braços e fazendo bico.

— Pare de ser mimada. — revirei os olhos. — Isso parou de ser fofo quando você fez doze anos.

— Além de dizer que não sou uma atleta também diz que não sou fofa? Irmãozinho, de que outras maneiras pretende me ofender? — foi irônica.

Quando abri a boca para continuar com nossa pequena discussão saudável, a porta do escritório onde estávamos foi aberta. Olhamos para lá ao mesmo tempo, estranhando que alguém estivesse acordado além de nós, já que era o meio da madrugada.

— Olá, tia Magda. Algum problema? — Katy perguntou educadamente para a idosa usando uma camisola vitoriana que nos encarava com a testa franzida.

— O que fazem acordados à essa hora, crianças? — tia Magda perguntou.

Tive vontade de rir. Uma criança de trinta e outra de vinte e sete. Parecia engraçado pensar assim.

— Estávamos jogando xadrez. — Katy continuou a falar. — E a senhora?

— Eu estava indo beber água.

— Esqueceu onde fica a cozinha de novo, tia? — eu disse tentando ser agradável, mesmo tendo soado rude.

Katy me lançou um olhar mortal e eu tive que morder meus lábios para não rir. Era de mal gosto, mas nossa tia-avó Magda era uma senhora de noventa e três anos que mal se lembrava do próprio nome algumas vezes. E estávamos ali em uma das maiores propriedades Uckermann, em um campo do lado leste do país, para comemorar o seu aniversário. Eu duvidava que ela mesma se lembrasse.

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